Meu escudo...

Capitulo 5


Pov Natasha Romanoff:

—Espera Nat.

Nat? Rogers não me venha com Nat, volte correndo para agente Carter e vê se me esquece! Entrei no carro sem ao menos olhar para trás. Voltei a minha atenção para o banco do motorista e Clint encarava-me divertido.

—Você está fugindo Natasha?

Respirei fundo e fechei os meus olhos tentando controlar a raiva junto com o ritmo da minha respiração. Não me dei o trabalho de responder aquela pergunta. Abri os olhos devagar e vi a rua passando em uma velocidade acelerada, isso era muito bom.

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Clint não estava levando-me para Torre, estava fazendo o caminho para o meu velho e pequeno apartamento no subúrbio. Paramos na entrada do edifício. Senti a mão de Clint na minha perna e ao olhar para ele vi que tentava confortar-me de algum modo.

—Nat vou ser pai de um menino.

Dei um sorriso de lado para o meu melhor amigo.

—Poxa Barton você só me decepciona, já é a segunda tentativa e não vai me dar uma mini Natasha.

Ele deu uma longa gargalhada.

Desci do carro e ele gritou:

—Sabe Nat deveria fazer esse tipo de pedido na cama do Capitão América!

Joguei meu salto em direção ao carro dele sem sucesso. Subi as escadas do meu apartamento, um edifício simples e antigo, só tinha quatro andares.

Olhei a porta de madeira com os números 204 enferrujados, o extintor de incêndio vencido no corredor e as chaves debaixo do tapete preto. Entrei deparando-me com meu piso de madeira envernizada, o sofá verde musgo, o tapete marrom e felpudo no chão, uma mesa de centro do lado do sofá com um telefone sem fio e a televisão mediana de frente para o pequeno sofá de dois lugares.

O corredor que levava ao banheiro, todas as paredes do imóvel eram brancas com exceção do banheiro que é revestido por azulejos pretos, assim como o vaso, a banheira e a pia de mesma cor. Depois de tomar um banho, fui direto para o meu quarto. A cama de casal estava só esperando-me, os lençóis brancos, as cortinas azuis escuras estavam fechadas, o guarda roupa não tinha quase roupa nenhuma, visto que passava todos os meus dias na Torre.

Olhei para o relógio eletrônico ao lado da minha cama estava marcando quatro horas da manhã. Eu já devia estar dormindo, amanhã não era meu dia de folga, na verdade fazia muito tempo desde o meu último dia de folga.

Deitei na cama e as perguntas não paravam de atormentar-me. Será que Steve estava com Carter? O que estou sentindo? Isso é o que chamam de ciúmes? Não deveria ser capaz de sentir algo desse tipo. Por que ele estava com ela?

Pov Steve Rogers:

O que eu fiz dessa vez?

Não sabia o que fazer, o carro acelerou e eu não tinha como segui-lo. Corri para dentro do salão de festa e pedi a chave do carro para agente Carter que entregou-me o mais rápido possível enchendo-me de perguntas, sem parecer indelicado disse para ela que era uma emergência.

Tentei encontrar a Mercedes preta de Barton mas sem sucesso fiquei dando voltas pela cidade até avistá-lo. Segui seu carro até ele parar na frente de uma casa que tinha as paredes pintadas de azul claro, um jardim bem cuidado na frente das janelas, com um caminho de pedras até a porta. Ele desceu do carro dele olhando para mim de modo avaliativo. Saí do carro da agente Carter tentando parecer calmo.

—O que faz aqui as três da manhã Capitão?

O respondi com outra pergunta:

—Sabe para onde foi a agente Romanoff?

Ele assentiu mas não disse mais nada. Ele sentou nos degraus da casa e fez um gesto para que eu o seguisse.

—Sabe Capitão, as vezes a Nat é meio impulsiva, tempestuosa e mandona.

Sentei-me ao lado dele e ele sorriu maroto para mim.

—Só que na maioria das vezes ela só quer ser abraçada, pode não transparecer Capitão.

Olhei para grama a minha frente e sem perceber as palavras escorregaram da minha boca:

—Eu não sei o que eu fiz de errado dessa vez.

Ele me deu dois tapas no ombro.

­_Isso você vai ter que descobrir sozinho. Até te convidaria para entrar mas Laura vai ficar uma fera se eu acordá-la.

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Levantei e antes de nos despedirmos Barton colocou um papel na minha mão.

—Não conta para Nat que te dei esse endereço, meus filhos precisam de um pai sabe.

Lancei para ele um sorriso muito grato e respondi:

—Pode ficar tranquilo ela não vai saber.

Voltei para o carro e dirigi feito um louco.Avistei a entrada de um prédio antigo e bege, com quatro andares, não tinha porteiro o que me fez estranhar um pouco. Subi as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível e cheguei em frente a uma porta de madeira no segundo andar, o tapete no chão em frente a porta era preto e tinha os números 204.

