Eu sou o inverno

Sendo uma sobrevivente


— Ei Sage, não faça isso. Nunca mais. Nunca mais. - Alaric segurava minhas mãos enfaixadas - Você já não sente dor demais? Não se torture assim.

Olhei para Elena e ela só me apertou ainda mais em seus braços, me mantive ereta enquanto olhava Alaric no fundo de seus olhos, Jeremy estava ao fundo conversando com Jenna. Os dois alheios demais a minha chegada.

— Eu não sei o que fazer. Eu não sei por que eu ainda não fiz nada. - sussurrei confusa mantendo minha expressão fria - O que eu faço?

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— Fale com Liz. - Elena sugeriu - Ela vai os deixar seguros.

— Elena ele é um assassino. Eu estou aqui e ele está lá com os meus irmãos. O que eu faço? - toquei o meu cabelo molhado - Liz não pode se meter nisso.

— E se ele sumir?

— Eu tenho 17 anos, vão nos separar e eu vou morar em um orfanato. - sussurrei - E provavelmente nunca mais vou achar os meus irmãos.

Ela me olhou chateada e fez uma careta, Alaric passou as mãos pelos cabelos me olhando atentamente.

— Só mais quatro meses. - sussurrei - Mais quatro meses.

— Eu estou aqui. -beijou minha testa e sorriu.

— Eu sei que sim. - concordei levantando meus olhos e os fixando no espelho a minha frente.

Parecia ter voltado de uma guerra, meus cabelos longos estavam molhados, a pele pálida sem nenhum pingo de cor, os olhos azuis escuros, olheiras imensas e profundas, as mãos e coxas enfaixadas por faixas sujas de sangue.

— Bem... vamos jogar twister? - eles riram.

~°~

— Sage se mexe. - Matt me empurrou quando eu quase morria no campo.

— Não consigo mais correr. Faz ele parar! -implorei olhando o treinador.

— Não temos essa autoridade irmã. - Oliver surgiu.

— Chega. - o treinador gritou e apontou para mim - Menos você. Não deu uma única volta Verona.

O olhei de cara feia, a surra da noite anterior havia acabado com minha energia. Eu sentia dores terríveis e estava exausta sem nem conseguir levantar a perna direito. Oliver me olhou e eu arranquei meu tênis jogando na cara do treinador enquanto entrava em uma das minhas crises de ira.

— Vai para o inferno! - gritei.

— Se não der 30 voltas até o fim do dia está reprovada. - o olhei em choque.

Eu vou matar esse filho da puta. Oliver me parou me segurando com força me impedindo de ir até ele, meu gêmeo me pendurou em suas costas e eu rodeei sua cintura com as minhas pernas, o treinador o olhou confuso e Oliver revirou os olhos.

— Você disse que queria que ela desse 30 voltas, mas não disse de que forma seria. - explicou enquanto começava a correr.

Abracei o pescoço de meu gêmeo enquanto respirava ofegante e fechava meus olhos.

~°~

— Brenno eu já disse que não quero mais nada com você me deixa em paz! - empurrei sua mochila para longe e ele foi lançado para o chão junto com ela - Vai para o inferno desgraçado! - bati nele com a lâmpada que eu segurava.

— Sage você é uma vadia. - me passou uma rasteira me fazendo cair no chão, bati a cabeça e fiquei zonza - Uma tremenda de uma vadia. Eu estou tentando te ajudar a se livrar daquelas coisas e você vem fazer isso comigo? Me escuta. - ele me encarava como louco.

Dei um soco em seu rosto o fazendo sair de cima de mim e me levantei tonta correndo pelos corredores enquanto me apoiava nos armários. Virei um corredor e quando achei que estava livre senti minha cintura ser enlaçada e meu corpo foi jogado com violência contra o armário, esperei algum golpe, mas me surpreendi quando ouvi um baque e vi Brenno cair ao meu lado. Ergui os olhos me surpreendendo ao ver o loiro.

— Obrigada Stefan. - me levantei agarrando seu pescoço.

~°~

— Olha só quem temos aqui... a garota problema. -olhei para Misael evidenciando meu ódio - Boneca eu ando precisando de mais dinheiro. O que você trás não é suficiente. - chutou as garrafas de cerveja.

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— Problema seu, bebe por que quer. - dei de ombros e ele lançou uma garrafa em minha direção que por pouco não me acertou.

Eu já estava em meu limite com ele, eu não suportava mais essa vida, eu já havia passado por muito e senti que o momento estava chegando, eu estava perto de me impor a ele.

