Olho sem entender. Porém respondo:

– Claro tudo bem! Pode falar... - Digo séria enquanto me sento e vejo Andrew mudar de cor.

– Ontem estava com uma terrível insônia, então decidi ir até a cozinha apanhar água. No corredor da cozinha, encontro duas pessoas se agarrando. Pessoas essas que depositei total confiança e fizeram o favor de me decepcionar. - Ele diz e eu o olho confusa.

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– Entendi, mas o que exatamente isso tem haver comigo? - Pergunto e olho para os outros - E com eles? – Acrescento.

– Aí que está querida, quem estava se atracando no corredor eram Andrew e Alana. - Ele diz e fico de boca aberta.

Começa um intenso falatório na sala agora, Duque Bernardo e sua esposa gritam com Alana pedindo explicações enquanto Duque Fernando faz o mesmo com Andrew.

Estou um pouco estática agora... Andrew fizera questão de pedir minha mão ao meu pai em casamento e estava tendo um romance com Alana? E Alana que estava estranha, queria conversar comigo e der repente disse que não era nada? Os olhares nada discretos, a forma estranha que estavam agindo. Tudo começa a ficar claro para mim...

– Silêncio! - Meu pai diz alto e todos se calam - Como rei, vou deixar que a futura rainha decida o que irá ser feito com os traidores! - Completa.

– Andrew porque tanta questão de pedir minha mão ao meu pai? Para fazer isso? Para brincar comigo e com as pessoas que acreditaram em suas palavras? - Digo o olhando.

– Clara... Por favor, me deixe... - Ele diz e eu o interrompo.

– Princesa Clarissa para você! E não, você não deve explicar nada, não quero saber! - Digo firme enquanto o olho - Eu não amo você Andrew, nunca amei, mas eu tinha consideração por você e por nossa amizade, eu gostava de você... Mas você me decepcionou. - Termino e me viro agora para Alana.

– E você Alana? Que bela amiga você! Eu gostava de você como se fosse uma irmã, você era como da família para mim. Mas agora ter que ouvir isso me corta o coração, pensei que fosse minha amiga de verdade! - Digo e sinto algumas lágrimas que escaparam descer sobre meu rosto - Me diga Alana! Porque isso?

– Eu queria tudo que você tem, queria suas roupas, seus sapatos, queria seu lugar. Eu sempre tive inveja você. Consegui muitas dessas coisas fingindo ser sua amiga, e você com sua ingenuidade nunca percebeu nada. Eu nunca gostei de você como amiga de verdade, foi tudo fingimento. Não venha me apontar e colocar a culpa em mim... Dizendo que confiava em mim... Você é a egoísta, sua egoísta desprezível! Você é paté... - Ela diz e eu a interrompo com um tapa em seu rosto.

– Não venha levantar a voz para mim ou me chamar de qualquer nome que seja não ouse nem olhar para mim. A única patética aqui é você. - Digo a encarando - Que seus pais me perdoem por isso. Mas você está proibida de pisar no castelo, está proibida de mencionar meu nome ou o de qualquer outro aqui. Você sabe a sentença para traição, mas não vou usar por consideração aos seus pais. E a egoísta aqui é você que não pensou nas consequências de seus atos e trouxe tristeza para seus próprios pais. Agora saía daqui, suma se puder... Não quero ver a sua cara nunca mais! - Completo e a vejo sair cabisbaixa.

A ouço resmungar coisas como "você vai se arrepender"... Mas ignoro. A mãe de Alana e o pai estão inconsoláveis.

– Me desculpem por isso! - Digo me aproximando.

– Não se desculpe princesa, nós que nos desculpamos. - Duque Bernardo diz e abraça sua esposa.

– Me desculpe por isso Duquesa! Eu realmente gosto de vocês e tenho vocês como da família! Espero que possam me perdoar! - Digo olhando para eles.

– Você não fez nada querida! Está certa no que fez! Agora já vamos... Desculpe-me princesa! - Ela diz me abraça e sai.

Viro-me para Duque Fernando e Andrew, e depois olho para meu pai e digo:

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– Estou sem cabeça, vou descansar pai - Digo secando as lágrimas do meu rosto - O senhor pode resolve o que vai fazer! Qualquer que seja sua sentença irei apoiar. - Digo e meu pai concorda.

Movo-me para sair, e Andrew se joga aos meus pés e começa a choramingar.

– Por favor, me deixe explicar... - Pede enquanto vejo lágrimas rolarem pelo seu rosto.

Seja firme Clara! Digo para mim mesmo...

– Lorde Andrew faça o favor de se levantar. Ninguém aqui quer explicação alguma! - Digo firme novamente.

– Por favor, princesa, tenha misericórdia... - Ele pede.

– Peça misericórdia ao seu rei, como já foi dito ele que dará sua sentença! - Digo firme e o vejo com o semblante derrotado.

Saio do escritório e minha mãe me acompanha... Vamos para meu quarto e me deito em seu colo e ela acaricia minha cabeça me acalmando.

Nós não falamos nada, preferimos o silêncio em vez das palavras. Este está sendo reconfortante para mim.

Depois de calma, minha mãe sai... E sinto meu estômago roncar. Não comi nada e tinha me esquecido.

O jantar não foi servido, mas a comida deve está lá.

Desço e vou até a sala de jantar e encontro a mesa repleta de doces. Um bolo de chocolate me chama atenção e então começo a comer.

Ele está muito bom, não sei se sou eu que estou com fome ou se ele realmente está bom. Na verdade acho que são os dois!

Já no segundo pedaço, e ainda cheia de fome. Ouço passos...

– Clara? - Julian fala.

Olho para ele corada de vergonha, devo está toda lambuzada. Toda vez que como bolo de chocolate eu fico toda suja, e dessa vez não seria diferente.

Tomo um gole do suco e me limpo com o guardanapo.

– Ei Julian... - Digo sem olhar para ele.

Provavelmente tem um sorriso no rosto.

– Clara, tenho uma coisa para te falar... - Ele diz e agora eu o olho.

Pega o guardanapo na mesa e limpa o canto do meu rosto.

– É que estava sujo aqui! - Ele diz quando termina de limpar - Tenho outra coisa para te falar, além disso, ou melhor, lhe dar...