Martha

A menina que comia histórias.


Maria Martha sempre fora uma leitora nata. Ganhara seu primeiro livro aos quatro anos de idade. Mal sabia ler, mas no momento em que viu aquelas letrinhas coloridas, se sentiu atraída, como que por encanto; Ao contrário das outras crianças de sua idade, Marthinha pouco ligava para as figurinhas que acompanhavam as histórias dos livros ilustrados. O que lhe apegava a atenção mesmo era o desenho daqueles traços, o modo como se comportavam em conjunto, divididos pelo breve espaçamento entre um e outro.

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[Uma palavra se afastava da outra porque precisavam de espaço entre si]

Desde muito nova já adotava postura adulta. Fazia questão de manter a coluna ereta no sentar, e manter um donaire impecável ao andar. Tudo isso desenvolveu à garota uma personalidade privada de poucas amizades. Podia-se dizer nenhuma. Amigos de escola nunca lhe passaram mais do que meros colegas. Sua mania de admoestar as pessoas acabavam por afastar os outros, principalmente os de maestria inacreditável no difamar e no tagarelar. Sua paciência em ouvir picuinhas tinha o limite exato. Ela simplesmente chegou à conclusão de que pessoas deveriam ser estudadas, ao invés de simpatizadas.

[As pessoas precisavam ser estudadas]

A mãe de Martha nunca foi um exemplo de pessoa. Fazia da garota a temática da maioria das discussões com o pai - muitas vezes bêbado - e de que suas condições financeiras eram péssimas devido ao nascer indesejável da menina. Por sorte, se ateou aos livros muito cedo, e sua esperteza transpassou os limites de casa: os pais logo serviram de descarte como exemplo de sociedade. Ao invés de observar o certo ou errado dentro de casa, Maria passou a observar os outros, estranhos, para se espelhar.

[Os estranhos são mais confiáveis]

Era mais um dia de aula comum à Maria Martha. Às cinco e cinquenta, levantava-se da cama para um banho de água fria. Vestia seu uniforme com a certeza de que as peças estavam limpas e bem passadas. Usava meia fina e sapatos sem cadarços. Amarrava apenas as mechas da frente de seus cabelos, deixando o rosto livre de fios. O mínimo necessário para não lhe atrapalhar futuras leituras. Ajeitava os óculos de armação grossa sobre os olhos castanhos. Tomava café da manhã só, pois naquele horário, sua mãe, apesar de dona-de-casa, ainda estava dormindo; enquanto seu pai já havia saído para o trabalho.

Maria seguiu seu cotidiano de sempre. Saindo do bairro de Botafogo, pegava o metrô mais próximo de sua casa, encaminhando-se para o seu colégio, ainda na Zona Sul. Era uma aluna exemplar. Tirava as notas mais altas da turma e a que mais dominava o conteúdo das aulas. Lá ficava da manhã, até o início da tarde. Não que ela realmente gostasse de ir à escola, até porque algumas aulas chegavam a ser entediantes, de tão fáceis. Mas mesmo aquele lugar, rodeado de pessoas, era melhor do que ficar em casa, ouvindo sua mãe reclamar, como era comum aos domingos. Assim, Martha tentava ficar o máximo de tempo longe de casa. Quando não ficava direto no colégio, matava suas tardes visitando seus esconderijos, espalhados por sua cidade. Às vezes em seu próprio bairro, às vezes em algum outro, próximo à sua moradia, ou do colégio.

Desta vez decidiu optar pelo Largo do Boticário. O lugar, dado acesso por um beco, ficava localizado no bairro do Cosme Velho, não muito longe de onde morava em Botafogo, e lhe dava apenas alguns minutos de metrô. Mesmo que ainda fosse um ponto turístico, não tinha muitos que visitassem o Rio e o desejavam conhecer. Ainda assim, Maria descobriu que durante a tarde, aquele lugar tornava-se um local perfeito para se ler. Tranquilo, e pouco movimentado, ainda mais quando fosse dia de semana.

Para uma menina de apenas quatorze anos, talvez aquele não fosse o local e horário mais indicado para uma criança ficar sozinha. Mas para Marthinha, uma menina que gostava de manter-se semota das pessoas, sentar-se na beirada do meio fio e apreciar a paisagem neocolonial daquele complexo histórico, com a vegetação lhe cobrindo as paredes, era muito melhor do que gastar o restante de suas horas do dia em uma biblioteca decadente de um colégio público.