— É melhor ficar quieta. - se aproximou em fúria e eu continuei imóvel.

— Qual o plano? - perguntei nervosa.

— O que acha? Ainda é virgem não é? - o olhei chocada - Vai dar um bom dinheiro.

— Nem fudendo. - joguei um vaso nele que me retribuiu com um soco que quase quebrou meu nariz, senti o sangue inundar minha boca e fiquei parada na sala encarando nada enquanto ele ia ao meu quarto e voltava para a sala com os braços cheios de vestidos.

— Pode escolher um para a noite. – olhei as peças de roupas jogadas sobre o sofá, isso era humilhante.

Ele nunca havia se rebaixado e me rebaixado a tanto.

— Não foi um pedido. Ou quer problemas para Blayk e sua irmãzinha? Ela só tem quinze anos.

Duas horas depois eu estava largada em um beco escuro no meio de outras prostitutas, me afastei lentamente do grupo e fui para a outra ponta do beco engolindo a raiva, ajeitei a saia e mexi nos cabelos nervosa. Olhei ao redor querendo fugir do local, mas permaneci no mesmo. Eu era fraca demais, vulnerável demais. Eu não tinha nem forças para uma briga real e a situação de meus irmãos não me ajudava em nada, eles eram muitos novos e eu não podia os deixar passar por um trauma maior do que já passavam.

— Hei. - um cara puxou meu braço e eu senti meu coração bater descontroladamente no meu peito, eu não estava pronta para isso e nunca estaria, eu nunca fiz nada para merecer algo assim.

Eu não tenho que estar aqui.

Me vi em uma situação difícil, ou eu o espancava e roubava o seu dinheiro, ou eu bem... Vou fugir.

— Moço não sei de nada. Só vendo drogas. – tentei fugir torcendo para que ele não me pedisse nada, eu preferia ser presa por Liz.

— Não parece. - me olhou de cima a baixo.

— A intenção é não parecer quer que eu pendure uma placa no pescoço?

Ele não respondeu apenas tentou me puxar a força, irritada lhe dei um soco na cara e me afastei ficando de baixo de um poste. Damon surgiu do nada agarrado a Elena que me puxou para trás dela, o moreno encarou o homem mortalmente que apenas deu as costas e desapareceu.

— Sage... - Elena me olhou.

— Vou ter uma conversa com Misael.

— Damon não se mete. - sussurrei.

Ele me olhou atentamente por breves segundos, lançou um olhar para Elena e veio em minha direção segurando meu queixo e me olhando intensamente, vi suas pupilas dilatarem.

—Sage você não saiu de casa de hoje, passou a noite com os seus irmãos. Nunca ouviu proposta alguma e nunca pisou nesse lugar nesse horário...

~°~

Acordei sobressaltada olhando ao redor, Niklaus se levantou em um pulo fazendo o mesmo e então desviou o olhar para mim e deu um sorriso amargo, passou as mãos em meu cabelo e beijou minha bochecha me olhando em compreensão.

— Ei Sage...

— Shiu. - me sentei apoiando minha cabeça em seu ombro.

— Não deixe que isso te derrube. Nunca importou antes não é?

Ele me olhava visivelmente nervoso, eu estava afetando Niklaus, ele estava tão péssimo quanto eu e eu me sentia horrível por isso já que ele não tinha tempo e nem cabeça para resolver os próprios problemas, ele ficava tão tenso que se esquecia que tinha outros afazeres. A minha dor estava o tomando por completo, o consumindo tanto quanto me consumia e eu sentia que o mesmo ocorria com todos ao meu redor. Até mesmo Elijah parecia afetado, eu me perguntei o quão ruim eu estava para deixar até o vampiro mais controlado assustado.

— Exatamente. Eu estou dando o meu melhor Nik, faço o possível para evitar os sonhos, as vezes é difícil. Já dormi em pé. - brinquei e senti ele ficar tenso.

— Acontece do nada?

— As vezes sim.

— E já aconteceu na rua?

— Não. Só quando estou relaxada, eu sei me cuidar Nik. Acho que já provei isso.

Me escorei em seu corpo sentindo a sua pele quente e macia, mordi os lábios e dei um beijo em seu pescoço. Olhei para fora e percebi que ainda estava de madrugada.

— E como fica com Rebekah?

— Eu só preciso de você agora. Estava certa, você vale por um exército. – vi que ele se desviava do assunto, ele jamais faria algo grave contra Rebekah, diferente de mim que a queria trucidar.

