Epílogo

No fim, quase tudo mudou.

Harry e Ginny perceberam que existem pessoas destinadas a ficar juntas e aproveitaram ao máximo a vida a dois. Foram muitas viagens, passeios, jantares e até alguns esportes radicais sempre que o trabalho dava uma trégua a eles.

As respectivas famílias não poderiam estar mais satisfeitas com a situação, afinal nenhum deles conseguiria imaginar pessoa melhor para agregar encontros familiares do que alguém que há muito tempo já fazia parte de alguns deles.

Os dois se adaptaram tão bem à vida na nova cidade que decidiram que ali seria um ótimo lugar para viverem definitivamente. Assim, pouco mais de dois anos depois da mudança chegaram a um consenso de que já tinham demorado demais com essa ideia de não apressar as coisas e decidiram comprar uma casa juntos.

Ginny não era muito adepta a decorações, mas deixou que o namorado e Amy exercessem a profissão por ali também e fizessem um trabalho que ela mesmo caracterizou mais tarde como digno de revista.

Alice e a namorada passaram a fazer parte do círculo de amigos próximos e, como Harry já havia afirmado antes, Ginny agora também as considerava ótimas pessoas.

A compra do imóvel veio acompanhada da decisão de se casar. Apesar do sim iminente, ele se esforçou ao máximo para surpreendê-la com um anel de noivado, mas infelizmente a futura senhora Potter ficou emocionada e nervosa demais para se lembrar de detalhes do pedido que aconteceu na casa da montanha.

Ambos decidiram fazer tudo tradicionalmente: igreja, festa, véu e vestido branco. Os dois quase enlouqueceram com tantos detalhes, mas todo tempo e dinheiro gastos valeram a pena, porque desse dia os dois conseguiriam se lembrar com perfeição durante a vida inteira.

Ron e Hermione, que se conheceram no ambiente mais improvável possível para relacionamentos sólidos, acabaram anunciando alguns meses antes do grande dia que seriam papais, o que justificava o tamanho da barriga dela em seu lugar de madrinha.

Lulu se acostumou com o apelido e um tempo depois Harry também começou a chamá-la assim, porque a convivência infelizmente também ensina coisas ruins. Ela também foi uma das madrinhas e seu presente para os dois foi um videogame de última geração, que ela justificou afirmando que segundo suas observações ninguém nunca dava presentes realmente legais em casamentos.

Harry trabalhou por muitos anos na mesma empresa, até chegar a um cargo alto e ter seu nome assinado em um portfólio respeitável de projetos ao redor da cidade. Então ele abriu um escritório pequeno e se dedicou apenas a ambientes externos, que sempre foram sua preferência. Tal escolha aumentou consideravelmente o tempo livre para a esposa e as crianças, e elas eram sua maior prioridade.

O consultório de Ginny cresceu e virou uma clínica pequena, mas confiável. Como protesto, suas contratações sempre priorizavam psicólogos recém formados e ela nunca se arrependeu de nenhuma delas.

Como mãe ela não era o que se pode chamar de poço de paciência, mas sabia colocar ordem como ninguém e todo mundo foi muito bem educado. Harry sempre desconfiou que ela aplicava algumas técnicas profissionais neles, mas nunca comentou nada porque o importante é que todas sempre funcionavam muito bem.

Nem tudo foi perfeito, mas houveram poucos desentendimentos ao longo do caminho. Um deles aconteceu na hora de decidir a quantidade de filhos: Ginny queria três, Harry queria dois e ela jura até hoje que o terceiro foi um acidente.

A única coisa que não mudou é que enquanto houve vida, eles continuaram sendo melhores amigos inseparáveis, e não há dúvidas de que eram realmente ótimos nisso.