Eu sou o inverno

Fazendo amizade/inimizade


Ri de Klaus e Damon que trocavam suas farpas diárias, Elena se juntou aos dois aumentando ainda mais a discussão e eu revirei os olhos felizes por ver a casa agitada. Elena e Damon moravam conosco temporariamente, pelo menos até selarmos Esther de vez, assim que o fizermos eles deixarão New Orleans apesar de Elena ter se apaixonado loucamente pelo local.

Mexi nas orelhas de Cosmo que não tirava os olhos de Nik, olhei para Nataniel ao meu lado e retornei a nossa conversa de forma empolgada. Ele parecia completamente bem em falar sobre o assunto.

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— Como você morreu? - questionei me virando em sua direção.

— Foi em uma guerra entre as vilas vizinhas, eu estava noivo. - ri e ele revirou os olhos - É... eu sei... eu estava noivo de uma mulher incrível, na medida do possível para aquela época né? Porque agora conheço você. - Klaus rosnou para a brincadeira maldita - Ela tinha um irmão que havia sido transformado graças a namorada, eles se chamavam Eva e Dimitri. Dimitri estava com medo de que morrêssemos nessa guerra, durante o dia ele não poderia sair ou morreria queimado e a noite haviam muitas pessoas de vigia... Não que isso fosse um grande problema naquela época, mas se passássemos pelos nossos teríamos de passar pelos outros e a chance de morrer seria muito grande.

— Como ele se manteve escondido dessa forma? Sem sair durante o dia? As pessoas eram muito supersticiosas. – me lembrava das histórias de bruxarias da época.

— Não se manteve, eles logo perceberam que havia algo errado, mas voltando. Ele disse que transformaria eu e Eva, eu concordei com isso e decidi me transformar primeiro para mostrar para Eva que não tinha que ter medo, mas não adiantou muito. Eu me transformei e ela pediu para não ser transformada, pelo menos até absorver a ideia.

— Fala da morte do Dimitri. - pedi ansiosa e ele riu passando ao mão em meus cabelos e logo em cosmo.

— Perceberam que ele não saia durante o dia, saia apenas no período da noite para os treinamentos obrigatório. A força, a velocidade e agilidade despertaram atenção da vila. Associaram Dimitri a um monstro, que é o que nos somos. Então colocaram fogo na casa de Dimitri com ele e toda a família dentro, os pais morreram e Dimitri conseguiu sair da casa, mas foi arrastado para a vila no meio do dia. Ele queimou por 4 horas até morrer, Eva viu tudo e ficou com mais medo ainda.

— De que a caçassem. – sussurrei, fazia todo sentido.

Aquela época deveria ser aterrorizante, hoje um vampiro pode se camuflar, mas naquela época era mais difícil..

— Sim. Então ela se afastou de mim. A vila começou a ser atacada durante o dia, eu estava em casa e ouvi tudo. A primeira coisa que eu fiz foi ir atrás dela, eu a achei em um penhasco olhando para o horizonte. Eu a chamei e ela não me ouviu, ou me ignorou... e eu fiquei queimando no sol. Quando tentei me aproximar fui atacado e ela se jogou. – sua expressão se tornou extremamente sombria enquanto ele ficava com os olhos paralisado falando de maneira lenta, isso ainda deveria o machucar muito.

O olhei com minha típica expressão despreocupada mesmo que estivesse surpresa pela sua história e sentindo um aperto em meu peito.

— Niklaus tem sorte de você estar viva. Eu deveria ter a transformado, ela querendo ou não. A dor de perder a família havia sido demais para ela.

— E talvez fosse pela eternidade.

— Eu estaria lá. - me olhou intensamente - Eu sempre estive. E ainda estou.

— Quer a trazer de volta?

— Eu quis, mas depois do que aconteceu com você fica difícil. Me fez pensar mais.

— Por isso quer tanto ver Ibis? Por isso estudou tanto sobre ela e procurou por ela mesmo que aparentemente ela estivesse morta?

— Sim. – ele realmente a amava e isso fez eu olhar na direção oposta.

Ele sofria por mais de 600 anos devido a morte dessa moça.

— E se ela não quiser voltar? - Elena o questionou e eu me dei conta que eles nos ouviam a um bom tempo.

— A escolha será dela.