O relacionamento entre eles sempre foi difícil e intenso assim? Ele tratava como se nada demais tivesse acontecido, como se ele realmente não se importasse, Klaus estaria se tornando mais humano em relação a família ou o meu elo e a marca estariam o afetando a tal ponto?

— Vai fazer alguma coisa com ela?

— Eu já fiz a algum tempo. A deixei dormindo por séculos.

— Então está achando que foi merecido? - o encarei surpresa.

Niklaus tomou alguma droga enquanto estava com Marcel? Isso não pode ser normal.

— Talvez, mas como eu disse Sage... apesar de minhas diferenças não resolvidas com Bekah esse não é o momento, tenho outras prioridades por agora. O que me leva a pensar... o que aprontou enquanto estive longe?

— Talvez eu tenha provocado um pouco o Marcel, não acho que ele ligou muito. E acho que só...

Olhei para o teto tentando me lembrar de algo importante, mas nada me veio a cabeça. Mandei um beijo para ele e saltei da cama indo para o banheiro, tomei um banho rápido e me vesti o menos discreta possível. Sorri para Klaus e o olhei com minha feição mais simpática.

— Ei Nik. Quer sorvete?

Ele olhou para a janela vendo a lua e riu.

— Como nos velhos tempos.

~°~

Olhei para Marcel com a minha cara mais antipática possível, ele estava me irritando profundamente com aqueles olhares nada discretos que lançava em minha direção. Suspirei olhando aborrecida para Theo.

— Problemas com o rei dos vampiros?

— Não é mais o rei dos vampiros. - Marcel me ouviu e fechou a cara.

O moreno se levantou da cadeira no fim da lanchonete e veio em minha direção se sentando em uma das cadeiras de frente para o balcão.

— É bom ver que está saudável. Forte. Viva. – debochou.

— Marcel não me ameace, acho que você já teve uma prova de com quem está lidando. - Theo saiu de fininho - Nem Klaus me assusta, quem você acha que é para me meter medo?

— No momento que te vi eu percebi que não pertencia aquela vampiro, sabia que era alguém mais poderoso, mas não achava que logo Klaus teria a sorte de ter alguém tão parecida com ele.

— A obrigada. - envaideci dando um sorriso sincero.

— Não foi um elogio. - debochou e eu fechei a cara enfiando um garfo em sua mão, ele me olhou horrorizado.

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— Se veio me ofender é melhor fugir, não fique achando que preciso de madeira e fogo para te matar. - sussurrei ameaçadoramente.

Ajeitei meu avental e sorri simpática.

— Posso fazer uma sugestão? - ajeitei meu coque pegando uma xicara e a enchendo de café.

—Estou aqui justamente para ouvir as sugestões de uma mulher perspicaz que me enganou. -falou cínico arrancando o garfo da mão.

— A torta salgada está uma delícia, fui eu quem fiz. Todos aqui adoram... no seu caso tem um tempero especial. Que é veneno, você não morre com isso não é? Então não recuse. Mostre que sabe perder com dignidade. -alfinetei colocando um pedaço da torta na sua frente junto com o café.

—Esperava ou vir uma sugestão sobre como recuperar meu reino de volta e não do que comer no café da manhã.

— Seu reino não foi roubado. Foi conquistado. - falei orgulhosa.

— Entenda como quiser. Eu enxergo como um roubo.

— Você não foi morto pois Klaus gosta muito de você. - admiti -Então não fique querendo bater de frente comigo Marcel, ele já entendeu que eu sou o suficiente. Ou você cala a boca e se põe em seu lugar ou eu te mato. E não ache que Klaus vai me impedir. - suguei o líquido pelo canudo.

— Não estou querendo uma guerra, não aceito essa situação. Não estou satisfeito com ele e muito menos com você, não queria entregar meu reino.

— Não entregou. Eu o tomei. - peguei um pedaço de sua torta.

— Não estava envenenada? - sorriu.

— E cobra morre com o próprio veneno? - ri de sua cara chocada.

— Cuspiu na minha comida? - ri.

— Claro que não que horror. Eu sou ética. - me orgulhei - Funcionária da semana.

- Só tem você e o dono trabalhando aqui, digamos que não há muita escolha. – riu de mim, claramente.

— Não debocha de mim seu... homem centenário ordinário.

— Não estou. - me olhou perplexo.

—Temos um acordo? Terei sua lealdade?

