Aftermath

Capítulo 13


E novamente ela levantou um campo de forças a sua volta, o menino a olhava com tristeza e provavelmente um pouco de raiva.

─ Você irá me desculpar? – ele desviou o olhar, deu as costas e começou a se afastar.

─ Ei! Não! Espere! – ela deu um passo para segui-lo, mas uma pena caiu em sua frente e um menino com asas desceu dos céus e pegou sua mão.

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─ É perigoso. Se você for, ele e outros estarão em perigo.

─ Eu sei. – ela chorava – EU SEI! – e o campo de força se levantou ainda mais forte.

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Ariza acordou com Kallan ao seu lado. Ela havia o beijado, ou metade dela havia feto isso, mas isso não queria dizer que a outra metade estava reclamando muito, apenas se sentia um pouco triste, como se estivesse traindo alguém, de novo.

─ Ei Kallan.

─ Hm?

─ Eu podia ter voltado não é? Digo, voltado antes, sozinha, não precisava ter esperado ser atraída de volta para a Terra.

─ É, podia. – ele afrouxou os braços e deitou-se de costas, as asas em cada lado da cama.

─ Mas você não deixou... Por quê?

─ Há muito mais dentro de você do que esse mundo pode aguentar e você sabe disso não é, você sabe do Chaos agora. Precisamos decidir o que você fará, o que faremos. Decidi lhe proteger e é isso que farei, lhe protegerei de pessoas como o meu pai e de coisas que nem podemos imaginar.

─ Sobre o seu pai... Você não me culpa?

─ Não há culpa em se defender. Desde o princípio eu era contra a ideia dele, como sacrificar você acalmaria o Chaos? Ao contrário, o libertaria mil vezes mais poderoso. Ele foi apenas um fanático a menos no universo, ele nem me lembrava meu pai mais, ele estava doente, e a única forma de curá-lo era o fazendo deixar de existir.

─ Eu entendo. Minha parte humana pensa que isso é horrível, mas quantas vezes os humanos não fizeram o mesmo? – Ariza pensou em seu pai e abraçou Kallan.

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Eles tomaram café. Tony havia mandando uma equipe para abastecer a geladeira do flat, o que foi bom, porque Kallan comia na mesma proporção que um lutador de sumo.

─ Pra onde vai toda essa comida? – Ariza perguntou, enquanto bebia da xícara de café. – uma xícara bem brega, se ela continuasse ali precisava comprar as coisas ela mesma.

─ Anh? – Kallan a olhou de boca cheia, como uma criança.

─ Engula primeiro, por favor. – ele engoliu.

─ A comida humana é gostosa, você sabe o que nós comíamos, não variava muito.

─ Vou encontrar meus amigos, você acha que ficará bem com a equipe te Tony? Eden estará com eles para te levar à Starstaff, você também visitará seus amigos. – ela sorriu.

─ Sim, vai ficar tudo bem. Mas estou com medo de Nuria.

─ Por quê? – ele parou de comer e olhou para ela com um sorriso travesso.

─ Nossa espécie tem olhos afiados Ariza, principalmente para determinadas coisas.

─ Ok, não entende. – ela terminou o café e a torrada.

─ Tensão sexual. – ela engasgou com o resto da torrada – Os humanos também não são assim? Bem, somos o dobro. – Ariza levantou e pegou o celular.

─ Eu estou saindo! Já estou atrasada, tchau. – ela não estava, mas algo na mente dela estava se formando, parecia que alguém queria comemorar o constrangimento.

Não Mente o que você está pensando, que bagunça.

Você sabe no que estou pensado. Afinal você está pensando.”, a ligação ficava cada fez mais forte.

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Eles iriam se encontrar em um espaço reservado pela indústria Stark, esperava-se que todos aparecessem, mas ela desconfiava que pelo menos um fosse faltar.

As primeiras a aparecer foram EunBi, Alice e Cassie, junto com um garoto alto e estiloso.

─ EunBi! Alice! Cassie! – ela olhou o garoto enquanto levantava para abraçar as amigas. – Err?

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─ Cristo! Eu apenas cortei o cabelo meu anjo.

─ Victor! O que aconteceu?

─ Como explicar, hoje é dia de Victor. – Alice falou, meio debochada – Eles estão com essa brincadeira agora, Vic e Cassie.

─ Hein?

─ Vic e Cassie se pegaram em uma festa, pronto, falei. – Alice soltou.

─ É cada coisa que acontece quanto estou fora hein. Mas você não é assumidamente gay? Lembro de falar das coisas embaixo e...

─ Meu deus! Chega! – Cassie estava vermelha como um tomate.

─ Mas como isso se desenrolou, gente eu quero saber, por favor.

─ Faz um ano. – Cassie falou enquanto se sentava – Ele estava bêbado na festa, e eu tive que o arrastar para o apto, ai ele começou a se transformar no banheiro, deu pra ouvir a Amy Withouse cantando no chuveiro... Do nada sai o Vic de cabelo molhado e sem nada.

─ Meu deus, você foi atacada por um pervertido! – todas riram.

─ Não foi assim, não ataquei ninguém. Talvez um pouco...

─ Ai Cassie descobriu que não ligava se estava tendo Victor ou Victória e você já sabe né. – Alice adorava falar coisas constrangedoras... quando não eram sobre ela.

