Remember me

Capitulo 39 - Revivendo os velhos tempos


Revivendo os velhos tempos

— Eu vou ganhar... – eu disse a ele, eu estava bem na frente com o carro, Peeta tentava, tentava, mas não conseguia passar de mim, eu realmente era muito boa com jogos de corrida.

— Eu ainda vou... Eu vou... – ele disse, ele até se levantou do chão e se aproximou da TV, percebi que ele apertava os botões do controle com mais força, ele até se aproximou mais eu... – AH DROGA! – ele resmungou, assim que passei da linha de chegada. AHÁ o venci no videogame, de novo.

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— Você tem muita sorte nesses jogos! – ele reclamou, sentando-se na cama, ao meu lado.

— Não é sorte querido é talento... – eu disse a ele, mostrando a língua, Peeta no mesmo momento levantou-se da cama (que ele havia acabado de se sentar) e aproximou-se de mim, com os braços cruzados, parando bem na minha frente.

— Você vai ficar ai se achando... – ele disse.

— Ou se vou, olha para mim Peeta... – eu disse levantando-me da cama e ficando em pé na frente dele, então dei uma volta e o olhei piscando varias vezes. – Sou linda, sou inteligente, jogo videogame muito bem e não preciso nem falar do xadrez não é? – mexi nos cabelos e Peeta então discordou com a cabeça e eu comecei a dar risada.

— Você agora além de ser uma sabe-tudo é convencida! – ele disse, aproximando-se de mim, parei de rir no mesmo minuto.

— Bom... Fazer o que se sou tão maravilhosa assim, deveriam até fazer uma estatua minha, não acha? – perguntei a ele num tom brincalhão, enquanto colocava o controle do videogame na cama, Peeta umedeceu os lábios e pareceu pensar por alguns segundos.

— No meio do corredor? – ele perguntou.

— Não no pátio mesmo, e embaixo escrito Katniss a talentosa... – eu disse, percebi que Peeta olhava-me nos olhos, seus olhos desviaram-se alguns segundos para minha boca e aquilo fez com que meu coração disparasse de um modo assustador, afinal, estávamos numa aproximação um tanto perigosa.

— A numero um no videogame? – ele perguntou.

— Bom, essa não é a minha única qualidade... – respondi. Ele suspirou e então ficou de costas e afastou-se.

— É, terei que falar com diretor... – ele disse e depois se jogou na cama.

Eu continuei encarando-o com um sorriso no rosto. Fazia uma semana que Peeta e eu voltamos a ser amigos, tudo bem que quando nos afastamos nós não éramos mais amigos, já havíamos dado um passo a mais em nossa relação e o certo é discutirmos sobre esse assunto, mas decidimos ir com calma, haviam acontecido muitas coisas e tanto eu quanto ele não queríamos ir com tanta sede ao pote para não correr o risco de acontecer algo que destrua essa nossa relação novamente.

Na realidade eu sabia que estávamos com medo, tudo que havia acontecido havia sido um grande mal entendido ocasionado por terceiros, ou seja, os alunos da escola. Era como se uma multidão fosse contra a nossa relação. Tudo bem que agora eu estava diferente, eu estava bonita, havia me tornado líder de torcida e minha relação com Peeta não seria mais motivos de risada. Mas ainda era um passo que precisava ser dado devagar, precisávamos de confiança, não apenas em nós mesmos, mas um no outro também.

Eu havia machucado ele e ele havia me machucado também, eu o amava e isso era um fato e segundo ele, ele também me amava. Talvez só precisássemos de mais alguns dias, semanas ou um mês, para que as coisas conseguissem ser encaradas de melhor forma por nós, ainda mais eu sabendo que para Peeta ainda podia ser um pouco mais difícil, pois eu não era mais a Katniss de antes, eu entendia que ele precisava de um tempo para digerir a ideia que algumas coisas haviam mudado, principalmente a minha popularidade e a minha aparência.

— Como está sendo para você ser uma líder de torcida? – ele perguntou para mim, eu deitei na cama dele e o olhei. Agora Peeta estava conseguindo jogar basquete como antes, eu não o abalava mais nas quadras e isso me deixou bem mais sossegada, afinal, eu não queria prejudica-lo mais agora que voltamos a ser amigos, eu sabia que ele estava mais relaxado pelo fato de termos voltado a nos falar. Ele ainda sempre me olhava durante os jogos, mas eu sempre fazia questão de sorrir para ele para lhe passar confiança.

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— Hum... Normal! – eu respondi.

— Normal? É a única palavra que você tem para falar? Normal? – ele perguntou, rindo. E tenho certeza que a risada havia sido sarcástica. Eu continuei olhando para ele, em silencio. – Tá legal, então que tal a gente assistir um filme de terror para lembrarmos os velhos tempos? – ele perguntou para mim e no mesmo minuto eu me sentei na cama.