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— Você está a 680 anos atrás dela? - Klaus o questionou evidenciando seu sotaque.

— Você não ficaria atrás da Sage? - arqueou a sobrancelha - A esperou por 1200 anos. O dobro do que eu esperei por Eva. Eu posso sempre estar brincando, mas o que senti e sinto por ela é real, eu tenho direito de viver. Afinal não sei se ela pode mesmo voltar.

— E se quer. - Damon complementou - Ainda existe esse fato Don Juan.

— E isso importa?

— Claro que sim. - respondi.

— Você gostaria de ficar no mundo dos mortos? - arqueou a sobrancelha.

— Eu tinha assuntos inacabados, mas se eu acreditasse mesmo que tudo estava condenado eu iria preferir ficar lá. Não é tão ruim assim. - dei de ombros.

— O que Sage? - Niklaus me olhou ultrajado e eu dei de ombros.

— Ué. Nada. Que escândalo Nik. - revirei os olhos.

Bufou e continuou com a atenção em Nataniel.

— Onde aprendeu a lutar? E como aprendeu sobre bruxarias?

— Sempre tive um fascínio por Ibis, afinal ela trás pessoas do mundo dos mortos. Ela evoluiu muito, mas eu não imaginava que tinha evoluído tanto como Sage me contou. Fiquei surpreso com isso. Eu sou um homem cultural Niklaus, rodei o mundo inteiro e aprendi tudo que apareceu em minha frente. Não deixei passar nada, fiz do mais bobo e desnecessário ao mais desafiante e útil. Aprendi comidas, aprendi a desenhar, dançar, lutar e todo o tipo de coisa que imaginar. Fiz faculdades e não foram poucas. - ergueu um dedo orgulhoso - Posso ir de um contabilista e um neurocirurgião para um físico nuclear, tudo que você puder imaginar.

— Uau. - pisquei olhando a mesa, a eternidade não me parecia ser mais tão entediante.

Peguei as folhas espalhadas pela mesa e olhei as pequenas letras... eu não morreria não é? Dei um sorriso mínimo e comecei a preencher minha ficha, mandaria para a universidade e esperaria a resposta. Eu sabia que tinha tempo mais do que suficiente para resolver isso, mas eu preferia ocupar minha mente e meu tempo... assim não ficaria tão ansiosa e ainda conseguiria um emprego autônomo, apesar de não poder crescer muito graças a eternidade. Eu não podia ficar nos holofotes mostrando para o mundo inteiro que eu era imortal.

Talvez esse fosse um método mais fácil de finalmente entender que eu tinha tempo e saúde de sobra pra viver da forma que eu bem entendesse.

Olhei para Damon que brincava com cosmo, o gato se irritou e se lançou contra o moreno que arremessou uma almofada contra ele, fiquei surpresa quando vi o gato pular sobre a almofado e voar no rosto de Damon cravando as unhas. Fiz uma careta e ri baixo.

~°~

— Daime eu não estou entendo nada. – pressionei os dedos m minha testa sentindo uma leve dor de cabeça.

— Sage... eu vou explicar de novo.

— Meu Deus, não quero, - me afastei do livro de física, meu novo hobby de desesperada - Isso é coisa de louco.

— Você não queria ser o novo Sheldon?

Antes eu queria, estava saltitante super confiante de que conseguiria, mas não consegui e bem... desanimei.

— O novo Sheldon precisa trabalhar. - avisei pegando minha bolsa e saindo da casa.

Me despedi do grupo que discutia em frente ao elevador e desci tranquilamente, caminhei em direção ao centro da cidade observando tudo ao redor e abri um sorriso mínimo para o nada enquanto avançava. Olhei ao redor quando senti que alguém me observava e vi que uma loira me olhava com uma expressão estranha, dei o dedo do meio para a maldita e continuei meu percurso. Deve ser uma daquelas criaturinhas de Marcel. Entrei na confeitaria quase quebrando a porta e notei que ela estava estranhamente vazia, dei de ombros e coloquei o avental. Me virei e levei um susto, a loirinha que estava do lado de fora agora estava dentro da lanchonete me olhando minuciosamente.