Olhamos para a parede de vidro ao ouvir a voz baixa de Klaus, ele sorria enquanto conversava com Elijah e Hayley. Vi um pequeno sorriso surgir nos lábios de Marcel e seus olhos brilharam, logo ele reprimiu tudo isso e me encarou sério. Devolvi o olhar, eu definitivamente não entendia absolutamente nada dos sentimentos dos vampiros, eles são realmente muito estranhos, é a coisa mais confusa do mundo.

— Sim, mas eu não gosto de você. - apertou minha mão.

— E eu não confio em você.

— Por Klaus. - o olhei desconfiada.

— Por um reino poderoso. - o corrigi vendo que era isso que ele queria dizer - Eu é quem estou aqui por Klaus. Cada um com seus propósitos.

Ele acenou afirmando e logo eu sentia o cheiro de Klaus adentrar no local, olhei para a porta e vi que ele encarava Marcel em um misto de raiva, desconfiança, incredulidade e carinho. Imaginei o quão difícil estava sendo ficar naquela situação.

— O que quer com Sage? - sua voz saiu dura - O que faz no trabalho da minha mulher?

— Namorada. - corrigi baixo e ele me repreendeu com o olhar.

— O que faz aqui? - insistiu se sentando ao lado dele.

Elijah e Hayley se sentaram em um local afastado, Theo os atendeu e se aproximou de mim.

— Eu não queria estar em sua pele. - sussurrou e sumiu.

— Estou esperando. - Klaus sussurrou impaciente.

— Estávamos resolvendo algumas pendências. - olhei Klaus tocando sua mão que estava sobre o balcão.

Ele nos olhou brevemente e depois focou seu olhar em mim exigindo uma explicação, era óbvio que ele achava que Marcel representava uma ameaça para mim. Eu duvidava muito que fosse, mas não o conhecia.

— Que pendências?

— Fui grossa. E estava colocando Marcel em seu lugar.

O moreno me deu um sorriso duro e debochado, estreitei os olhos.

— Não me olhe assim. - ameacei furar seu olho com o garfo.

— Sage estamos em público. – Niklaus repreendeu.

— Você mata quem ver.

— Até Letícia? - apontou para a idosa no fim da lanchonete que acenava para mim.

Baixei o garfo e sorri para Marcel de forma simpática, eu tinha que fazer algo contra ele para aquecer meu coração em pedaços.

— No seu próximo café terá verbena. - ri discretamente e ele revirou os olhos olhando seus poucos vampiros vivos.

— Tudo bem, parece que você não tem medo de nada mesmo hein Sage? - falou meu nome de forma debochada.

— Sua conta, vai pagar o dobro pois não sou obrigada a te aturar de graça. - anotei em sua conta o dobro do que havia consumido - E minha gorjeta. - saltei o balcão e peguei sua carteira - Pode ir embora. - despachei.

Marcel me encarou por breves segundos antes de pegar a carteira se virar para seu grupo e ir embora, olhei para Klaus que ria discretamente e abri um sorriso amargo.

— Theo... eu já vou. - avisei ao ver que havia dado a minha hora.

— Até logo Crista. - se despediu.

Olhei entediada por todo o local, eu estava exausta. Os pesadelos não me deixavam pensar com clareza e eu me perguntava constantemente se a morte era pior do que eles, parecia um tremendo de um inferno ter que lidar com isso por mais tempo. Era doloroso demais me lembrar de todas essas coisas, eu era grata por tudo que fizeram e ver que meus três amigos estavam nessa situação só fazia que tudo ficasse muito pior do que já era. Mil vezes mais doloroso, eles haviam feito tanto por mim e eu havia retirado a liberdade deles.

O pior era rodar a cidade inteira e nunca achar a maldita bruxa que me ajudaria com isso, era estressante. Eu havia ficado mais de 8 horas na rua falando com todas as bruxas, mas nenhuma soube me dizer qual era o problema.

Olhei para Elijah e Hayley que conversavam animados em um canto da confeitaria, o moreno estava agindo como um verdadeiro guardião dela tentando fazer ela se sentir confortável no meio de tantos problemas e tantos vampiros. Não era difícil imaginar como ela se sentia, algumas vezes até eu pensava em desistir do mundo sobrenatural e me jogar em uma casa de praia em uma cidade pequena onde eu viveria de água do mar e lagostas que eu mesma capturaria... ok, não chegaria a tanto.