— Não, tudo bem, eu falo... – eu disse segurando-o pelo braço, na tentativa de impedir que ele saísse dali e colocasse um filme de terror. – Olha tá sendo terrível tá legal, as pessoas ficam olhando para mim... – eu confessei.

— Isso é normal, os alunos olham para os populares... – ele explicou.

— É, mas é estranho, eu fico com aquela impressão de que estou com algo no rosto e por isso todo mundo fica me olhando, porque qual é meu! Não tem porque me olharem...

— Para... Você é linda Katniss... – ele disse, agora sentando-se e eu o olhei com os lábios entreabertos, senti meu rosto esquentar e tive a impressão de que estava começando a ficar vermelha.

— Você realmente acha? – perguntei a ele.

— É lógico que eu acho, eu sempre achei, ainda mais quando você está com esses olhos brilhando e quando sorri com esse sorriso doce que só você tem... – ele disse e notei que no mesmo minuto ele ficou vermelho e desviou o olhar rapidamente.

— Mas isso não é o motivo deles me olharem como se eu estivesse com uma melancia na cabeça... – eu respondi, irritada. – Além do mais, tem alguns atletas que são muito idiotas, aquele Cato mesmo ele é muito burro e fica atrás de mim feito um carrapato! – eu acrescentei e notei que esse comentário incomodou Peeta.

— Concordo com você, ele é um idiota! – ele disse, e depois voltou a se deitar na cama.

— Ah e eu não posso esquecer que também estou passando fome, Annie, Madge e Finnick se juntaram para ficar vigiando o que estou comendo, é terrível ficar sem chocolates... Olha as minhas unhas! –eu mostrei a minha unha para Peeta, ele voltou a se sentar e pegou a minha mão para olhar. – Ela está toda roída devido á falta do chocolate, Madge ontem teve quase um treco quando a viu!

Peeta então deu risada, mas não soltou a minha mão.

— Eu imagino, mas elas ficam bonitas também curtas! – ele disse. – Elas estão bem pintadas, ela não tem o que reclamar!

— Ela reclama do mesmo jeito e eu preferia também elas grande sabe, pois caso você se comportasse mal eu poderia te arranhar... – eu disse sorrindo sarcasticamente para ele, Peeta me encarou enquanto umedecia os lábios, por um momento eu me perguntei se ele havia encarado o meu comentário como alguma indireta. Se ele encarou, realmente não havia sido a minha intenção, eu tinha falado na maior inocência possível.

— E aonde você iria me arranhar? – ele perguntou após alguns segundos em silencio. Meu rosto no mesmo minuto esquentou.

—Você tem preferencia em algum lugar? – eu perguntei, na verdade a pergunta soltou-se sem querer.

— Er... Acho que as costas seriam é bem legal... – ele disse, notei que ele sequer piscava.

Eu encarei Peeta, calada por alguns segundos. Eu não sabia se ele estava flertando, dando alguma indireta ou algo assim, mas se eu fosse interpretar o que ele quis dizer eu levaria para esse lado, ainda mais sabendo que arranhões nas costas significava algo bem malicioso. Ou seja, as garotas costumavam arranhar os garotos nas costas quando estava fazendo algo que nós dois até hoje só fizemos uma única vez, não que eu não quisesse que acontecesse de novo. Na verdade eu desejava isso desde que voltamos a sermos amigos, e o ouvindo dizer isso já estava fazendo com que eu começasse a achar que ele esta querendo o mesmo.

Eu mordi os meus lábios inferiores enquanto encarava Peeta fixamente, ele estava levemente vermelho e continuava me olhando como se estivesse hipnotizado ou algo assim, naquele momento como eu desejei poder saber o que ele está pensando.

De repente ele parecia ter acordado para a realidade e então se levantou da cama e foi até o seu guarda-roupa, eu o observei abrir a primeira gaveta e tirar umas três barras de chocolate dali de dentro, eu o olhei boquiaberta.

— Eu comprei para você, eu já imaginava que eles estavam proibindo você de comer chocolate... – ele disse, jogando as barras de chocolate na cama, eu as peguei rapidamente e as olhei como se fosse ouro. – Vê se esconde bem e não me dedura... – ele pediu.

— Por isso que eu te amo tanto! – eu acabei soltando enquanto abria uma das barras de chocolate. – Você nunca julgou o meu desejo por chocolate! – eu acrescentei, mordendo o primeiro pedaço. Nossa como isso é bom!

— Chocolate te faz feliz, por que eu te julgaria? – Peeta perguntou, sentando-se na cama e me observando fixamente.

— Eles dizem que chocolate engorda... – eu expliquei, após engolir o pedaço e já estava mordendo um novo.