Fiz o mesmo com ela. Se tratava de uma mulher alta, extremamente branca de olhos claros e o cabelo loiro como de Bekah. Usava um hiper salto preto e um vestido colado cor vinho. Outra admiradora de Niklaus? Só o que me falta agora, uma guerra de rainhas da beleza. Meu pobre coração não aguenta tantos desafios.

— O que quer? - perguntei pegando um bloco.

— Você é Sage Verona?

— Depende de quem quer saber fofa. - ela estreitou os olhos e por fim riu.

— Deus... é exatamente como me disseram que seria. Estou procurando uma amiga e me disseram que talvez você saiba onde ela está. - cruzei os braços a olhando cuidadosamente, não me pareceu uma ameaça. Ainda.

— Qual?- que amiga em comum eu teria com essa senhora?

— Katerina. Katherine Pierce. - se corrigiu. Mas é claro que esse espécime tinha que ser amiga daquele troço.

— O que quer com a vadia? - arqueei a sobrancelha.

— Uma amiga distante Sage. - sorriu e eu bufei – Estou a procurando por anos e parece que agora ela finalmente se estabilizou.

Katherine não tinha o que fazer não? Ela tirava tempo pra hipnotizar as pessoas pra gostarem dela? É sério isso?

— Desde quando estrume tem amigos? - reclamei - Queridinha eu não vou te dizer nada, não sei quem você é sua biscate...

— Por favor Sage, vamos resolver de forma pacífica, ok? – percebi que ela estava se irritando – Eu não estou atrás de problemas, só quero que você responda a minha pergunta.

— Dá pra parar de me ameaçar?

— Eu não estou. - revirou os olhos e segurou meus ombros com força - Conheci Katerina a muitos anos atrás, inclusive sua nova família. Os Mikaelson inclusive me conheceram. Pode perguntar para Kol, Elijah, Bekah e Klaus. Eu não estou aqui para te ameaçar, estou apenas procurando por Katherine.

Suspirei irritada. Porque logo eu?

— Vai me dizer onde ela está?

— Quem é você?

— Natalie Tenebre.- sorriu.

— Hum. Tá ne. - dei de ombros - Se você quer problema eu te levo sim, não tenho culpa se você não sabe escolher as amizades.

Como se eu soubesse.

Dei um aceno para um Theo desanimado e sai junto com a moça, a olhei e percebi imediatamente que ela era uma vampira. Na realidade eu a sentia, olhei para o seu pescoço e dedos e não vi nada e então meus olhos pararam em sua pulseira cheia de bolinhas de lápis-lazúli. Quero.

— Te vejo depois, eu não vou me esquecer disso. – ela sussurrou.

Ela saiu correndo como um raio e Klaus tapou minha visão enquanto me puxava para si e beijava meus lábios de forma violenta, mordeu meus lábios delicadamente fazendo um pequeno corte e o olhei confusa pela explosão.

— Saudades amor. - reparei que ele me empurrava em direção ao seu carro - Quem era aquela mulher com você?

— Estava procurando Katherine. - ele franziu o cenho parecendo confuso.

— Qual o nome dela?

Gemi ao sentir uma pressão no coração e Klaus me olhou confuso e então sua expressão se tornou preocupada enquanto ele colocava a mão sobre o próprio peito. Klaus tossiu e eu o imitei em seguida tapando a boca com a mão, senti que ela estava molhada e fiz uma careta ofegando assustada com o que vi. Klaus segurou minha mão vendo ela completamente manchada de sangue. Gemi de novo quando uma outra onda de dor surgiu dessa vez quase me deixando inconsciente, meus olhos reviraram e seu senti uma pressão em minha cabeça.

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— Sage fique acordada. - sua voz estava rouca e carregada de desespero.

— Niklaus o que aconteceu? - ouvi a voz de Elijah.

— Não sei. - ele gemeu de novo - A segure. Nos leve para casa.

Fui passada para Elijah e me senti quase morta, eu estava gelada e pesada, era como se estivesse morrendo de novo. Não vi quando chegamos, apenas senti os lençóis quentes de baixo de mim e vi todos entrarem no quarto enquanto Elijah desaparecia ao lado de Kol.

— O que está acontecendo com Déa? - ouvi a voz de Enzo.

— Eu não sei. - Klaus deixava escapar alguns grunhidos de dor - Sage como você está?

— Horrível. - sussurrei.

