Infinito

Capítulo 12


– Mas o que...

O som de passos pesados não muito longe acordou Skye. A garota se levantou vagarosamente e olhou ao seu redor. Enormes pegadas estavam distribuídas na areia, muitas delas bem perto de onde Skye estava. O som de passos que havia lhe acordado não podia mais ser escutado.

Skye desembainhou sua espada e seguiu as pegadas. Mas a ilha parecia desabitada, pensava Skye, enquanto andava, mas parou imediatamente. As pegadas continuavam até adentrarem a floresta. Agora que ela sabia que não estavam sozinhos naquele lugar, não era sábio sair andando sozinha por uma floresta desconhecida.

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A garota deu meia volta e foi até Caspian. Seu irmão ressonava levemente e Skye sentiu uma pontada de pena por ter que interromper seu sono tranquilo.

– Caspian. – sussurrou Skye, balançando o irmão – Acorde, nós temos problemas.

Caspian sentou-se e olhou para a irmã com uma feição confusa, como qualquer pessoa que acaba de ser acordada sempre fica. Só após longos segundos as palavras de Skye adentraram na cabeça de Caspian, fazendo-o se levantar rapidamente.

– O que aconteceu?

– Não estamos sozinhos nesta ilha. –disse Skye, apontando para a pegada mais próxima.

Caspian aproximou-se assustado da enorme pegada, tocando-a. O que quer que fosse o dono da pegada estava descalço.

–Você viu o que causou isso? – perguntou Caspian baixinho.

– Não. Mas escutei seus passos, foi isso que me acordou.

Caspian andou cautelosamente até Edmundo, acordando-o. Skye fez o mesmo com Ethan. Segundos depois, os dois garotos estavam de pé ao lado de Caspian, olhando assustados para as pegadas.

– De uma coisa eu tenho certeza. – disse Skye – Isso não é humano.

– Isso está bem claro pelo tamanho das pegadas. – sussurrou Ethan.

– Cadê a Lúcia? – perguntou Edmundo.

Só então Skye notou a falta da garota. Gael havia dormido ao lado de Lúcia e continuava no mesmo lugar.

– Lúcia!

Skye correu até o lugar onde Lúcia havia dormido sendo seguida por Edmundo.

– Lúcia!

– Todo mundo de pé! – ordenou Caspian.

– Levantem, já podem acordar! – gritou Drinian para os homens que continuavam deitados.

Gael havia acordado assustada com toda a gritaria e procurou Lúcia para que pudesse se abrigar.

– Onde ela está? – perguntou para Skye.

– Nós vamos encontrá-la. Venha. – Skye segurou forte a mão da menina, no momento em que seu pai se aproximou – Não se preocupe Rhince, eu fico com ela.

O homem assentiu e saiu correndo para buscar sua espada. Edmundo fez o mesmo e após todos estarem armados, o grupo correu para dentro da floresta, seguindo sempre as enormes pegadas.

[...]

O grupo seguiu as pegadas em silêncio. Skye não soltou a mão de Gael por nenhum segundo.

De repente, a densa floresta cessou e cedeu o lugar para uma área grande e descampada. Havia algumas sebes com formatos de animais e outras coisas estranhas.

– É um jardim! – disse Skye.

– Não há mais pegadas. – observou Edmundo.

– Vamos em frente. – pediu Caspian – Podemos descobrir algo.

– Vocês acham que esse jardim pertence ao dono das pegadas? – perguntou Ethan.

– Provavelmente sim. – respondeu Skye, observando os formatos das sebes.

– Então ele não estará muito longe daqui. – completou Caspian.

– Caspian! – chamou Edmundo – O punhal da Lúcia.

Caspian e Skye se aproximaram, mas várias lanças surgiram ao redor do grupo.

– Fiquem parados ai, ou vão morrer. – berrou uma voz.

Skye e Ethan desembainharam suas espadas, mas segundos depois as duas foram puxadas de suas mãos por algo invisível, virando a arma de Skye na direção da garota, enquanto a de Ethan jazia no chão. Skye colocou Gael e Ethan para trás de si, na intenção de protegê-los.