— Você tem um corpo maravilhoso, não acho que vai ser o chocolate que vai muda-lo! – ele respondeu, eu não pude evitar sorrir para ele.

— Obrigada! – eu agradeci, e impulsivamente acabei o agarrando, puxando-o para um abraço, naquele momento eu me lembrei de quando eu o perseguia e ficava o abraçando nos corredores, Peeta dizia que eu faltava esmaga-lo com os meus abraços, mas eles saiam de forma tão natural, era abraços impulsivos, na força da emoção, de alegria de vê-lo, vontade de senti-lo, ou igual agora, de gratidão.

Mas já faz muito tempo que aprendi a controlar emoção e eu sempre me preocupava com a força do meu abraço, só que enquanto eu encostava meu queixo no ombro dele eu pensava o quanto era impossível não lembrar-me de tudo que ele e eu já vivemos. E agora parecia que estávamos começando a reviver tudo de novo. Era impossível não me lembrar de que algum tempo atrás eu estive ali no quarto dele, jogando videogame com ele, deitada na mesma cama que ele, fazendo o meu papel de amiga, é impossível não me lembrar de que ficávamos horas curtindo amizade um do outro, embora desde sempre não era somente isso que nós queríamos, mas naquele momento a amizade ainda estava bastando.

Agora parecia que tínhamos colocado uma fita cassete e apertado para ela voltar toda para trás, mas eu não importava de viver esse momento de novo, estar perto de Peeta sempre me deixou feliz, é bem melhor ser amiga dele do que inimiga.

— Bora para um filmezinho de terror? – ele disse com um sorriso maldoso nos lábios, logo quando eu o soltei, eu sabia que ele fazia isso de proposito para me torturar.

— Você e esses filmes de terror... – eu reclamei.

— Para de reclamar e encare tudo isso como uma mulher! – ele respondeu, eu bufei, peguei o travesseiro e joguei bem no rosto dele. Ele deu risada e segurou o travesseiro. – Olha lá hein que eu vou tomar esse seu chocolate de volta!

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— O que é dado não pode ser mais tomado! – eu disse abraçando fortemente os meus maravilhosos chocolates.

— Quem inventou essa regra? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Eu mesma, Katniss Everdeen, estou dizendo eu sou demais, mereço uma estatua! – respondi num tom brincalhão, deitando na cama dele e me cobrindo com o edredom.

Ele então se levantou, pegou um dos seus DVDS de filmes de terror e o colocou, eu respirei fundo, desejando mentalmente que esse filme não me desse nenhum susto, mas era quase impossível. Eu me assustava muito fácil, o filme não precisava nem ser muito bom para me assustar.

— Fala a verdade que você só faz isso porque é muito mal e quer me torturar! – eu disse a ele, assim que ele deitou na cama, ao meu lado e também se cobriu com o cobertor.

— Eu tenho que confessar que você faz umas caras muito bonitinhas quando assiste filme de terror, e eu já estava com saudades disso... – ele disse, e eu o olhei, boquiaberta.

— Ah é? – perguntei, virando-me para ele.

— Aham! – ele disse, virando-se para mim.

Eu suspirei e nos olhamos por alguns segundos, era tão bom poder ter o rosto de Peeta tão perto do meu novamente, o momento só não se tornava perfeito por eu não ter a coragem de acabar a aproximação dando-lhe um beijo.

— A porta está trancada? – perguntei a ele.

— Sim... – ele disse, franzindo as sobrancelhas.

— Ótimo, não quero sofrer o risco daquele bando de idiotas entrarem aqui e ficarem nos acusando de algo... – eu disse.

— Isso nunca mais vai acontecer Katniss! – ele garantiu e eu sorri para ele. – Eu não iria ser tão idiota de errar na mesma coisa duas vezes... – ele acrescentou e meu sorriso se alargou.

Olhei para TV, o filme já havia começado e tenho que admitir que eu fico um tanto nervosa quando estou assistindo filme de terror.

— Se eu ter pesadelos a culpa vai ser sua! – eu disse a ele.

— Relaxa Katniss, não tenha medo... – ele disse e então eu o olhei, Peeta aproximou e deu um leve beijo na ponta do meu nariz, em seguida colocou um dos seus braços em volta do meu corpo e puxou-me para um abraço.

Meu corpo esquentou ao sentir o calor do corpo dele, não podia negar que aquilo era gostoso demais.

— Eu vou cuidar de você... – ele disse e eu sorri para ele enquanto encostava a minha cabeça em seu ombro.

— Eu acho bom mesmo! – eu disse, antes de soltar um suspiro e tentar prestar atenção no filme, mas eu duvidava muito que eu iria conseguir, logo eu estarei morrendo de medo e escondendo meu rosto com o edredom.

Continua...