— Ela está ficando gelada. - ouvi a voz de Caroline e senti a mão em minha testa.

Klaus gritou e logo depois eu entendi o motivo. A dor me atingiu com mais intensidade ainda do que da ultima vez, e ela veio direto para o meu coração e foi como se uma faca em brasas entrasse em meu peito. Senti o líquido subir pela minha garganta e me engasguei, Elena imediatamente virou meu rosto e eu vomitei tudo no chão.

— É sangue. - sussurrou - Ela está morrendo.

— É a transformação? - Damon perguntou.

— Não sei. Algo que os liga, Klaus está sendo afetado.

Fugi de suas vozes quando uma nova dor surgiu atrás de minha cabeça, o que está acontecendo?

— A marcação. - ouvi uma voz diferente dessa vez e abri os olhos vendo Natalie, o que? - Alguém está querendo retirar o que os marca. – ela se encostou despreocupadamente no batente da porta, deu um típico sorriso de Rebekah – Parece que há alguém insatisfeito com essa união... um ex louco, uma ex amante de Nik chateada...

— Natalie? - ouvi a voz de Nik bem baixa.

De onde ele a conhecia?

— Olá Mikaelson. - foi fria.

— O que quer aqui? - se aproximou de mim tocando minha cabeça, provavelmente achando que ela faria algo comigo e puta merda, queria que me matassem.

— Estou procurando uma pessoa. Mas acho melhor você agir mais rápido e ir logo atrás da aliança de vocês, se retirarem as marcas a chance de ela morrer é grande. - avisou e me olhou de lado - Você me deve um favor agora, espero que cumpra – abriu um sorriso malicioso – Eu vou cobrar.

Foda-se.

Olhei ao redor e vi que Elijah havia desaparecido, provavelmente estava tentando entrar em contato com alguma bruxa. Acenei com a mão. Eu resolveria com ela depois.

— Vamos Nik, atrás desse troço. - me levantei com dificuldade - Eu estou muito mole.

— Fique quieta Sage. – me repreendeu.

— Vamos achar isso logo Klaus, eu não quero ficar presa no mundo dos mortos com a sua mãe. - reclamei.

— Deixa de ser implicante Sage. - quase cai com outra nova onda de dor.

— Melhor ir logo Sage... - ouvi a voz debochada de Rebekah - É tempo o suficiente para Camille agir.

Me virei furiosa para ela. Camille vai fazer o que?

— É o que?

— Camille quer Klaus, e sem a marcação pra atrapalhar ela pode fazer o que quiser dele. - Caroline complementou.

— Ninguém me falou disso. - reclamei esquecendo completamente da dor.

— É comum quando a marcação é retirada, quem marca acaba esquecendo o marcado e qualquer um que dê em cima dele logo é escolhido para ficar com ele. - Elena cruzou os braços.

QUE ABSURDO.

Senti um ódio imenso começar a fluir dentro de mim. NUNCA NESSA VIDA QUE ALGUÉM TIRARIA ELE DE MIM. Me levantei em uma velocidade sobrenatural e encarei todo mundo de cara feia. Não mesmo.

Puxei Niklaus pela jaqueta que parecia estar possesso de ódio e me perguntei o motivo, o olhei atentamente e ele me respondeu sem precisar que eu fizesse a pergunta.

— Alguém está tentando nos separar e você vai morrer Sage. - sua voz saiu dura enquanto ele franzia o cenho - Eu posso sentir a aliança.

Klaus entrou no carro e eu o segui sentando no banco passageiro, apenas senti o ódio crescendo a cada minuto assim como a sede. Eu precisava muitos descontar essa raiva, infelizmente meu corpo parecia querer vencer as minhas vontades. Fechei os olhos por breves segundos e senti que Klaus me olhava, respirei fundo e virei a cabeça para o lado. Klaus parou o carro e eu senti novamente o ódio me invadir, desci do carro correndo e entrei no galpão enorme quebrando a porta.

Fiquei surpresa ao ver Gaspar segurando a aliança, ele estava rodeado de velas e me encarava surpreso.

— O que faz com a minha aliança? - perguntei irritada.

— Sage me deixe explicar.- pediu erguendo as mãos.

— Explicar? Está tentando retirar a marcação! Isso está me matando! - notei que ele ficou pálido.