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Certo dia, saturada pelos estudos, Martha decidiu dar um passeio pelo local. Guardou os livros em sua mochila, e saiu decidida, em caminho contrário às poucas pessoas que encontrava por ali circulando. Seus pés lhe guiavam cada vez mais para dentro daquelas estruturas, um tanto desgastadas pelo tempo. Era estranho como o lugar, mesmo visivelmente abandonado, lhe atraía cada vez mais, como se puxasse um pedacinho de sua alma a cada passo dado. Às vezes lhe passava pela cabeça, se Machado de Assis, teria uma vez subido aquelas mesmas escadas, e sentido aquele mesmo piso em seu tempo de escritor.

Perdida em seus próprios pensamentos, tropeçou por um acaso em algo que a levou direto ao chão. Levantando-se com certa dificuldade do piso recoberto de poeira e mofo, percebeu que seu pé estava engajado em nada mais do que um corpo. O corpo de uma pessoa! Martha rapidamente se afastou, assustada. Procurou se apoiar, trêmula, ao chão. Ela não conseguia para de mirar a figura à sua frente, deitada de bruços, embora com a barriga para cima. O mais assustador era que o abdômen encontrava-se aberto, com a carne do intestino para fora, em cima de uma poça de licor rubro. Desviando o olhar para uma trilha de sangue retangular, um livro de capa grossa fora percebido. Mesmo recoberto pelo líquido, era possível perceber as letras em uma caligrafia em itálico dourada, que se lia:

[Hélio]

Uma curiosidade insaciável cobriu cada nervo da menina naquele instante. Era assustador perceber um cadáver, assim, tão de perto. Mas era ainda mais inexplicável um livro, ali, naquele lugar. Com o título do nome de alguém. Cujo nome, cogitou, fosse daquela mesma pessoa que jazia morta aos seus pés.

Quem era Hélio? Era o nome deste rapaz? O que ele fez?” Pensava Martha, enquanto misturava seus sentimentos de ânsia, terror e curiosidade acerca da cena à sua frente.

— Você quer saber, quem ele era? - Uma voz masculina ecoou pelas paredes do aposento. A menina olhou hesitante na direção da voz, temendo que talvez pertencesse ao corpo. Mas para sua surpresa a única criatura ainda viva ali, além de si mesma, era um esguio gato preto, de olhos azuis vivos, mirando-a fixamente. - Pode ler para mim? - Esticou o livro por debaixo de sua pata, branca na ponta, em direção à garota.

Ela hesitou por alguns segundos. O quão insano, aquilo poderia ser? Havia um ser humano caído ao chão, muito próximo de si, morto! Suas entranhas esguiavam-se para fora, fadadas à uma lama de sangue e areia, no terceiro piso abandonado de um monumento histórico! Um gato pairava ao lado do corpo e lhe oferecia educadamente a leitura de volume literário intitulado de “Hélio”. Seu coração batia veloz e seu estômago revirava com a cena. O mais estranho, é que ela queria ler! Ela tinha uma curiosidade anormal lhe correndo por cada fibra de suas terminações nervosas. A estranha cena era inexplicavelmente atraente.

Segurou a própria vontade de vomitar - algo que ganhou com anos de prática, odiava sentir aquele gosto azedo perdurar sua boca; e se aproximou do pequeno exemplar recoberto de sangue. Tremia ao tocar a capa grossa. Virou a primeira página e leu uma breve descrição do prólogo:

“Hélio, 19 anos. Vítima de homizio.”

Conforme passava as páginas, uma ou outra descrição lhe chamava a atenção. Como a do garoto à sua frente ter matado o próprio pai. Hélio, diferente de seus amigos, nunca se viu levado pela tentação das drogas. Nunca roubou, ou furtou nada de ninguém, ao contrário de seus vizinhos. Mas foi preso por homicídio. Na prisão, foi torturado por seus colegas de cela. Ninguém quer criar laços com um assassino daquele nível. Afinal, ele havia matado um parente com as próprias mãos.

— … em intento de impedir o pai de estuprar a irmã. - Martha levou às mãos à boca.

Hélio nunca disse nada à ninguém, porque assim havia pedido sua irmã. Talvez fosse um absurdo, mas ele preferia sofrer dez vezes mais do que trazer à público, a humilhação sofrida à irmã. A garota terminou de ler o conto com as lágrimas percorrendo seu rosto pálido. Encontrava-se abismada com o que acabara de ler. Era diferente de tudo que já tinha lido até então. Uma história tão real, tão explícita em seus detalhes! De repente, parecia que ela havia conhecido a vida inteira do garoto chamado Hélio. Nunca havia se sentido tão íntima de um completo desconhecido.

— As pessoas guardam tantos segredos... Quantas delas não recebem este mesmo destino? Julgada apenas por suas aparente ações… - Justificou o gato, em súbito.

