Um pouco sobre a minha história

Capítulo 9 - Voltando ao Brasil


Quando eu fiquei sabendo que eu ia voltar para o Brasil faltavam apenas uma semana para o embarque, eu fiquei tipo “o que está acontecendo?”, aí eu contei para a minha melhor amiga da escola que eu ia embora e ela começou a me odiar, eu me lembro até hoje a frase que me marcou bastante, e me deixou muito triste:

— Você está me abandonando? E a nossa amizade? Não significa nada para você? VOCÊ ESTÁ ABRINDO MÃO DA NOSSA AMIZADE PARA IR AO BRASIL!

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Cara... Eu não queria, mas, o que eu podia fazer?

No último dia de aula para mim, teve educação física, e teve pega-congela, eu caí nesse dia, e ralei meu cotovelo inteiro, eu lembro que como me pegaram e eu caí e ralei o cotovelo, eu só levantei e fiquei parada no local, e o sangue escorria pelo meu braço, eu tenho a cicatriz até hoje. Depois a professora viu e me levou para a enfermaria para fazer curativo, eu falo que essa cicatriz é uma lembrança do último dia de aula que eu tive no Japão.

Quando faltava 4 dias para o embarque eu parei de ir para a escola, e minha mãe começou a me levar para todo lugar que eu queria.

Depois eu descobri que apenas eu, minha avó e meu irmão com 7 meses, que iriamos voltar para o Brasil, e ela não iria voltar junto, eu chorei muito, e meio que acabei usando a frase da minha então ex melhor amiga:

— Você está me deixando ir? E como que ficamos nós? A nossa família? Eu não significo nada para você? VOCÊ ESTÁ ABRINDO MÃO DE MIM E ME DEIXANDO IR PARA O BRASIL E VOCÊ FICAR AQUI?

Aí ela começou a me levar em todos os lugares que eu gostava, e ela me levou para a Disney também, e me deixou comprar a Minnie em pelúcia, fora outras coisas, como um pote de pipoca do Ursinho Pooh, uma touca do Mickey mágico, e um do Ursinho Pooh com touca, é tipo uma cabeça do Pooh com uma touca que você usa como touca, muito louco. Andamos em alguns brinquedos e voltamos para casa.

Ai depois disso faltava apenas 2 dias para o embarque, e ela me levou para escolher um brinquedo para levar na viagem, e eu peguei um porquinho de pelúcia, que eu chamo de Serginho. Muito fofo, é rosa claro, e as orelhas, focinho e rabinho são rosa escuro. Tenho ele até hoje, e durmo com ele do meu lado, de vez em quando uso ele como travesseiro também, por mais que a cor dele pareça estar suja, é a cor dele, veio com essa cor.

Quando foi o dia de embarque, eu lembro que o Serginho estava no meu colo e uma aeromoça brincando, falou para eu deixá-lo porque estava sujo, ai eu briguei falando que eu só tinha ele, e ele não estava sujo, e que o porquinho era meu então não ia deixar ele. Ai a aeromoça se desculpou falando que era brincadeira e me deixou quieta, já que eu comecei a chorar depois que ela falou que era para deixar o Serginho.

Durante o voo, meu irmão vomitou bastante, até que quando desembarcamos ele estava usando a camisa da minha avó, porque as roupas dele já estavam todas sujas.

Foi turbulento esse voo, eu queria muito que chegasse logo, porque não aguentava mais o cheiro.

Chegando ao Brasil nós acabamos vindos para o estado de São Paulo, em uma cidade do interior, que fica perto de Bauru.

Ficamos durante uns anos na casa de uma tia minha, irmã da minha avó. E a minha vó continuou trabalhando como massagista aqui, até hoje ela ainda trabalha com isso.

Infelizmente mesmo em um novo local, as coisas não iam muito bem.