Daiki estranhou ao chegar no apartamento e encontrar todas as luzes apagadas e a porta da frente entreaberta. Desconfiado, sacou seu revólver e andou em silêncio pela casa. Sua cabeça já formulava milhões de situações, e nenhuma delas acabava bem. Enquanto se aproximava do quarto, percebeu uma fraca fonte de luz saindo do cômodo — provavelmente do banheiro — e também começava a ouvir o choro de Satsuki abafado por algo. Uma mão? Uma mordaça? Seu coração apenas acelerava mais em pensar num ladrão perto de Satsuki.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Se escorou na parede ao lado da porta e tornou uma parte de sua cabeça visível para dar uma olhada. Vazio. Agora só precisava entrar no banheiro e ver quem era o filho da puta que estava fazendo Satsuki chorar. Parou em frente à porta do banheiro e a abriu abruptamente com a arma em mãos esperando encontrar outra pessoa ali, mas apenas Satsuki estava ali dentro. Esta levou um susto e logo voltou a chorar com a cabeça nos joelhos. Ah, isso explicava o porquê de estar abafado.

— Satsu... — Deixou seu nome escapar dos seus lábios. Colocou a arma do lado da pia e se aproximou da rosada. — O que aconteceu?

— A mamãe me ligou um pouco mais cedo... — Percebeu como ela se esforçava para falar entre os soluços. — O papai teve uma parada cardíaca, mas ele... Ele não resistiu, Dai-chan... Ele... — Sua voz foi morrendo aos poucos. Tudo que ele pode fazer foi puxá-la para um abraço apertado.

Também estava triste com aquilo. O Senhor Momoi foi como um segundo pai pra ele. Mas a dor de Satsuki naquele momento devia ser realmente muito maior que a dele.

Ficaram um tempo naquela posição. Abraçados, enquanto Satsuki se desfazia em lágrimas. Não conseguia imaginar o tempo que ela estava ali chorando, mas podia ter quase certeza que foi o suficiente.

— Satsu, você sabia que uma vez eu conversei com o *giri... — Tomou a atenção da garota. — E ele disse que também te acha feia quando chora? — Ouviu ela soltar um baixo riso, abrindo também um fraco sorriso, antes de lhe abraçar mais forte. Se foi forçado ou não, não interessava, o que interessava era que ela sorriu. — Vou te dar um banho, você tá precisando.

E quando você sorri
O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo