O Mito das Guerras Santas - Primevas

Capítulo 25: O Raio, o Sol e o Zero do Tempo


Anathema despertou ainda meio zonzo em um quarto estranho. Quando finalmente conseguiu reaver sua habilidade de enxergar pelo cosmo, ele pôde discernir a imagem de uma mulher no local.

Seu cosmo era amplo, mas sem nenhum tipo de oscilação, era como se simplesmente estivesse lá com toda sua amplitude.

— Finalmente acordou, Anathema de Aquário…

— Como sabe…? Como sabe quem eu sou?

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Ela se sentou ao lado dele na cama.

— Eu sou Nyx deusa da Noite. Te resgatei na praia faz uns dois dias.

— Tem dois dias que eu estou desacordado?

— Ao que tudo indica você exauriu todo seu cosmo no caminho pelo Mar de Gelo. É loucura tentar vir para a ilha sem um método apropriado, você é um homem corajoso, Anathema.

— Ainda não me disse como sabe meu nome…

— Como disse eu sou Nyx, a Noite, por tal eu domino todas as criaturas noturnas e elas me dizem tudo que preciso saber.

— Compreendo. E os dois bersekers?

— Bersekers? Guerreiros de Áres?

— Sim estavam atrás de mim, eu criei uma neblina para distraí-los, mas me lembro de sentir o cosmo deles em algum lugar próximo da ilha.

— Sim! Eles chegaram aqui, mas como a noite impera neste lugar eles ainda demorarão a nos encontrar selva adentro.

Ela se levantou e pegou uma bebida que era aquecida na fogueira.

— Tome… - entregou um recipiente para o cavaleiro cheio da solução líquida. - É um revitalizante, vai renovar o que falta de suas energias.

— Do que é feito?

— Mistérios da Meia-Noite. - ela sorriu com doçura. - Anathema, você disse que precisava chegar ao cavaleiro.

— Eu disse?

— Sim foi a única coisa que disse antes de perder a consciência na praia. Do que se trata?

— Minha missão. Athena me designou a vir até este lugar buscar um cavaleiro que havia sido escolhido pela Constelação de Cisne.

— Bom há poucos habitantes nesta ilha. De certo conheço todos. Mas um cavaleiro sendo escolhido nos meus domínios?

— As armaduras tem vontade própria. - ele disse se levantando - Elas escolhem os mais nobres e adequados a trajá-las.

— Compreendo. Bem, existem alguns povoados do lado oposto ao que você chegou à ilha, se um cavaleiro foi escolhido ele deve estar lá.

— Eu preciso ir, então.

— Tem certeza cavaleiro? Ainda não está totalmente recuperado.

— Porque me ajuda deusa?

— Eu sou uma titânide como Eos, amada de Thithonos. Há alguns anos ela veio ter comigo sobre ele e a maldição rogada por Hades sobre seu amado

— Então conhece outro de nós?

— Sim. E você tem sua própria maldição, não é mesmo Homem sem Olhos?

— Percebeu minha condição…

— Percebi que você tem uma habilidade incomparável de ver através do cosmo. Ao contrário da maioria a noite não te cegaria. - ela sorriu levemente. - Eu sou a mãe de muitos deuses destes que afrontam Athena… Thanatos, Hypnos, Éris… sei dos problemas que minhas crias causam e tento amenizá-los como posso.

— Faz jus a sua fama de Mãe Protetora da Noite. É uma deidade curiosa Nyx. Que possamos nos encontrar em breve, Rainha da Escuridão.

O cavaleiro saiu pela porta deixando a deusa admirada de sua persistência em cumprir sua missão. Por tal vestiu seu manto noturno e se tornou invisível mesmo para os sentidos de Anathema e resolveu segui-lo.

Ryuma e Ágape rumavam, agora, para a Ilha onde Kha indicou estar a Armadura de Andrômeda e seu possível escolhido.

— Senhor Ágape, é distante de nós tal localidade?

— Não necessariamente. Seu treinamento será me acompanhar em velocidade e tempo!