— Não é minha intenção. Eu só quero que fique longe de Niklaus. - ele gritou e Nik se aproximou de mim segurando minha mão.

— E porque eu te escutaria? Você não sabe absolutamente nada sobre mim, por que merda eu te escutaria seu filho da puta? Para de se meter na minha maldita vida! Quando é que as pessoas vão passar a entender que eu amo Niklaus? - gritei.

— Ele é um assassino! Um sádico, maluco.

— E eu sou o que? - ri - Você sabe disse e se você destruir isso... vai se tornar um assassino. Eu não vou sobreviver.

Ele me olhou por um momento muito longo e eu percebi que ele tinha os olhos vermelhos, respirou fundo e lançou a aliança no ar e Klaus a pegou encaixando em meu dedo.

— Sage... eu sinto muito. Você sabe que essa não foi minha intenção.

Acenei com a cabeça, isso estava me deixando confusa.

— Não se meta mais nisso. Eu realmente não entendo o por que de você querer fazer isso, é horrível. - olhei para as paredes, desde quando minha vida perdeu o sentido?

— Ele não vai mais se meter Sage. - a voz de Niklaus saiu dura - Por que não vai viver.

Niklaus se lançou sobre ele e eu fiquei parada o olhando, e então ele parou com as mãos na cabeça gritando.

— Que merda você acha que vai fazer garoto? -Gaspar de irritou - Não se meta nesse assunto.

— E porque não me meteria nisso? É da minha companheira que estamos falando! - gritou se levantando ignorando a dor completamente, pude ver que seu nariz sangrava - Eu não vou aceitar que coloque ela em risco, mais do que já está. Sage já se envolveu demais nesse mundo e está fazendo coisas que não deveria, então pare.

— Sage já está envolvida desde que nasceu - Klaus agarrou seu pescoço - Se eu quebrar a marcação ela tem uma chance de se livrar de você e ter... uma vida.

— Você acha que eu acredito que está fazendo isso por Sage? Ela não tem nada com você. Eu viveria e ela morreria.

— Eu juro que não sabia.

— Como não sabe? Você é um bruxo.

— Não sabendo... - Klaus apertou mais ainda - Acha que eu prejudicaria... minha... filha?

Klaus apertou seu pescoço mais ainda.

— Se duvida... pergunte... para Eliza. - ele ficou roxo e vi que se quer tentava se defender.

— Nik pare. Niklaus. Pare agora! - gritei e ele o soltou - Como conhece minha avó?

— Eu já disse. Sou seu pai.

Pisquei confusa e me apoiei em uma caixa.

— Não é. - sussurrei - Meu pai é Misael.

— Seu pai sou eu. Sage... eu sinto muito, mas a sua vida é muito além do que conhece. - olhei ao redor sentindo uma dor de cabeça me dominar.

Impossível. Esse cara era poucos anos mais jovem do que eu... ou eu estava alucinando?

— Se é meu pai... como nunca ouvi falar de você? - me aproximei - Minha mãe nunca falou de você. Tenho certeza que sempre foi fiel a Misael, mesmo que ele não merecesse.

— Ela não é sua mãe. - sua voz saiu dura - Sua mãe foi outra pessoa. Misael sempre esteve certo Sage.

— Não. - ri sentindo meus olhos encherem de lágrimas.

Era impossível que isso estivesse acontecendo... Ibis me disse que eu tinha uma conexão com bruxaria... por causa de Gaspar? E Eliza sabe disso? Como? Oliver?

— Você foi deixada na porta do Verona quando era bebê. - me olhou atentamente - Eu descobri que estava em Mystic apenas esse ano, então fui atrás de você e percebi que era cercada de vampiros. Tentei me aproximar, mas eu não tinha ideia de como fazer isso... então entrei para o hospital como médico, queria ter certeza de que era você. Sua "mãe" gastava todo o dinheiro pagando para um biomédico manipular os exames de DNA, ela acreditava que um dia Misael a aceitaria como filha. O responsável pelos exames continuou mesmo depois que ela morreu.

— Eu tenho a idade de Oliver. - contrariei -Nascemos no mesmo dia.

