– Quem diria, meus lacaios não conseguiram pegar você, Luke Jackson, nas olhe, você está aqui, queria te agradecer, poupou um grande trabalho de invadir o Acampamento Meio Sangue, obrigado - a voz grossa do caçador ressoava pela gruta.

– Não tinha nada marcado, resolvi vir dar uma visitinha - o moreno disse, irônico, os olhos verdes-mar fuzilando Órion.

– Ciclopes, vamos, prendam o Jackson e os outros dois garotos, os compradores chegarão daqui a meia hora.

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Três daqueles gigantes vieram em direção aos garotos, agora Luke podia vê-los de perto, aquilo que cobria seu corpo não parecia pele, mas escamas, e a parte mais assustadora, não havia dois olhos na criatura, apenas uma fenda no meio da testa, Luke resolveu não olhar muito tempo para aquilo, sentiu seu braço sendo agarrado, e suas costas baterem nas grades de metal de cela.

O ambiente não era agradável, Luke ouvia gemidos de dor, e soluços abafados, a porta de ferro se fechou.

– Não acredito, não!! Deveria ter pensado em algo melhor - era uma voz familiar, vindo de perto.

– Alex, é você?

– Luke? Sim, sou eu, sabe onde Tyler está? - a voz dela era falha, como se estivesse chorando.

– Não, ele deve ter sido levado para uma outra sela, tem alguma ideia de como sair daqui? - o moreno recostou a cabeça na grade de ferro da jaula.

– Não, os ciclopes não têm chaves, nada que tranque essas coisas, deve ser algo relacionado à magia - Alex fez o mesmo, fazendo com que Luke sentisse seu cabelo em sua nuca, ele tinha cheiro de amêndoas, trazia conforto a ele.

– Vamos ficar aqui por um tempo - Alex cortou o gelo.

– Quer conversar? - Luke já sabia a resposta, pelo pouco que tinha convivido com Alex, ela não lhe dissera nada sobre ela, mas se surpreendeu com a resposta.

– Eu diria não em qualquer outra situação, mas, eu sinto que precisamos fazer isso, vamos começar com o quê?

– O passado?

– Você começa.

– Olha, minha vida não foi muito animada nesses últimos anos, tem certeza?

– Tenho sim.

– Bem, meu nome é Luke Christopher Jackson, realmente não sei o que se passava na cabeça dos meus pais quando escolheram esse nome ma...

– Luke Castellan.

– Oi?

– Seus pais queriam homenagear ele, foi um herói, morreu na guerra contra Cronos, era o semideus da profecia, como você.

– Continuando, meu histórico escolar é péssimo, e me orgulho disso, he he he, mas fora isso, não tenho nenhum título.

– Essa é a sua história? Tipo, toda ela? - a voz dela soava irônica.

– Eu avisei, vamos partir para a sua?

–Ok, está pronto, prepare a pipoca e os lenços de papel.

– Hm.

– Eu não sei meu nome real, mas no orfanato me deram um: Alexandra Joanne, sem sobrenome, os casais que me adotaram por um tempo não quiseram me dar seus nomes, não que eu ligue pra isso.

Luke ouviu-a soluçando, Alex estava chorando?

– Não fui adotada por muitas famílias, mas quando a última teve a coragem de me levar para casa, eu fugi, tinha uns oito, nove anos, daí um sátiro me encontrou, e ele me trouxe para o acampamento, é isso.

– Alex, tem certeza que é só isso, não quer mais falar sobre? - Luke sentiu a tenção na voz da garota.

– Eu, eu, não sei - ela gaguejou.

– Pode falar, não tenho nada pra fazer.

– Eu não conheci meus pais, mas, eu queria saber quem eles são, e, e a unica coisa que eu tenho deles é essa maldita marca de nascença, eu sei que Afrodite é minha mãe, mas não é a mesma coisa, nunca a vi de qualquer maneira.

Ela não se segurou mais, soluçou, e apoiou as mãos no chão, fora da jaula.

– Você conseguiu, isso é bom - Luke passou a mão direita pela grade grossa, e levou-a até a mão de Alex, a garota apertou sua mão, Luke retribuiu.

Luke virou de lado, e respirou fundo o aroma de castanhas do cabelo da morena.