Por que ele?

Um acidente?


Eu me assustei um pouco e empurrei o Laito levemente.

– Não se preucupe, mesmo que a resposta que você esteja pensando seja sim, eu não faria nada com você. Gosto do seu rosto inocente. - Disse ele ajeitando o chapéu, que havia caído.

– Posso confiar em você, não é? - Eu disse.

– Talvez. - Laito se virou para mim e deu um sorriso. Depois disso ficamos um tempo em silêncio, até eu falar.

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– Você poderia me dizer onde é a biblioteca? - Eu perguntei.

– Claro. - Laito falou se levantando e novamente estendendo a mão. Eu peguei a mão dele e ele me levou para a biblioteca.

Chegando lá, eu vi várias estantes cheias de livros e comecei a olhar por lá, um livro me chamou atenção e eu tentei pega-lo, mas quando o tirei, a estante virou e os livros começaram a cair. Antes que eles me atingissem, Laito me puxou pelo braço e felizmente eu não me machuquei.

– Você está bem?

– Sim, obrigada... - Eu estava um pouco em choque pelo que havia acontecido.

– Que barulheira é essa? - Uma senhora idosa apareceu e me viu nos braços de Laito, eu fiquei um pouco envergonhada e não consegui falar nada.

– Acho que vocês precisam de estantes melhores, talvez nas paredes. Minha colega de classe tentou pegar um livro e a estante quase caiu sobre ela. - Laito disse.

– Oh, me desculpe! - A senhora se aproximou de nós. - Você está bem? Se machucou?

– Eu acho que não... Obrigada pela preucupação. - Ela começou olhar meu rosto.

– OK, eu pedirei para que os funcionários limpem a bagunça, podem ir se quiserem. - A senhora começou a pegar os livros e deixa em cima de uma mesa.

Laito me levou para fora da biblioteca e soltou minha mão e se virou para mim.

– Acho que o intervalo já vai acabar. Quer ir logo para a sala? - Laito perguntou.

– Sim. - Eu respondi.

– OK, fique atrás de mim, os corredores estão muito cheios. - Ele disse, eu apenas concordei com a cabeça.

Laito começou a andar e eu fui atrás dele, acho que após eu ter dado alguns passos, eu meio que tropecei e cai em Laito, ele olhou para mim e percebeu que eu havia tropeçado. Eu senti minha perna começar a arder e eu não conseguia me equilibrar direito. Ele olhou para minha perna e eu também, vi que estava sangrando. Eu havia me arranhado quando Laito me puxou.

– Eu não consigo andar direito... - Laito não disse nada, apenas me pegou no colo e começou a andar.

Suas mãos frias encostavam em mim, eu fiquei um pouco desconfortável durante o trajeto, eu pensei que Laito estava me levando para a sala, mas ele desceu para o primeiro andar comigo e parou em frente a uma sala, percebendo a presença dele, uma garota que estava dentro da sala, abriu a porta e pediu para que nós entrássemos.

Ela entrou em outro cômodo e saiu de lá com uma moça vestida de branco que aparentava ser infermeira. Ela me viu com Laito e pediu para nós acompanharmos ela. Entramos em uma espécie de consultório, Laito me deixou em uma cadeira branca que havia ali.

– Eu sou a enfermeira da escola, caso esteja se perguntando. - Disse ela mexendo em uma gaveta.

– O-OK. - Eu respondi.

Ela se aproximou de mim com algodão e uma espécie de fita, que eu não sei o nome. Ela limpou um pouco o sangue que estava em minha perna e eu pude ver que era um grande corte.

– É um pouco profundo, eu aconselho que você não ande muito até que se cure. - Disse ela passando a fita em volta do meu arranhão.

– Claro. - Eu disse.

– Você que a trouxe - Disse ela tentando chamar a atenção de Laito.

– Sim? - Laito olhou para a enfermeira.

– Poderia assegurar que ela não se esforce muito enquanto não está curada? Eu poderia falar com o pai dela para que você possa cuidar dela. - A enfermeira disse.

– Claro, seria um honra. - Disse Laito abrindo um sorriso.

– OK, minha parte está terminada, eu pedirei a que liguem para seu pai avisando.

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– Tá. - Eu disse e Laito se aproximou de mim, ele pegou minha meia calça e começou a coloca-la em mim, quando eu lembrei que ela ia até debaixo da minha saia. Após chegar a parte da meia que ficava debaixo da saia, Laito pareceu não se importar e continuou colocando. Suas mãos eram frias e eu não pude evitar dar um pequeno gemido. Laito colocou apenas um lado, pois o outro estava rasgado e com sangue, depois disso ele se sentou ao meu lado, esperando a enfermeira voltar.

Eu estava com sono e bocejei, Laito cruzou os braços um pouco impaciente. Depois de uns 5 minutos o sinal tocou para os alunos voltarem para suas salas e a enfermeira finalmente voltou.

– Desculpe a demora, demorou um pouco convenser seu pai a deixa-lo ficar na sua casa. Ele ficará com você por umas duas semanas.

– Ele durmirá na minha casa durante esse período? - Eu perguntei.

– Se o responsável por ele deixar... - A enfermeira olhou para Laito.

– Eu não tenho responsável. - Laito disse sorrindo e eu fiquei um pouco chocada por ele estar sorrindo ao falar que perdeu seu pai e sua mãe...

– Mas você não tem nenhum irmão maior de dezoito? - Ela disse.

– Tenho, na verdade dois. - Laito pareceu não gostar de quem ele estava falando.

– Eles estudam aqui? - A enfermeira perguntou.

– Sim.

– Poderia me dizer o nome deles?

– Reiji Sakamaki.

– E o outro?

– Ele não resolverá nada se vier.

– Mas me diga o nome dele mesmo assim, por favor.

– Shūu Sakamaki.

– Está bem, vou mandar chama-los.

Um minuto depois, um garoto loiro abriu a porta.

– Só achei ele. - Disse ele entrando ao lado do garoto com quem eu havia esbarrado antes.

– Obrigada Edward. - Disse a enfermeira. Enquanto o garoto se retirava.

– O que você fez? - O garoto de óculos disse olhando para Laito.

– Nada. - Laito disse.

– Você deve ser o irmão mais velho de Laito não é? - A enfermeira perguntou.

– O segundo mais velho. - Ele disse.

– Ah, quantos anos você tem?

– 18. Reiji Sakamaki.

– Oh, sim. Eu queria a sua permissão para Laito passar algumas noites na casa daquela garota. - A enfermeira disse apontando para mim, fazendo Reiji olhar em minha direção. - Eu gostaria que ele ajudasse ela a se recuperar.

– Isso é estranho, pois os pais dela não deveriam ajuda-la a se recuperar?

– Eu sei, mas eu conversei com o pai dela por telefone e ele disse que estará muito ocupado esses dias. - A enfermeira ensistiu.

– Eu não me importo. - Disse Reiji saindo da sala.