Olhe para mim! Olhe para mim!

Por favor, olhe para mim! Por favor!

Eu imploro deuses, façam com que ele olhe. Mas de repente eu compreendi. Não importava a minha necessidade, não importava o meu anseio. Este era o meu castigo, esta era a minha punição. Mesmo que fosse o meu maior desejo, mesmo que fosse a maior aflição que eu sentia em todo o meu coração. Alan nunca olharia. Eu decidi abrir mão da minha vida para que ele vivesse, abrir mão de toda a minha felicidade para que ele fosse feliz e agora eu sofria as consequências. Esta angústia nunca me deixará, eu terei que aprender a viver com ela e a levarei por toda a eternidade. Mas eu serei capaz de fazer isto. Eu seria capaz de carregar o fardo que fosse. Por ele. Para que ele alcançasse a felicidade. Mas tudo que eu precisava, tudo que eu queria antes de aceitar meu fardo, é que ele me desse uma chance, só por um momento, só por um instante e então eu aceitaria meu sacrifício de bom grado. Mas ele nunca olhou. Ele nunca virou o rosto o suficiente para me olhar.

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Apesar de tudo, isto devia ser bom, pois eu sabia que estava em prantos e ele nunca me olharia de verdade para entender que aquelas lágrimas, aquelas que se recusavam a descer pelo meu rosto, eram devido ao meu amor por ele. E eu nunca entendi o porquê dele não conseguir vê-lo. Sempre estampado. Em meus olhares. Em meus sorrisos. Em meus gestos de carinho. Claramente as marcas sempre estiverem lá, mas ele nunca as viu. Ele nunca foi capaz de enxergá-las. E agora era tarde, estava selado. Estava terminado. O tempo havia acabado. E eu finalmente aceitei meu destino. Nunca mais, em toda a minha vida, eu poderia saciar a vontade de vê-lo uma última vez e minha única felicidade e consolo era a de que Alan estava feliz.