Tão repentina quanto a fala do felino, Maria atirou o livro ao chão. Levantou-se correndo em direção à saída, aterrorizada. Corria o máximo que suas pernas trêmulas conseguiam, em direção ao metrô. Um gato, que fala? Um livro contendo a vida inteira de alguém? Um cadáver em monumento abandonado? O cheiro de sangue ainda saía forte das palmas de sua mão, por mais que as lavasse no banheiro público do metrô. Maria Martha voltava com pressa para casa àquela tarde. Entrou no quarto sem falar com ninguém. Não queria compartilhar os estranhos momentos que presenciara no bairro de Cosme Velho aquela tarde.

Fora dormir sem conseguir compreender suas atitudes. A forma como acatou o livro, de como ignorou o corpo de um desconhecido apodrecer ao seu lado, conforme se satisfazia com a estória descrita nas páginas cobertas de sangue. Do jeito como o gato negro lhe encarava com o fuzilar de seus olhos azuis piscina. A fala do felino lhe seduzindo à leitura suspeita. Era algo que preferia não acreditar.

No dia seguinte, para sua sorte, a mãe não lhe questionou onde estivera naquela tarde; também, preferia acreditar que tais acontecimentos não passaram de um sonho - um fruto da sua imaginação. Não tomou café da manhã antes de ir para a escola, pois não sentia fome. Talvez ainda enjoada pelas imagens do dia anterior. De tarde, inclusa em sua imersão cotidiana de livros, seu estômago protestava piedosamente. Logo concluíra que o corpo reclamava de alimentação. Saíra então da biblioteca e adquiriu alguns lanches na cafeteria da escola, com o pouco dinheiro que trazia no bolso. Procurou um local reservado no pátio na esperança de ocultar o apetite. No entanto, seu sistema digestivo pareciam não lhe permitir alimento algum. Na mínima tentativa de ingestão, havia rejeito do corpo.

Talvez estivesse sofrendo algum tipo de intoxicação alimentar? Apertava a barriga pela dor no abdômen. O estranho é que não sentia nenhum sinal náuseas ou mal estar. Apenas com fome. Muita fome.

— Talvez você esteja precisando de uma boa história! - A menina foi surpreendida por aquele mesmo gato negro, com um novo livro em posse.

Assustada, deu um impulso dos quadris para trás. Olhou para os lados, procurando se não tinha mais ninguém por perto. Talvez em busca de uma testemunha em prol de testar sua própria sanidade. Deslizou então o olhar em direção à capa de couro, grossa, logo abaixo das patas meio brancas, meio negras, do felino enigmático.

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A garota arregalou os olhos sentindo o coração palpitar ao fixar o olhar no objeto tão parecido com o do outro dia. Impresso em letras douradas, desta vez lia-se um nome diferente.

[Gaby]

— Pode ler para mim?

Muito embora tenha hesitado em reiterar o pedido daquele estranho gato, esticou suas mãos, sentindo a garganta secar, conforme aproximava-se cada vez mais do livro levemente manchado de sangue. Abriu o livro com cuidado, trêmula. Estava receosa, ainda que curiosa. Começou uma leitura tímida e pavorosa. Porém conforme se aprofundava na história, mais apressada e sedenta ficara a menina. Em minutos, consumia as páginas com delírio. Cada página satisfazendo mais e mais a sua fome. O gato escutava cada uma das palavras com apreciação. A menina pode sentir o termino da leitura completamente saciada. Não sentia mais dor alguma. Não sentia mais fome alguma.

— Você parece bem satisfeita! - Observou o gato, entusiasmado. - Eu também, gostei muito desta obra!

De novo, estava sendo perseguida por aquela loucura. Havia um gato, conversando com ela! E novamente, havia um livro envolvido nisso.

— Não quero me antepor às suas escolhas… Mas acho que você deveria me ajudar. - Sugeriu o felino.

— Como… Assim? - Embora parecesse absurdo conversar com um gato, a curiosidade era maior do que a razão.

— Você deve ter percebido que sua fome saciou-se com esta leitura, não é?

E realmente tinha. A fome que não sumia por nada, havia desparecido após ler tal conto! Martha colocou as mãos sobre a própria barriga, e logo percebeu que sua necessidade por comida havia sido extinta.

— O que… Aconteceu? - A menina encarava perplexa, com o livro em mãos, o tal felino à sua frente.

— O livro. - Sibilou simples.

— Que quer dizer?

— Você sabia? Cada pessoa possuiu um livro dentro de si, em seus estômagos… Possuindo os seus mais íntimos segredos. - Revelava, cada palavra soando mais insana que a outra. - Saber por acaso, não lhe faz escrava dos segredos...

— Está querendo me dizer que “Gaby” era o livro de uma pessoa? Assim, como “Hélio”?