– Que tipos de criaturas são vocês? – gritou Caspian, que havia sido derrubado.

– Criaturas enormes, com cabeças de tigres e corpo de um...

– Tigre diferente. – continuou outra voz.

Skye pensou estar maluca, mas aos poucos algumas formas foram aparecendo. A forma da criatura que estava na sua frente. Eram um pouco maiores que os anões narnianos, e cada um tinham um único pé enorme. Havia dois anõezinhos na frente de Skye. Um em cima do outro, o de cima segurando a espada. Skye prendeu o riso e fez cara de assustada.

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– Mas que m... – começou Ethan, mas Skye tapou a boca do garoto com uma rapidez incrível.

– Melhor não mexer com a gente. – bradou uma das vozes.

– Se não? – desafiou Edmundo.

– Retalhamos vocês com as garras.

– Atravessamos vocês com as nossas presas.

– Rasgamos vocês com os dentes.

– E mordemos com os caninos.

A maioria dos marinheiros ria dos anões esquisitos. Skye continuava prendendo o riso, mas manteve o semblante assustado.

– Vocês tem certeza que não são baixinhos e barrigudos? – perguntou a garota.

– Mas que audácia!

– Nós deveríamos te esmagar!

– Quer dizer que nos esmagam com esses barrigões? – perguntou Edmundo.

– Que barrigões?

Só então, os anões perceberam que estavam visíveis e um deles acabou caindo de susto.

– E fazem cócegas com os pés? – perguntou Caspian, rindo.

Edmundo caminhou até o anão que havia caído, apontando sua espada para a criatura.

– O que fizeram com minha irmã, seus pestinhas? – perguntou.

– Ora... Calminha!

– Onde ela está? – insistiu Edmundo, irritado.

– Melhor contar a ele!

– Vai lá chefe, conta logo!

– Na mansão. – disse o anão.

– Mas que mansão? – perguntou Edmundo.

Então uma mansão simplesmente surgiu, um pouco mais a frente.

– Ah, aquela mansão!

Skye estava adorando tudo aquilo. Estava até cogitando a ideia de levar alguns desses anões para Nárnia.

– Saibam que já estou cansado de me deixarem para trás. – disse a voz de Eustáquio saindo da floresta.

– É o porco. – disse um dos anões, fazendo Skye rir baixinho.

– O porco voltou.

– Esse lugar ta ficando cada vez mais esquisito.

– Esquisito? – perguntou um anão, ofendido.

– Ele nos chamou de esquisitos?

Mas ninguém deu atenção aos anões, pois Lúcia acabara de sair da mansão, acompanhada de um homem.

– O Opressor! – gritaram os anões, ao verem o homem.

– Lúcia! – disse Edmundo, sorridente.

– Majestade. – proferiu o homem, fazendo uma reverência.

– Caspian, Edmundo e Skye. – começou Lúcia – Esse é Coriakin. Essa ilha é dele.

Os três fizeram uma reverência e Skye se perguntou como alguém poderia ter um nome tão legal como “Coriakin”.

– É o que ele pensa. – disse um dos anões – Você nos enganou, mago.

– Eu não enganei vocês. – disse Coriakin, se aproximando dos anões, fazendo-os pularem para trás assustados – Deixei vocês invisíveis para sua própria proteção.

– Proteção?

– Isso é opressão!

– Opressor!

– Eu não oprimi vocês. – continuou o homem.

– Mas poderia ter oprimido se quisesse!

– Vão embora! – ordenou Coriakin, jogando um material branco composto por bolinhas nos anões, fazendo com que eles fugissem desesperados.

– O que era aquilo? – perguntou Lúcia.

– Algodão. – respondeu Coriakin – Mas não conte a eles.

– Quem era? – indagou Eustáquio.

– Tontópodes. – respondeu o homem, como se aquilo fosse algo óbvio.

– É claro, bobeira a minha. – sussurrou Eustáquio, indignado.

– Podemos ficar com um? – perguntou Skye, adentrando a mansão junto a Coriakin.

– Suponho que não, minha Rainha. Mas se algum quiser ir com você...