Sai para fora com Klaus que me segurava pela cintura, Elijah e Hayley que escondia a barriga sob uma imensa blusa azul. Olhei ao redor notando que a cidade estava estranhamente quieta e suspirei me agarrando a Klaus, o olhei de lado e peguei o meu celular sorrindo ao ver que Caroline me ligava.

— Ei...

Sage meu Deus...— me interrompeu.

— O que foi Care? - parei e minha família me olhou - Aconteceu algo com Damon? Bonnie? Matt?

Stefan saiu de Mystic, o perdemos e eu acho que ele foi para a Inglaterra. Não tenho certeza. Pode ter ido para ai.— ela estava desesperada, podia ouvir a voz de Elena ao fundo conversando com Enzo.

— Ok Caroline, não se preocupe com isso ok? Stefan deve estar rondando por ai. Estou segura aqui, não se preocupe.

Acha que ele pode tentar algo contra sua família?

— Ele não é tão baixo assim... afinal ainda é amigo de Oliver e gostava dos gêmeos. Stefan quer a minha cabeça. - Hayley se mexeu grudando seu ouvido em meu celular.

Eu sei, mas não custa informar não é? Já o avisei disso Sage. Não precisa ligar, eu espero que você fique segura Sage. Não saia de perto de... Niklaus.

— E Damon? - sussurrei.

Desidratando.— pude ouvir sua voz vacilar - Eu até gosto desse imbecil, ele me ajudou bastante e Elena está sofrendo tanto Sage. — começou a chorar.

— Eu vou fazer de tudo para poder trazer eles de volta. Você sabe disso... eu estou tentando, eu juro que estou, mas não acho nada.

Eu sei irmã. Logo estaremos todos juntos, tudo vai voltar ao normal.

Nos despedimos e eu olhei meu grupo. Eu precisava me esforçar mais do que isso.

~°~ 3 dias depois ~°~

Solucei de raiva secando minhas lágrimas enquanto avançava em direção a mais bruxas e um grupo de vampiros, mostrei a pedra e ninguém soube me dizer realmente para quê ela servia. Marcel havia garantido para Elijah que se tivéssemos a tal moça Davina iriamos conseguir descobrir o que era a pedra já que aparentemente era algo do mundo dos mortos, segundo fora o que uma bruxa me dissera. O problema era que ninguém sabia me dizer onde Davina estava. Era o máximo que eu havia conseguido de informação.

Me sentei no chão e encostei meu queixo nos joelhos deixando as lágrimas caírem livremente. Stefan havia aparecido na Inglaterra e havia feito zilhares de perguntas a Oliver que não me entregou por nada nessa vida, como eu adivinhei, ele não fez nada a meu irmão e ao restante de minha família. E o problema piorava, Damon estava severamente desidratado, praticamente morrendo de sede, Caroline me garantiu que um vampiro pode passar algumas dezenas e até uma centena de ano sem beber nenhuma gota de sangue e mesmo assim sobreviver, mas eu preferia não correr riscos. Bonnie e Matt ainda estavam internados.

E é por minha culpa que tudo está dando errado. Se eu nunca tivesse aberto a boca para especular sobre Anellise isso nunca teria acontecido, a maldita Estella ainda estaria enterrada de baixo da mansão definhando. Se eu tivesse evitado isso Bonnie e Matt não estariam em coma, Damon não estaria morrendo e Stefan não estaria me caçando. E provavelmente eu estaria aqui da mesma forma, mas com meus amigos bem e felizes. A culpa me assolava por completo.

Ergui a cabeça quando senti algo tocar minha cabeça e depois minha perna. Ergui os olhos e não vi nada, fiquei confusa e novamente senti o toque gélido. Minha blusa foi puxada, não pelo vento... parecia que tinha sido agarrada. Fiquei confusa com essa atitude e então segui em direção ao puxão. Isso era um sinal? Era... algo? Bonnie talvez? Eu havia ouvido falar sobre isso uma vez... se eles estivessem presos entre um mundo e outro...

Olhei para o lado em frente a uma vitrine espelhada e me assustei com o que vi, um reflexo quase imperceptível aparecia ao meu lado segurando minha blusa, ao lado dele haviam dois corpos que eu reconheci facilmente. Damon puxava minha blusa, ao meu lado esquerdo estava Matt e ao lado direito estava Bonnie que parecia estar extremamente concentrada. Eu entendi imediatamente, ela estava usando todas as suas forças para me dar pistas, me assustei quando seu reflexo começou a desaparecer e mais do que depressa comecei a seguir os puxões que Damon me dava.