— Não Sage. Eu tenho provas, coletei seu sangue quando foi ao hospital e ele é compatível com o seu. Você é um mês mais nova que Oliver, sua mãe escondeu isso de Misael. Como eu não sei.

— Quem é minha mãe biológica? - o olhei de lado.

— Isso não importa Sage. Ela não a quis. - desviou os olhos.

— Quem é?

Ele respirou fundo antes de me encarar.

— Isobel. - hum?

Cai durinha no chão.

~°~

Chorei agarrada a Elena que me encarava confusa, bebi mais um pouco da cerveja e minha boca adormeceu fazendo com que todo o líquido caísse no rosto dela que estava com a cabeça em meu colo.

— Sage. - se levantou como uma bala limpando o rosto - O que foi?

— Nós Elena, nós somos. - me agarrei a ela nos sujando de cerveja.

— Liguei para Eliza e ela virá quando “ela quiser”- Klaus entrou na sala nos encarando e falando debochado.

— Hum. - resmunguei.

— Por que Eliza tem que vir? - Elena se questionou confusa.

— Conversamos com Gaspar e segundo ele, ele é o pai dela. - Elena ofegou chocada - E acredite... ele disse que Eliza sabe a verdade. E que vocês são irmãs. - Elena nos olhou.

— Isso é impossível. Sage teria que ser mais velha ou mais nova... e Isobel se envolveu com Jhon.

— Parece que não foi só com ele. - resmungou - De todas as formas, acho melhor esperarmos por Eliza.

— Mas... - Elena encarava as paredes completamente perdida - Parece não fazer sentido... não faz sentido algum. Ele tem provas?

— Disse que fez um exame. O pior é que tudo parece fazer sentido... segundo Ibis eu tenho mais força que uma duplicata comum, pode ser graças a ele. - resmunguei - Mesmo assim nós fizemos outro exame e mandamos para um laboratório sem o conhecimento dele, saberemos a verdade.

— Como assim sem o conhecimento?

— Eu quebrei o nariz dele. - Klaus explicou.

— E o laboratório não questionou o fato do sangue não ter ido no tubo?- ela arqueou a sobrancelha.

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— Eles não são pagos para me questionar. - colocou as mãos nos bolsos e saiu de casa.

— Se formos irmãs? Como ficamos?

— Ficamos como sempre fomos, como irmãs Sage. - ela riu me abraçando.

— Você está aceitando isso tão bem. - a olhei de lado.

— Não tanto assim, mas não é algo ruim de fato. Talvez Isobel nem soubesse que éramos filha dele, mas me pergunto o que levaria a nos afastar. - colocou um dedo no queixo e sorriu - Vamos esperar Eliza.

Elena... excessivamente boazinha. Me enoja. Obviamente é minha irmã, toda família é completa por personalidades opostas.

— Oi Leninha. - Katerina sorriu nos olhando - Olá amiga. - se jogou ao meu lado e grudou sua cabeça na minha - Por que estamos abraçadas? - me apertou e eu revirei os olhos.

— Ai meu Deus que saco. - resmunguei - Katerina vai arrumar o que fazer.

— Já arrumei, vim te infernizar durante o dia e olha só que presente maravilhoso, tem uma pessoa a mais para eu encher o saco. - se levantou indo em direção a cozinha e jogou meu suco de limão na pia.

— Ah mas me faça o favor ne? - fechei a cara me levantando e derrubando Elena - Longe do meu suco!

Ela apenas sorriu maliciosa e virou a jarra derrubando mais suco, peguei a garrafa de cerveja e lancei em sua direção. Ela baixou e a garrafa acertou a ... minha... parede. Arregalei os olhos e Katerina também que correu em direção a sala. Estava prestes a matar ela quando a campainha tocou, fechei os olhos balançando a cabeça e fui abrir a porta com a minha pior cara. Tive vontade de fechar, como ela me achou aqui? Olhei para a loira que batia os pés de forma impaciente.

— E então? - arqueou a sobrancelha.

— Quem te mandou atrás de mim hein?

— Marcel. E não vim só atrás de você então por favor. - cruzou os braços e eu tombei a cabeça para trás revirando os olhos.

— Katerina você tem visita. Alguém que gosta de você... que novidade. – zombei.