Bati na porta e ninguém veio atender. Será que Nat tinha voltado para Torre? Tentei mais uma vez, batendo com mais força na porta, fazendo ela ranger. Então pude ouvir o barulho da tranca sendo aberta.

Ela estava usando uma blusa azul escura, apenas isso, suas pernas torneadas nuas aos meus olhos fizeram as minhas bochechas corarem, seus cabelos soltos e despenteados como se tivesse acabado de sair da cama, seus olhos esmeraldas fitavam-me como se buscassem minha alma e seus lábios estavam presos em uma linha reta.

Ouvi sua voz em tom reprovador:

—O que faz aqui as cinco da manhã Rogers? Perdeu alguma coisa? Se perdeu, vai pedir ajuda para agente Carter.

Ela virou-se mas não fechou a porta, entendi a deixa e entrei no apartamento dela fechando-a atrás de mim. Ela aguardava-me sentada no sofá da sala com os braços cruzados sob o peito e eu sabia pelo olhar ferino dela que se não dissesse nada estaria muito encrencado.

Pov Natasha Romanoff:

Estava rolando de um lado para o outro na cama, sempre que fechava os olhos perdia-me em algum sonho onde dava uns amassos nada comportados no Steve. Abria os olhos e lembrava dele sorrindo para ela. Aquela loira sem sal que nem se quer estava bonita!

Levantei para beber um copo de água na minha minúscula cozinha. Cozinha essa que não tinha nada na geladeira, levando em conta que não costumo cozinhar e sim comer fora. Estava terminando de beber água quando ouvi uma batida suave na porta, então resolvi ignorar, nenhum vizinho que se preze bateria ás cinco da manhã na casa de alguém.

A segunda batida foi muito mais forte, fazendo a porta ranger. Andei até ela sem pressa, os únicos que tinham o endereço desse apartamento eram Clint, Maria Hill e Fury. Abri a porta e nada me preparou para ver Steve Rogers com o cabelo molhado, devia estar suado, sem terno, só com a camisa branca de botões que estava para fora da calça social preta com os sapatos negros e polidos de couro italiano, sem a gravata azul de linho e com suas bochechas incrivelmente coradas, visto que seus olhos estavam cravados nas minhas pernas.

Isso estava começando a me irritar, será que ele achava que era só aparecer na porta da minha casa vestido desse jeito pós gandaia com a Carter, ele estava muito enganado.

Atirei as palavras nele como elas soavam irritantes na minha mente:

—O que faz aqui às cinco da manhã Rogers? Perdeu alguma coisa? Se perdeu, vai pedir ajuda para agente Carter.

Não esperei resposta e sentei no meu sofá, cruzei os braços para mostrar para ele que era melhor ele começar a se explicar ou entrar como eu na defensiva. Ele fechou a porta atrás de si e andou até mim, ele não se sentou no espaço que sobrou do meu sofá de dois lugares em vez disso ficou de pé na minha frente.

Ele começou a conversa dizendo:

—Não sei por que está tão irritada comigo.

Pensando bem eu sabia que era totalmente irracional, nós nem sequer tínhamos alguma coisa.

—Apenas queria te dizer que gosto de você, não da Carter, como você acabou de insinuar.

Continuei em silêncio mas agora olhava em seus lindos olhos azuis, estavam límpidos, cristalinos e sendo totalmente sinceros comigo.

—Nat se não fosse um pouquinho mais louco por você...eu dirigi por horas tentando achar o carro do Barton, pena que achei tarde demais. Se fosse por qualquer outra garota não teria ficado tantas horas procurando.

O interrompi levantando do sofá.

—O Clint te passou meu endereço? Não acredito, tomara que Laura pague um bom seguro de vida para aquele cretino, belo amigo esse que eu fui arranjar.

Ele olhou para mim sorrindo e eu completei:

—Não ache que eu não ouvi a parte de outras garotas.

Coloquei meu dedo sobre seu peito largo, largo e forte.

—Não sou romântica, não espero ter uma família, um cachorro ou bebês ruivinhos, mas o mínimo que espero de você Steve é que goste de mim, não de uma loira aguada e mal amada!

Não consegui manter a linha até o final da frase. Ele pegou a minha mão sobre seu peito e beijou a palma da mesma.

—Sabe Nat falando assim até parece que quer ter um relacionamento comigo.

Tirei minha mão da sua e sentei de novo no sofá, mas dessa vez ele acompanhou-me. Coloquei minha cabeça no seu colo e ele começou a fazer um cafuné gostoso nos meus fios ruivos.

Pov Steve Rogers:

Será que essa conversa é a tal DR que o Sam vive falando, aquela que deixa Tony Stark de cabelo em pé? Até que não foi ruim, ela não me deu tapas como esperei, nem gritou comigo, nem disse exatamente o que eu fiz de errado, mas eu acho que tem haver com uma tal "loira aguada e mal amada", agente Carter.

Ela estava tão quieta no meu colo, as cascatas ruivas passeando entre meus dedos, era uma sensação nova e gostosa, manteve seus olhos verdes fechados e tentava não sorrir mas falhava miseravelmente na tarefa.

