Infinito

Capítulo 7


O dia já havia virado tarde quando o Peregrino da Alvorada havia chegado numa distância segura para usarem os botes.

Apenas dois botes partiram para a ilha, pois não era sensato deixar o navio completamente sozinho. Quando os dois botes chegaram ao cais de porto, Ripchip guinchou animado:

– À frente, a emoção do desconhecido nos espera!

– Não podiam ter esperado até de manhã? – perguntou Eustáquio, ainda no bote.

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– Não há honra em dar as costas para a aventura rapazinho. – explicou Ripchip.

– Escutem. – pediu Lúcia – Cadê todo mundo?

– Estou me fazendo a mesma pergunta. – sussurrou Skye.

– Eu pensei que as Ilhas Solitárias faziam parte de Nárnia, mas... Não há nenhuma bandeira. – disse Ethan, trocando um rápido olhar com Skye.

Todos já estavam se distanciando do cais, mas pararam para observar Ripchip tentando ajudar Eustáquio.

– Me dê logo está mão, rapazinho!

– Eu consigo sair sozinho. – insistiu Eustáquio, acabando por cair de cara no chão.

Aquela cena fez Skye rir. Aquele garoto era tão diferente de seus primos, e Caspian parecia concordar com a irmã, pois o mesmo dissera:

– E é parente de sangue de vocês?

– Aposto que ele deve ter herdado as qualidades ruins. – disse Skye.

– Eu tenho certeza. – sussurrou Edmundo.

O grupo avançava pela ilha devagar. Não havia nenhum barulho, nenhuma bandeira de Nárnia a vista. Aquilo deixava Skye tensa, fazendo com que ela mantivesse a mão presa no punho da espada embainhada. Caspian preparou a besta que levava nas mãos. Ele estava tão tenso quanto à irmã.

De repente, um sino tocou, fazendo grande parte de o grupo ficar paralisado, enquanto outros se sobressaltavam. O barulho fez alguns pássaros levantarem voo. Edmundo e Skye, que estavam na rampa que dava acesso a cidade, se entreolharam sem dizer nada. Caspian aproximou-se dos dois, virando-se para Ripchip em seguida.

– Ripchip, fique aqui com os homens de Drinian e proteja o lugar. Nós vamos entrar. Se não voltarmos ao amanhecer, mande-nos procurar.

– Sim, majestade.

[...]

Os Reis e Rainhas, Ethan – com suas espadas desembainhadas – e Eustáquio subiram até a cidade. O cenário não mudou muito. O grupo andava devagar, prestando a atenção em tudo que viam. Não havia sinal algum de humanos.

Skye saiu de perto do grupo, indo em direção a um templo. A garota parou na frente da construção, analisando-a. Poucos segundos depois, Edmundo parou ao seu lado, fazendo o mesmo.

– Parece tudo abandonado! – exclamou Eustáquio, de uma distância razoavelmente grande – Já podemos voltar?

Todos viraram na direção do garoto. Skye analisava-o, incrédula. Por que alguém tão covarde como ele viria para Nárnia?

– Você quer ficar aqui de guarda ou ajudar? – perguntou Edmundo.

– Ah tá!- disse Eustáquio, correndo até eles – Boa ideia primo. É bem... Lógico.

Skye e Ethan se entreolharam. Aquela não era uma boa ideia. Caspian tirou um punhal do cinto parecido com o de Lúcia, e o entregou a Eustáquio.

– Deixa comigo! Pode deixar, numa boa. – ele disse, apesar de não ter certeza daquilo.

– Vê se não cai! – exclamou Skye, repetindo a frase que Ripchip dissera.

Enquanto Eustáquio olhava assustado ao seu redor, os outros adentravam o templo. Apesar de que alguns raios de sol escapavam pelas várias frestas que havia nas telhas, o templo era um lugar extremamente escuro. Edmundo pegou sua lanterna, ajudando todos a enxergarem melhor.

Haviam vários sinos suspendidos, e inúmeras estátuas enormes. No centro do lugar, existia uma mesa alta e redonda feita de pedra, onde havia um caderno grosso com nomes riscados. Aquilo logo atiçou a curiosidade de Skye. A garota foi até a mesa, sendo seguida pelos outros.

– Quem são essas pessoas? – perguntou Lúcia.

– Por que riscaram os nomes? – perguntou Edmundo.

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– Parece algum tipo de... Tarifa. – acrescentou Lúcia.

– Eu acho que essas pessoas... São escravos. – sussurrou Ethan.

Skye passou os dedos pelas páginas, prestando mais atenção nos nomes.

– Caspian, isso é obra de...

– Mercadores de escravos. – completou Caspian.

De repente, gritos e barulhos de sinos puderam ser ouvidos. Vários homens desciam através das cordas dos sinos. Todos tinham espadas e cercaram os quatro. Caspian conseguiu acertar um com sua besta, trocando-a em seguida por sua espada.

Skye conseguiu derrubar dois homens e quando estava preste a derrubar o terceiro um grito assustador fez com que todos parassem de batalhar e olhassem para a porta do templo. Um homem tinha Eustáquio como refém e mantinha o punhal que a pouco Caspian havia dado para o garoto, junto ao pescoço do mesmo.

– Se não quiserem ver este aqui gritar como uma garotinha, eu sugiro que entreguem as armas. – disse o homem, de uma forma calma.

– Garotinha? – perguntou Eustáquio.

– Agora! – berrou o homem.

Skye e Lúcia jogaram suas espadas no chão com força, enquanto Caspian e Ethan colocavam as suas com muito cuidado.

– Eustáquio. – sussurrou Edmundo, jogando sua espada.

– Eu sabia que Ra uma má ideia! – exclamou Skye.

– Algemem todos eles! – ordenou o homem.

Em poucos segundos todos estavam algemados, de uma forma nada gentil. Skye sentia seus punhos doerem. Dois homens seguravam-na pela as mangas de suas vestes. Skye se debatia e ela tinha certeza de que se estivesse com sua espada em mãos, as cabeças deles já estariam rolando no chão.

– Vamos levar esses três para o mercado. – disse o homem, apontando para Lúcia, Ethan e Eustáquio – Mandem os outros para a masmorra.

– Escute aqui seu tolo insolente, eu sou o seu Rei! – berrou Caspian, sendo levado por dois homens.

– Tirem essas suas mãos imundas de mim! – gritou Skye, tentando se soltar dos homens.

– Você vai pagar por isso! – exclamou Edmundo.

Das sombras, surgiu um homem com cabelos compridos e vestes espalhafatosas, dizendo:

– Na verdade – começou o homem estranho – outra pessoa vai pagar, por todos vocês.

Aquilo era real? Skye precisou de pouco mais de cinco segundos para entender que o homem queria vender quatro Reis e Rainhas de Nárnia como escravos. A garota usou toda a sua força na tentativa de se soltar dos dois homens que agora lhe arrastavam, mas eles eram muito mais fortes.

Os três mais novos haviam sido levados para fora do templo, enquanto Caspian, Edmundo e Skye eram arrastados para algum lugar dentro do templo, mas antes que os homens pudessem levá-los daquela sala, o homem com roupas esquisitas disse:

– Esperem um pouco! - gritou o homem. Ele se aproximou devagar de Skye, tentando passar os dedos pelo rosto da garota, que se debateu com força.

– Não toque nela! – berrou Edmundo, tentando chegar até Skye, mas sendo contido pelos homens.

– Solte-a agora! – pediu Caspian.

– Levem-nos. – ordenou o homem – Mas eu fico com essa daqui.