O Gato sorriu. Nada daquilo fazia sentido. Até porque a leitura de ontem fora por acaso. Mas porque ao ver a capa de hoje, sentira a vontade incontrolável de ler o livro? Ela nunca o tinha visto na vida antes. Mas teve a necessidade absurda de obter tal leitura.

— Foi por eu… Ter me aprofundado ao conto de ontem? - Ponderou, ao lhe passar pela memória o tempo que ficou naquele local, lendo vorazmente cada fragmento da história do garoto chamado Hélio.

— Podemos dizer que sim.

Estava apavorada. Aquilo havia mesmo acontecido? Quer dizer, de acordo com o livro, Hélio era de fato, o nome daquele garoto que vira morto no chão do prédio abandonado. Tudo bem que ela amava ler desde muito pequena. E que muitas vezes pensou que trocaria qualquer coisa por uma boa leitura. Até mesmo uma pessoa.

[Até mesmo uma pessoa]

Surpreendeu-se com o próprio pensamento. Mas a verdade é que já fazia um tempo que os livros haviam se tornado mais interessantes do que as pessoas em si.

— E então? Pode me ajudar? - Insistiu.

— Quer dizer que agora, a única forma de eu saciar minha fome, é com uma boa história? - Concluiu, iludida de que apenas uma grande obra literária de muito sucesso fosse capaz de lhe acalmar a fome.

— Não é tão simples assim. Você já começou o ciclo. A única forma de lhe alimentar a alma, é com a alma dos outros. Com a história dos outros.

Aquela coisa de alma, alimentação por histórias estava muito complicado. Mas a realidade já tinha lhe certificado de que a única forma de sobreviver agora, era lendo aqueles livros especiais. Cansada de ouvir asneiras sem sentido saindo da boca daquele gato, Martha simplesmente concordou em ajudá-lo.

— Como consigo os livros?

— Extraindo-os pelo estômago!

O trato não passava de uma camuflagem. Manipulada pela ideia de que histórias lhe saciavam a alma, a garota foi matando, uma a uma, as pessoas de quem o gato indicava, cada vez mais. Era uma combinação bastante peculiar! A menina que se alimentava de histórias. O gato que ingeria segredos. Com o tempo, Maria já não se importava em participar daqueles espetáculos lúgubres, nem com o cheiro metálico de sangue, nem com o grito por misericórdia de suas vítimas. Ela só estava concentrada em obter mais e mais histórias. Em ascender cada vez mais o número de suas coletâneas fúnebres.

— Gostaria de auferir a melhor de suas histórias? - Sugeriu o gato, repentino.

Martha lhe ofereceu o olhar inexpressivo, fechando mais uma de suas fartas refeições. A garota perdera a pouca alegria que tinha em viver. E agora que havia se tornado uma assassina em série, sua feição era mais apática do que nunca.

— O que quer dizer?

Talvez ele só estivesse entediado. Talvez ele só estivesse cansado de estudar as pessoas.

— Olhe o tanto que você já viveu, e fez. Não tem vontade de ler a sua própria história? - Os olhos castanhos arregalaram-se surpresos diante da ideia. - Deixe me ler. A sua história!

A ideia nunca tinha lhe passado pela cabeça. A sua própria história! Claro! Deveria ser incrível! Em quem mais ela poderia estudar e confiar mais do que a si própria? Mirando a faca contra o próprio estômago, Martha fincou a lâmina confiante contra seu corpo. Com a dor do material pontiagudo lhe perfurando a carne, Maria extraiu seu próprio livro.

A capa, encharcada de sangue e vísceras, não continha título. Trêmula, e com a visão embaçada, abriu o seu tão esperado livro. Virou as páginas em desesperando, procurando seu conteúdo. Finalmente, encontrou nele uma única página preenchida com uma frase, escrita à mão, em itálico.

[Maria Martha pertence ao Pequeno Rei]

— Pequeno… Rei…? - Sibilava as palavras com certo esforço.

— Ryan! Pequeno Rei significa Ryan! É o meu nome! E a sua história me pertence! - Falou o gato, tornando-se um belo garoto de olhos dourados.

Ela iria morrer, sem saber sua história?

Como um último ataque de loucura, Maria Martha jogou-se com todas as forças para cima do garoto, pegando-o de surpresa.

Com um sorriso, ele deixou que a garota o perfurasse com a faca e lhe arrancasse o volume final da série. Mas a menina pereceu antes de começar a ler a história que tanto almejava conquistar. O rapaz abraçou o corpo mole da garota, sentindo seu próprio sangue escorrer.

Talvez ele só estivesse entediado dos seres humanos. Talvez aquela fosse a única forma de livrar-se de seu vício. De livrar-se do ciclo, que uma vez, começaram para ele.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.