—Steve Rogers você poderia ser especifico com a parte do relacionamento.

Olhei para meu colo e seus olhos esmeraldas observavam-me assustados. Era isso mesmo Natasha Romanoff assustada? Onde estava a temida Viúva Negra agora?

Respondi alegre:

—Que parte?

Ela levantou do meu colo e virou seu rosto para o meu.

—Que tipo de relacionamento nós temos? Profissional? Rolo de momento? Amigos coloridos?

A encarei divertido, azuis sustentando os verdes, não respondi em vez disso fiz o que estava com vontade de fazer desde o momento em que a vi naquele salão. A beijei ficamos assim só sentindo os lábios um do outro, as mãos dela vez ou outra passeavam em mim e voltavam para minha nuca.

Ela parou de me beijar assim que seu telefone tocou.

—Alô.

—....

—Barton para de me encher o saco e vai caçar quem te quer.

Ela colocou o telefone no gancho e sentou-se no sofá novamente.

—Sabe Capitão ás vezes eu tenho vontade de matar aquele idiota, mas tem raros momentos em que ele me traz boas notícias.

Dei um sorriso e ela continuou:

—O Clint vai ser pai de outro menino.

Surpreendeu-me a novidade, ainda não me acostumei com o fato dele ser casado, jurava que ele flertava com a Nat até ela contar-me sobre Laura. Levantei do sofá e percebi que o sol já tinha começado a aparecer, Nat acompanhava-me com o olhar.

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Pov Natasha Romanoff:

Era extremamente assustador admitir para mim mesma que eu queria ter algum relacionamento com Steve. Ele estava ali com a blusa de botões amarrotada, descalço, com a calça social preta e com o cabelo desarrumado, pelas minhas mãos durante nossos beijos.

Resolvi quebrar o silêncio:

—O banheiro é a primeira porta a direita.

Ele assentiu mas continuou ali parado olhando-me.

—O que tanto observa Rogers?

Ele pegou-me de surpresa, roubando um beijo e indo embora pelo corredor não muito longe de mim, visto que meu apartamento é pequeno. Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e fui trocar de roupa, tinha que voltar para Torre.

Coloquei uma calça preta, com uma regata branca, uma bota de salto fino também preta, um cinto de couro negro e deixei o meu cabelo solto, caído sobre meus ombros. Estava terminando de me arrumar quando Steve entrou no quarto com a minha toalha azul marinho enrolada na cintura.

Minhas bochechas esquentaram, as minhas pernas bambearam e os meus pensamentos traíram-me. Senti como se fosse uma garotinha, isso mesmo, uma garotinha. Vê se pode! Já vi muitos homens assim, só de toalha e não era a primeira vez que via Steve sem camisa, mas era a primeira vez que ele ficava assim só de toalha na minha frente e na minha casa.

—Nat se você continuar parada aí me olhando desse jeito, eu vou ficar constrangido.

Parei de olhar para aquele físico perfeito, sendo desperdiçado no meu quarto sem estar sendo bem utilizado na minha cama. Só que para aumentar a tortura Steve veio atrás de mim até a sala.

—Sei que a pergunta vai ser idiota. Bem... Nat tem alguma roupa aí para me emprestar até chegarmos na Torre?

Sem achar muita graça na situação respondi:

—Você ficaria bem de vestido?

Olhei para seu rosto alvo que estava começando a ficar escarlate. Voltei para o meu quarto com ele no meu encalço e abaixei-me até as últimas gavetas do meu guarda roupa. Achei ali uma bermuda preta, uma camisa cinza e uma cueca box branca. Eram peças de roupa que tinham vindo parar aqui em casa depois da missão do Soldado Invernal, todas de Steve que pararam na minha mala por engano, nunca as devolvi, não achei que ele tivesse dado falta delas.

Estendi-as para ele pronta para sair do quarto quando Steve veio atrás de mim até a porta, ele parecia pensativo.

—Posso tentar uma coisa?

Ele olhava dentro dos meus olhos esperando por uma resposta e eu limitei-me a assentir.

Ele andou até as minhas costas o que me fez repensar se eu deveria ter assentido. Então senti as suas mãos tirarem o cabelo do meu ombro, depois senti seus lábios descerem sutilmente pela curva do meu pescoço e isso fez todo o meu corpo arrepiar. Ele foi fazendo isso timidamente enquanto suas mãos desciam pelas minhas costas até chegarem na minha cintura. Não sabia onde tinha ido parar o Steve vovô, todo certinho e cheio de pudores.

Ele colou seu peitoral malhado nas minhas costas e agora sua boca estava parada na minha orelha e sua respiração batia de encontro com o lugar onde estiveram seus lábios a minutos atrás. Minha respiração estava completamente desregulada.

Ele sussurrou:

—Isso é muito bom sabia?

Dei uma gargalhada empurrando-o para longe de mim.

—Vai trocar de roupa vovô, depois a gente conversa.

Ele encarou-me sorrindo meio reprovador e voltou para o quarto. Onde foi parar o Capitão América?