─ Mas porque você está aqui como Victor?

─ Ariza, olha a Cassie. – Ariza olhou – Você acha que eu ia sair como Victória hoje pra recebermos cantadas duplas? É uma verdade universal que homem só respeita outro homem, que vergonha dessa raça!

As meninas riram, Ariza entendeu que o que estava acontecendo ali não era o que alguns diriam, que “Victor encontrou a pessoa certa e a fase passou.”, Vic ainda era Vic, Vic, Victória, Victor. Não existe a pessoa certa, existe a pessoa que vai te fazer feliz naquele momento, Cassie estava fazendo isso. Vic é uma pessoa dinâmica, sempre em movimento, sempre fazendo o que quer sem medo, talvez ele já tenha se encontrado, talvez ele vá se entrar, mas Ariza sabe, a pessoa que mudará a vida de Vic é ele mesmo – ela olhou para Victor e Cassie, como eles se olhavam – talvez Cassie tenha vindo ajudar, ajudar Vic.

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Ariza estava bebendo um suco quando Alice lembrou de algo.

─ Hum, Arizaaaa.

─ Deus me ajude, o quê?

─ Não, quem! Alto, moreno e sensual.

Ariza fez careta.

─ Oh sim, Kallan. Um grande problema.

─ Alguém disse grande? – EunBi deu uma cotovelada em Alice – Ai, desculpa.

─ E acho que o problema tende a aumentar depois de ontem. – todos os olhos se abriram. – Meu deus, em que vocês estão pensando?

─ Provavelmente que vocês dormiram juntos e estão dormindo juntos e se beijaram e começaram um rolo e alguém vai sofre em bre... – Victor começou a tagarelar, mas parou. – Ela tá vermelha gente, ai tem culpa!

─ Você está com febre Ariza? Ou realmente...

─ Não faço ideia de como, mas – ela desviou o olhar – dormimos juntos, SÓ DORMIMOS... Tá, mas eu acordei e o beijei.

─ Puta merda. – os quatro disseram.

─ Você passa dois anos desaparecida, volta, some por 3 meses, volta e ainda aparece com um cara gato que possivelmente é seu NAMORADO?! Meu pai amado. – Alice estava meio descontrolada, ela apenas se calou porque EunBi apontou para a entrada de onde os outros vinham. Mas, algo dizia a Ariza que a voz de Alice era muito alta.

Ariza não estava crendo muito em sorte, mas em azar talvez, pois seus olhos encontraram Teddy de primeira e o franzir das sobrancelhas dizia que ele tinha ouvido o que Alice tinha falado.

─ Oi gente. – sem pensar Ariza levantou e foi para perto dos que haviam acabado de chegar, alguns a abraçaram, outros apertaram sua mão, Teddy apenas acenou a cabeça e foi pra um canto com Dale e Nick.

─ Ariza! – Faur a levantou no ar.

─ Oi. – Ariza o olhou quando ele a colocou no chão. Tocou seu rosto. – Você está feliz que eu voltei, mas porque ainda está tão triste? Tina?

─ Como você...?

─ Merda. Fiz de novo, me desculpe, eu só, acabo entrando na mente das pessoas, me desculpa. – ela levantou as palmas se redendo.

Ela saiu de perto dele e andou para longe, se refugiando no banheiro da área. Nesse meio tempo os demais chegaram, Coryna, Endo, Brian, Tina, Brenda...

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Tina perguntou sobre Ariza e então entrou no banheiro.

─ Então você está aqui.

─ Veio brigar? – Ariza perguntou.

─ Não. Apenas ver se você está bem. – ela sorriu - Seu cabelo está maior, mas você parece igual.

─ Ah sim. – ela tocou o cabelo – Ele está triste Tina. Você está triste. Vocês deviam voltar. Agora, eu não estarei mais no caminho como um fantasma.

─ Como você...? Ah esquece, eu já devia ter me acostumado com essas coisas estranhas.

─ Você vai voltar? Ou terei que te obrigar?

─ Hm, você conseguiria fazer isso?

─ Sem mover um dedo. – ela levantou um dedo.

─ É, já passou tempo demais. Já nós magoamos muito, mas acho que é da natureza humana não entender os possíveis erros e os cometer novamente não é? – Tina sorriu. – Falarei com ele. Obrigada. E obrigada por voltar, por incrível que pareça, senti sua falta.

Ariza deu um passo antes de Tina sair e a abraçou.

─ Obrigada Tina. Acho que por não me odiar, ou talvez eu apenas esteja sentimental com o que você disse.

Tina a segurou pelos ombros.

─ Limpa essas lágrimas ou todos vão achar que eu briguei com você! – Ariza riu.

─ Se você brigasse comigo, eu ia sair com muito mais que lágrimas derramadas.

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Todos cumprimentaram Ariza. Alfonso fez um show rebolando num palco improvisado. Teddy estava brincando de “ignore a Ariza”, ela estava bem, mas sua cabeça estava começando a doer e isso não era bom sinal.

Ela viu Teddy em um canto e foi falar com ele, ele a viu vindo e começou a andar na direção oposta, algo estouro na cabeça de Ariza, e não foi um aneurisma.

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Seus olhos estavam dourados, fios dourados também apareciam no seu cabelo e a energia na sala estava densa e elétrica. Algo tinha acordado e Ariza não estava plena mente no controle.