Eles avançavam rapidamente e sem descanso.

— Entraremos em um domínio perigoso, muitos nestas terras adoravam Poseidon, a ponto de sacrificarem sua princesa por ele.

— Andrômeda a princesa das lendas?

— Sim. A mesma que por pouco não foi sacrificada ao Kraken.

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Anathema chegou ao vilarejo. Tochas de fogo iluminavam os caminhos do lugar nas portas das casas tochas menores para clarear as entradas. Todas muito simples. Ele tentou sentir o cosmo do possível cavaleiro de Cisne.

Não consigo sentir ainda…

— Ei! Anathema de Aquário!

— É este homem que você procura?

Indien segurava o homem de cabelos alaranjados pelos punhos unidos acima da cabeça. Ao seu lado estava Dipper com a caixa de pandora da Armadura de Cisne. O possível cavaleiro tinha sangue escorrendo da boca e estava desacordado.

— Se entregue Anathema! - advertiu Dipper - levaremos sua cabeça e as armaduras para mestre Deimos assim é dispensável a vida deste homem.

— Eu jamais permitirei que façam algo do tipo. Este homem foi escolhido pela armadura de cisne, portanto ele é um cavaleiro como eu e um companheiro de batalha. Eu sou Anathema de Aquário e nunca abandonarei um companheiro!

Ele queimou o cosmo colocando seu espírito e sentimentos naquele momento.

— Venha sagrada Armadura de Aquário!

A urna dourada se moveu e abriu-se liberando uma luz extraordinária. As partes da armadura se separaram unindo-se ao corpo do cavaleiro.

— Eu não lutarei com você em meio a tantas pessoas inocentes!

— Isso é inútil ou se entrega ou o garoto morre! Não haverá combate.

Naquele instante o berseker sentiu seus ossos da mão que segurava o cavaleiro esfriarem e o sangue parou de correr. Com o pouco movimento que restou ele soltou o rapaz que caiu da altura que ele estava. Anathema que já havia previsto o que viria já estava pronto a amparar o garoto.

— Maldito! Como ousa?! Vou acabar com você!

Nesse momento o berseker percebeu que não conseguia usar mais a mão congelada para atacar.

— Sua mão está inutilizada sem sangue correndo seus tecidos estão morrendo de forma acelerada pelo meu poder.

— Eu ainda tenho outra mão para te matar, desgraçado!

Com a mão boa ele concentrou seu cosmo na lâmina do pequeno machado.

— Corte Solar! - uma, duas, três vezes ao todo ele desferiu o golpe Anathema não tinha para onde fugir.

Ele fechou os olhos seu cosmo se agigantou como nunca antes. Um círculo mágico de brilho azul se formou por toda a extensão da aldeia iluminando de azul a pesada noite do lugar.

— O Zero do Tempo…

Os rasgos incandescentes pararam.

— Como é possível?! Este homem não pode ser tão poderoso a ponto de parar o tempo! - exclamou Dipper. - Vou acabar com ele Impacto Trovão!

Um relâmpago imenso desceu dos céus. Mas Anathema não estava mais lá.

— Eu disse que não lutaria aqui… - um sussurro por trás do Berseker seus olhos se arregalaram.

— Você previu meu movimento!

— Uma vez a ação tomada eu posso ver exatamente o que acontecerá como reação dela, com base nisso eu posso negar seus golpes rejeitando a ação.

— Você é um monstro Homem Sem Olhos.

— O Gelo e o Tempo são uma combinação mortal. Morte Gélida…

A palma da mão de Anathema tocou as costas de Dipper congelando seu corpo completamente de forma instantânea.

— Você…

— Nossa luta não terminou! - ele empurrou o berseker com a mão prensando seu rosto, arremetendo ambos para longe do povoado.

Com brutalidade o berseker bateu de costa contra o mar de gelo.

— Porque não me congelou com um simples toque como fez com Dipper?

— Porque você é meu desafio… vou apagar esse seu sol com uma eternidade de gelo!