A morena surgiu rapidamente e abriu a boca olhando em espanto para a nova figura que estava de pé na porta, rolei os olhos novamente ainda sendo antipática com a loira afinal eu não sabia o que ela queria. E se fosse uma louca atrás de Klaus? Ok, eu realmente tinha que parar de pensar que todo mundo queria Niklaus.

— Katerina. - sorriu maliciosa a olhando de cima a baixo - Então você está mesmo viva.

— Pelo jeito estou não é? O que faz aqui Natalie?

— Soube que estava com problemas e estou surpresa em te ver ao lado de Niklaus. E estou surpresa com essa nova amizade. - me olhou rapidamente - Não faz muito o seu estilo. Sempre escapando. - a olhou atentamente - Mas parece que cansou.

— A vida humana não é fácil. - resmungou - Eu estou feliz que esteja aqui... agora podemos mostrar aos nossos Salvatores o quão somos divertidas. - ouvi o vaso vindo, mas não me movi.

Ele acertou a cabeça de Katerina com força e quando eu vi Elena já tinha passado por mim e jogava Natalie contra a parede do corredor usando uma força descomunal, a loira se virou e torceu o braço dela a jogando no chão e levantou uma mão pronta para quebrar o braço de Elena. Mas não vai mesmo. Corri em sua direção e dei um soco em seu rosto que ela revidou ainda desnorteada, afinal para ela eu era uma humana. Nos olhamos nos estranhando e eu me ajeitei dando ombros e arrumando meu cabelo assim como Elena.

— Jamais na sua vida pense em ferir algum de meus amigos. - me irritei.

— Ela estava querendo me atacar. - azar o seu.

— Não faça mais isso. - a olhei de cara feia e Katerina se aproximou.

— Por essa eu não esperava. Sem brigas por favor, embora eu adore ver sangue, nós temos comemorações.- resmungou passando a mão na cabeça e então sorriu maliciosa - Vamos sair. Como... amigas. Para um bar... considere como uma despedida de solteiro. - olhou sorridente para mim - Niklaus vai enlouquecer.

— Katerina eu não estarei casando amanhã. - bufei irritada.

— Sage... quem se importa? É só uma desculpa para ver homens gostosos e encher a cara. – mexeu nos cachos e eu rolei os olhos trancando a porta de casa.

~°~

— Então você é amiga de Katherine. - resmunguei - Eu realmente não esperava muito por isso, tenho que ser sincera.

— Que Kat teria uma amiga? - colocou dinheiro na calça do dançarino e revirou os olhos o dispensando com a mão – Já vi melhores.- sussurrou em minha direção e eu concordei, Damon dançava bem melhor que isso.

— Algo assim. Eu sempre achei que ela fosse odiada. - Natalie me olhou de lado me analisando.

— Eu estava me preparando para te matar. - confessou.

— O que eu fiz?

— Você não queria me dizer onde estava Katherine e chegou em meus ouvidos que você estaria com ela presa a torturando. - me olhou de cima a baixo - Mas só pela sua personalidade já deu pra saber que se ela estivesse mesmo em perigo você teria esfregado isso na minha cara, louca por uma confusão.

— Como pode saber disso?

— Você está com Klaus. É o bastante pra me dizer tudo sobre você. - apoiei os braços na mesa e segurei meu rosto.

— De onde o conhece? - um cara veio dançar perto de mim e eu o empurrei o olhando de cara feia.

— Bem... quem é que tem mais de 500 anos que nunca ouviu falar de Klaus?

— Me pareceu que teve mais contato com ele. - comentei com descaso, eu estava curiosa sobre sua vida.

— Eu o conheci a muitos anos, fui uma amiga da família. – olhou para o palco com um olhar perdido.

— E porque sumiu? - ela me encarou seriamente.

— Acho que podemos falar disso depois. - piscou - Então isso é um clube de vadias? - olhou para mim e as duas duplicatas - Ainda tem vagas?

—Abriu uma recentemente. - me referi ao meu ódio recente por Bekah - Prove ser uma merecedora.

— O que eu tenho que fazer? - sorri maliciosa para Katherine e Elena e vi que a nova vampira se divertia com a ideia.

—Você tem duas opções... ou você beija Kol... ou...

~°~

— De forma alguma. Eu sou sensata. - ergueu as mãos rindo.

