Humanos dramáticos.

Aquela luz branca.


-Chega de drama, por favor. -pediu com uma voz grossa e fria. Não que eu fosse termômetro, mas ela estava realmente fria.

-Olha, eu tô no direito de fazer drama! Só quero entender, ok? -fuzilei aquele rosto ósseo que me davam arrepios. Ou davam, não sei mais.

-Me mandam uma lista enorme toda semana, eu não escolho quem deve ir ou não. É uma burocracia danada, mas o pior mesmo é na hora de escolherem céu ou inferno. É sempre uma guerra pra ver quem escolhe primeiro. Lúcifer querendo as almas e os anjos querendo vidas. É um saco. Agora vamos logo. -me estendeu a mão coberta por uma luva preta, recuei um passo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-E se eu te desse dinheiro? -apelei um pouquinho.

-Puff, eu escuto isso todo dia. -dobrou os braços no peito. Sua capa negra deu uma voadinha.

-Fala sério! Eu posso pelo menos me despedir?

-Não. -disse grossa.

-Sua grossa. Posso vestir seu manto pelo menos?

-Por que? -perguntou.

-Coisa de últimos desejos. -sorri.

-Tenho cara de gênio da lampada?

-Não sei, ele não existe. -na verdade fiquei meio em dúvida com isso. Se antes eu pensava que a Morte era coisa de babaca, agora já nem sei mais. Qual o sentido da vida?

-Existe sim. E eu não sei qual é o sentido da vida, então não me pergunte. -essa porra lê mentes agora? -Sim, eu leio. -droga.

-E se eu te fizesse um boquete? -SÉRIO AGORA EU APELEI MUITO.

-Ew, tire sua boca de perto de mim, humano nojento. -levantou os braços no ar, fazendo assim seu manto destampar os braços de ossos. -Já perdi tempo de mais, vem. -me puxou pelos cabelos e a última coisa que vi foi um borrão branco. Oh, não vá para a luz.