Infinito
Capítulo 6
– Edmundo!
Caspian se aproximou do casal que estava no convés. Ele trazia nas mãos duas espadas e quando estava bem próximo dos dois, deu uma das armas para Edmundo.
– O que é isso? – perguntou Skye, desconfiada.
– Um desafio. – explicou Caspian – Um duelo amistoso. O que você acha Edmundo?
Edmundo analisou a espada, rodando-a, rindo após alguns segundos.
– Mas é claro. Prometo que vou pegar leve com você.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Essa é boa. – debochou Caspian.
– Minha torcida é sua, irmão. – disse Skye, se afastando dos dois e indo em direção da proa.
– Traidora! – exclamou Edmundo rindo, voltando sua atenção para Caspian, em seguida.
Skye subiu as escadas da proa e avistou Lúcia. Os sons de espadas se chocando e de gritos animados da tripulação se propagavam por todo o navio.
– Senti falta das nossas conversas.
Lúcia, que olhava para alguma coisa no mar, distraidamente, levou um pequeno susto ao se deparar com Skye.
– Eu também senti. – respondeu Lúcia, abraçando Skye.
– Você cresceu tanto – disse Skye, passando uma das mãos pelos cabelos de Lúcia – e está linda.
– Eu? Linda? – indagou Lúcia – Você deveria se olhar no espelho mais vezes.
– Não seja boba. Eu uso uma máscara que esconde toda a minha feiura. – sussurrou Skye, sacudindo a garota pelos ombros e fazendo-a rir – Agora me conte... Como foi esse um ano longe de Nárnia? E como voltaram?
Lúcia pensou um pouco e após alguns segundos, disse:
– Um quadro que há no meu quarto nos engoliu, e nós surgimos no meio do mar. Sobre a nossa vida: não foi nada excitante. Basicamente nossos pais, Susana e Pedro foram para um lugar bem longe, e por causa da guerra, eles nos deixaram na casa dos nossos tios. Nada de aventuras, muito menos diversão. E tem o nosso primo que não é muito... Agradável. Ele até veio conosco.
– Jura? – perguntou Skye – Mas e Edmundo? Ele se comportou direitinho?
Um sorriso maroto surgiu no rosto de Lúcia. Ela sabia do que Skye estava se referindo.
– Quer dizer em relações a garotas? Acho que as únicas garotas que existiam para ele no nosso mundo era eu e a tia Alberta.
– Bom saber. – suspirou Skye, olhando para o meio do convés, onde a tripulação aplaudia o último golpe do pequeno duelo entre Caspian e Edmundo.
As duas garotas desceram até o convés e Lúcia se sentou em um dos muitos barris que ficavam perto das escotilhas, enquanto Skye encostou - se na balaustrada, observando a tripulação.
– Mas olhe só o que eu vejo. – a voz de Edmundo se fez presente, puxando a atenção de Skye e fazendo com que a garota sorrisse imediatamente – Duas Rainhas no mesmo lugar. Não é raro ver isso nos dias de hoje.
Skye revirou os olhos enquanto Lúcia apenas ria. Edmundo se encostou ao lado de Skye e após alguns segundos de silêncio, Lúcia perguntou:
– Ripchip me contou uma história e isso me fez pensar que... Será que se a gente for de barco até o fim do mundo, a gente... Cai pela beirada?
– Relaxa Lúcia! – respondeu Edmundo – A gente está muito longe de lá.
– E aposto que nós não cairíamos pela beirada. – completou Skye.
A escotilha mais próxima da onde os três estavam se abriu, e de lá saiu um garoto loiro e com cara de poucos amigos.
– Já vi que ainda estão falando besteiras! – exclamou o estranho, se encostando ao lado de Edmundo.
– Quem é você? – perguntou Skye, desconfiada.
– Esse é o nosso adorável primo, Skye. – explicou Edmundo – Ele veio para Nárnia conosco, infelizmente.
– Edmundo! – exclamou Lúcia, dando um tapinha no braço do irmão.
– Lúcia me contou. – disse Skye – Qual o seu nome, garoto?
O menino olhou para Skye, como se visse um ser fantástico na sua frente. Ele parecia hipnotizado, e após algumas piscadas, disse:
– E-Eustáquio. – gaguejou ele.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Está se sentindo melhor, Eustáquio? – perguntou Lúcia.
Ao escutar a voz da prima, Eustáquio acordou do transe, voltando a ser a pessoa extremamente desagradável que normamente era.
– Estou. Não graças a vocês! – exclamou Eustáquio – Sorte que eu tenho uma saúde de ferro.
– Uma simpatia como sempre. – disse Ripchip, se aproximando do pequeno grupo – Vê se não cai!
– Eu não cai. – explicou Eustáquio de uma forma não tão convincente – Só estava absorvendo o choque.
– Já vi que esses dois não se darão muito bem. – sussurrou Skye para Lúcia.
– Mamãe diz que minha percepção é apurada – continuou Eustáquio – por causa da minha inteligência.
Edmundo, que bebia água, quase cuspiu todo o líquido, fazendo com que Skye e Lúcia rissem. Após se recuperar do pequeno engasgo o garoto também riu.
– Ele vai acabar nos colocando em apuros. – disse Ripchip.
– Vou te mostrar – gritou Eustáquio, apontando para o rato – assim que chegarmos à civilização, eu contatar o consulado britânico e mandar prender vocês todos por rapto.
O garoto acabou trombando com Caspian, que vinha andando na direção do grupo. Foi uma cena engraçada para Skye, por que seu irmão era bem mais alto que Eustáquio.
– Rapto é? – perguntou Caspian – Engraçado, pensei que tínhamos salvado sua vida.
– Me trouxe contra a minha vontade! – rebateu Eustáquio – Num lugar que francamente não tem a menor higiene. Parece um zoológico aqui embaixo.
– Esse rapaz só sabe reclamar? – perguntou Ripchip.
– Você ainda não viu nada. – suspirou Edmundo, impaciente.
Skye revirou os olhos. Ela não passará nem 5 minutos com Eustáquio, e uma pequena ponta de antipatia já havia crescido dentro dela.
– O navio não pode parecer grande coisa para você – começou Skye – mas ele é tudo que nós temos no momento. Ou seja, você ficará aqui são e salvo, ou pode se jogar no mar por sua conta e risco. Você escolhe.
Não apenas Eustáquio fitava Skye assustado, mas todos ao seu redor. Alguns marinheiros haviam parado o que estavam fazendo e olhavam para a garota. Eustáquio abaixou a cabeça e se distanciou do grupo devagar, subindo as escadas da popa.
Aos poucos o clima de tensão que pairava foi se desfazendo, e Edmundo foi o primeiro a quebrar o silêncio.
– Incrível! Você foi a primeira pessoa que conseguiu fazer ele se calar. Você tinha todo esse efeito sobre as pessoas há um ano?
– Cala a boca. – brincou Skye, rindo – E são três anos.
– Pra mim foi apenas um.
– A propósito, o que é um consulado britânico? – perguntou Skye, fazendo com que Lúcia e Edmundo rissem.
Eles não tiveram muito tempo para conversar, pois logo em seguida, o tripulante que ficava na torre de combate avistou terra e um alvoroço tomou conta do navio.
Finalmente haviam chegado as Ilhas Solitárias.
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