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Corri pela cidade tentando me guiar enquanto ia em direção ao hospital, fiquei confusa e continuei o percurso e então o puxão cessou e eu fiquei no meio da rua só tendo tempo de virar a cabeça para o lado e enxergar o veiculo branco vindo para cima de mim e me acertando.

~°~

— Só pode ser perseguição. - resmunguei vendo o médico - Só você trabalha aqui?

— Não. É que eu gosto de você. - piscou debochando - Afinal outro médico acharia bem estranho que você ganhasse ferimentos todos os dias e aparecesse curada do nada. Alguém tem que te livrar das perguntas que não devem ser respondidas. - ele parecia terrivelmente irritado.

— Gaspar você está me sacaneando? Seu cretino! - joguei meu travesseiro nele gemendo de do ao sentir minha costela quebrada, eu estava mais agitada que o normal, precisava achar uma maneira de me comunicar com Bonnie novamente.

— Sage fique calma ok? É meio óbvio perceber que algo está errado. Você quebrou uma perna e três dias depois apareceu sem gesso e andando perfeitamente. - anotou algo em sua prancheta – É claro que depois me veio com um braço quebrado não é?

— Fique quieto.

— É claro que fico. - piscou - Não quero seus amigos vampiros atrás de mim.

Evitei me mostrar surpresa mesmo estando chocada.

— Como... você é um vampiro? - ele riu.

— Não. Não consegue sentir?

Me controlei tentando sentir sua energia, precisei de um esforço anormal para poder senti-la e quando senti me surpreendi. Era fraca, quase inexistente.

— Você é um ser sobrenatural. – confirmei.

— Sim Sage. – ele me encarava sério esperando que eu dissesse alguma coisa.

— Por que me conta isso?

— Para ter mais uma aliada. Sei de Esther, todos sabem disso. - explicou me examinando.

— Não sei se confio em você. Está me seguindo?

— Sim. – respondeu sem hesitar e isso me fez confiar um pouco mais nele.

— Por quê? - fiquei confusa.

— Vai saber logo, você é necessária para parar Esther... – ele avisou – Ela tem uma rivalidade em especial com todas as duplicatas de Ibis.

Levei um susto quando minha bolsa foi arremessada para o outro lado do quarto derrubando tudo que havia dentro, praguejei de raiva e o médico olhou para meu celular que piscava como louco. Me entregou o aparelho enquanto olhava confuso por todo o quarto, logo sua expressão se suavizou como se entendesse o que passava. Talvez ne? Afinal ele é um lobisomem. Eu acho.

— Ei. - atendi e ouvi a voz suave de Niklaus.

Oi amor. Onde está?

— No hospital.

Não estou surpreso.— ele riu.

— Eu sim. Não é todo dia que se é atropelado por uma ambulância.

Ele gargalhou.

Definitivamente não estou surpreso. Vou te buscar Sage... qual hos...

Deixei de ouvir a voz de Niklaus quando o médico se virou para mim segurando a pedra vermelha com um olhar de terror evidente, ele escancarou os lábios e me olhou assustado. Desliguei o celular imediatamente e toquei o ombro do médico.

— Sabe o que é essa pedra? – perguntei descendo da cama.

— Pedra purga. – a encarava em choque como se visse o objeto mais precioso de sua vida.

— Como?

— De purgatório. - ele me olhou - Alguém usou isso?

Entendi imediatamente que ele era um bruxo e não lobisomem como eu imaginava.

— Sim. Eu briguei com uma vampira. E essa pedra brilhou e então meus amigos que estavam perto dela caíram desacordados, eu estou a quase dois meses tentando achar alguém que me ajude a parar isso. - falei agitada e vi ele me dar um olhar duro carregado de dor e medo.

— Não me diga que encostou nisso depois de usado. - negou com a cabeça - Foi a primeira a tocar nisso depois que foi usada?

— Sim. Fala logo, como para isso? - fiquei nervosa.

— É uma pedra de troca. Seus amigos ficaram presos entre o mundo dos vivos e dos mortos.

— Pedra de troca? - perguntei confusa - Tenho que destruir?

— Não adianta destruir. Significa Sage que eles só estão lá pois você não interrompeu seu ciclo de vida. Ou seja... você está aqui. Quem toca a pedra depois de ser usada se torna responsável pelas almas que ficaram presas no feitiço.

— Quer dizer que para Damon, Bonnie e Matt voltarem eu... - murmurei chocada.

— Precisa morrer.