— Você é sensata? Fofa... não pode ser sensata! - ri - É um clube de vadias! Temos Mikaelson, Petrova e Salvatore. E eu é claro.

Elena ria segurando o isqueiro.

— Eu tenho certeza que nenhuma de vocês precisou fazer algo assim pra entrar no grupo eu realmente estou me sentindo mal por isso. - apontou para o lago - Parece injusto.

— É divertido por que é injusto. - Katherine respondeu - É só as suas boas vindas minha amiga. Vai ser de matar. – ergueu a própria garrafa.

— Então é essa as boas vindas dela? A minha não foi tão divertida. - Caroline se aproximou enroscando o braço em meu pescoço - Me senti desvalorizada agora.

— Não é só as boas vindas a Nat, é uma aliança, é uma boas vindas a guerra, ao meu reino, meu casamento, a uma família maior... a nossa vitória e união.

— Faça as honras. - Caroline sorriu para ela.

Natalie se abaixou colocando a boia com os foguetes no lago cheio de combustível, os fios entraram em contato com o combustível e ela chutou a boia para o meio do lago. A loira pegou o isqueiro da mão de Elena e então o jogou no meio do lago que foi completamente tomado por chamas nos fazendo saltar para trás, vimos os fios começarem a pegar fogo e nos grudamos umas as outras.

— Sage que merda você está fazendo? - me virei vendo Klaus com Damon e Stefan - Não seja maluca amor.

Pensei em responder ele, mas desisti. Ele arregalou os olhos e eu olhei para o lago, a boia tombou e os fogos vieram em nossa direção. Natalie desviou de um e eu fui acertada por outro, resmunguei de dor ao sentir a pancada em minha perna e senti as faíscas me queimarem por completo, fui atingida por mais fogos e alguns deles estouraram em mim e ao meu lado. Ouvi o resto do grupo gritar e cai pra trás rindo ignorando meu corpo dolorido, algum tempo depois os fogos cessaram e vi que todos estavam no chão. Olhei para minha perna vendo uma queimadura imensa e passei as mãos pelo meu cabelo o sentindo completamente queimado.

Olhei para o lado e vi Klaus de pé completamente limpo e arrumado e passei os olhos pelo grupo vendo todo mundo sujo de fuligem e sangue, roupas queimadas e rasgadas. Rimos.

— Uau, isso é que é comemoração. - ri me divertindo - Bem vinda ao clube monstro.

~°~

Ajeitei os meus cabelos agora médios e vesti a jaqueta de Klaus descendo para o andar de baixo da mansão. O reino estava mesmo sendo construído perto de minha casa, na realidade não era tão perto assim, mas minha audição o considerava perto demais já que cada martelada me doía a cabeça. Klaus disse que quase não ouvia nada e que provavelmente meus ouvidos estavam hipersensíveis, eu esperava que isso passasse, realmente me incomodava muito. Ouvi Elijah e Hayley conversando na cozinha e desci até lá vendo os dois em um beijo cinematográfico.

O que eu perdi? Rola sexo nessa casa e eu sou a última a saber?

Rolei os olhos e fui em direção a sala de tv, liguei a televisão e vi o lago queimando em plena luz do dia.

Não sabemos quem foram os responsáveis por isso Jonas, o lago está queimando desde a noite passada, foram encontrados fogos e o governo está pensando em um método de acabar com as chamas o mais rápido possível o cheiro é insuportável, tem muita fumaça....

Desliguei a tv e fechei os olhos ouvindo os passos em direção a casa, eu reconhecia o som de botas masculinas e sabia que não era Niklaus afinal eu não estava o sentindo por perto. Talvez fosse Kol voltando de outra viagem, ou até Marcel. Ouvi a porta abrir e franzi a testa ao sentir o cheiro desconhecido, me levantei usando minha velocidade de semi vampira e vi a figura perto da porta, eu não sabia como controlar a velocidade então eu quase passei reto por ele. Teria passado. Se ele não tivesse pegado o meu pescoço e o apertado com força. Ele me baixou até eu ficar na frente dos seus olhos e me olhou profundamente.

— O meu irmão... Niklaus Mikaelson está? - perguntou de forma dura.

— Finn?- perguntei engasgando sentindo o ar se esvair completamente,

— O próprio. - sorriu sombrio.