Buried Alive

Capitulo 15- Sanders


Eu sou Gustav Dobrveck, Guns aos intimos. Eu sou um adolescente normal que vai a escola, vai ao mercado, brinca com o gato de estimação, vai ao psiquiatra, e segue normalmente. Seria ate engenhoso se não fosse a esquizofrenia. Eu tinha consultas todas as terça-feiras com o Dr Robert antes de sua morte. Ele infartou durante uma sessão minha e eu fiquei observando-o morrer sem nem ao menos ajudar. Não me sinto mal por isso, como dizem "não concordo e nem discordo, muito pelo contrario."

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Todas as tardes eu ficava sozinho em casa, com a Marrie comendo meus dedos do pés, ate que, apos as sessões com o Robert eu comecei a fumar, o que não é lá tão raro. Meus pais não se importam comigo, dizem que é uma fase ou fingem não ver. Eu também não ligo para eles. Robert me passou uma atividade recreativa para que eu não tentasse suicídio novamente, eu iria desenhar aleatoriamente o que viesse a minha cabeça. Sempre era algo confuso mas se prestar bem a atenção, acabava por enxergar um inferno ou uma chacina. Então ele me mandou escrever.

Comecei a narrar por Bury e tive que explicar que ele é um amigo imaginário que fica comigo o dia todo. Ele esta presente sempre e nunca dorme. Ele me ensinou coisas que eu jamais aprenderia na internet, como por exemplo, como atirar e como matar uma pessoa com café e sal amargo. Robert amava café. Eu fui vagando capitulo atras de capitulo, dia apos dia, ate poder entender e ate mesmo pensar como Buried. Minha rotina mudou. eu durmo três horas por dia, faço uma refeição, malho e anoite fico em meu quarto brincando com uma butterfly (o canivete sabe?). Minhas notas são boas no colégio e apesar de que eu tente, Bury sempre afasta as pessoas de mim quando tento fazer amizades. Bury diz que não preciso ter amigos.

Todas as tardes eu ficava sentado com o notebook em uma ponta da mesa, com meu cigarro e uma xícara de café. Na outra ponta, Bury acariciava meu gato, chamado Marrie. Ele começou a narrar de um inicio incerto, sem datas e nem locais. Eu descobri onde era pelo decorrer da historia. Apos um tempo eu fiz uma pausa, não conseguia entender como um homem de 1,73m derrubou e afogou outro de 1,95m de altura. Ele me fitou friamente, demonstrou em mim e então continuou a narrar sua historia. Bury era um amor de pessoa. Com os capítulos eu pegava mais cigarros e continuei a digitar o que ele estava falando, sempre sem interrompe-lo. Buried Alive sempre estava me olhando friamente, parecia que estava esperando a hora para me matar, como se eu precisasse ajuda-lo em algo.

Ja estava me acostumando com os olhares frios de Buried quando o mesmo sobe a manga da camiseta. Seu braço com cicatrizes me assustou de inicio, o que fez ele rir. Para ele era normal ver cortes profundos, com a exposição dos ossos, mas para mim era um pouco constrangedor. Ele finalmente retirou a mascara e o chapéu. Seu rosto era de um homem normal, com olhos castanhos e pequenos, não haviam chifres ou fogo em sua cabeça, algo tão natural que passaria despercebido. Ele era um pouco parecido com o auto retrato que eu fiz para Robert, ele seria um "eu mesmo com 30 anos". Eu não conseguia deixar de reparar os olhos deles, eram opacos e sem vida, ele esboçou um pequeno sorriso e fez uma pausa. Ele comentou sobre meus olhos, sobre o modo que eu o observava e eu aproveitei a deixa e perguntei "Por que seus olhos não brilham, como o das pessoas normais?" Ele apenas riu e disse "Os nossos olhos são iguais garoto, não há diferença neles." eu me questionei se o Dr. Robert tinha razão. Era a primeira vez que eu duvidava de mim mesmo naquela mesa.

Robert me mandava parar com o cigarro, dizia que seria a causa da minha morte. Dr. Robert disse para mim em nossa ultima consulta, que Bury não existe e isso é algo da minha cabeça. Eu o vi morrer diante de mim sem ao menos expressar reação. Eu estava apenas testando o café e sal amargo, coisa que realmente funciona. Bury me fitou enquanto eu tomo um gole de café e diz "Estamos nos aproximando do fim. Logo teremos que decidir quem vive e quem morre..." Eu odiava suas pausas dramáticas. Então ele continuou "Sabe por que estamos aqui? Sabe o que vai acontecer agora? Dois corpos não ocupam o mesmo espaço Guns..." disse Buried Alive e continuou " Mesmo que não tenha perguntado meu nome, eu direi..."Aquilo me causou um arrepio na coluna, "Meu nome é Sanders, o famoso demônio da Carnificina. Em seu Idioma, se diz Sanders,mas no meu é Abbaddonou Craphelis." Eu fiquei tipo: puta que pariu, eu tenho meu proprio demônio, agora vou matar geral e dominar o mundo e tals; ate ele continuar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

"Só um de nós pode sair desta mesa. Então, teremos que lutar pelo controle do mesmo corpo." Eu não consegui mover-me na cadeira antes de tudo ter acabado. Eu vi ele saindo rapidamente em direção a mim mas então ele caiu, não havia explicação. Ele estava sangrando algo parecido com petróleo e rindo. "O melhor que eu ja treinei..." sua risada ecoava pela casa "É sem duvidas você, Gustav Sanders Dobrveck!" E em um apagão misterioso ele desapareceu. Eu nunca mais o vi em lugar algum. Com o tempo passando eu entrei para a policia, eu era investigador assim como Edward, mas havia uma coisa em mim. Algo que eu não podia controlar. O prazer por ver as pessoas mortas e ensanguentadas.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.