O que eu não posso lidar, levo no peito

Maria Antonieta e Gustavo


Maria Antonieta é mãe de Gustavo; ambos vivem num pequeno apartamento na cidade grande. A mãe trabalha quase todos os dias úteis como babá e diarista para uma família abastada. Já Gustavo mal vê sua mãe, e nunca conheceu seu pai. Sua progenitora mal cita o nome dele e deixa explícito que não gosta de tocar neste assunto. Gustavo sente-se frustrado; pelo fato de que sua mãe não goste de comentar este assunto com ele, mas deixa quieto pois não sente falta de uma imagem paterna, e esforço que sua mãe faz para sustenta-lo e ainda lhe dar pagar uma escola privada, já faz tudo valer a pena.

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Dona Maria, por mais que seja uma mãe esforçada e dedicada, não tem muito tempo de sentar-se e conversar com seu menino, e o próprio acha que atrapalharia sua mãe com assuntos fúteis do seu cotidiano. O jovem vê sua mãe chegar todos os dias às nove horas da noite, muito cansada por cuidar de duas crianças pequenas, e ainda ter coragem para fazer os afazeres de casa. Ele faz o impossível para alegrar sua amada mãe. Seja fazendo os seus deveres e ajudando-lhe a cuidar da casa.

Mas, Gustavo sabe que as coisas não estão indo bem, as dividas estão acumulando e sua mãe não tem estado muito bem de saúde. E como um filho exemplar e amoroso, ao completar quinze anos, ele já procurava algum estágio para ajudar a sua mãe; que mal pode aguentar de felicidade quando o seu único filho começaria a trabalhar na próxima semana. Gustavo estudava de manhã e trabalhava no período da tarde.

Por uns meses tudo correu bem para mãe e filho, até que um dia, um infeliz dia; Maria ligou em uma sexta-feira para o celular de seu menino, avisando-lhe que sairia mais cedo do seu serviço e que naquele dia eles poderiam jantar fora. Risos, e “te amo” foram trocados entre mãe e filho. Só que naquele dia, Maria chegou muito mais cedo em sua casa por volta das cinco da tarde, e foi tomar um banho, se arrumou, e aguardou Gustavo.

Ela aguardou e aguardou, já era por volta das nove horas da noite e seu menino não houvera ligado como de costume se caso se atrasasse; Dona Maria como qualquer mãe dedicada se aprontou e ligou para o número de seu filho. Ele não atendeu. Quando Dona Maria desligou a chamada ouviu batidas escandalosas na porta de entrada, assustada ela olhou pelo olho mágico e viu quem batia; era uma de seus vizinhas Amélia. Ela possuía uma feição de tristeza e o rosto estava avermelhado. Maria abriu a porta rápido mas antes de dizer algo Amélia já atropelou-a com a seguinte frase: “Maria venha pelo amor de Deus, é o Gustavo! É o Gustavo!”.

Dona Maria não pensou duas vezes, foi correndo com Amélia para onde quer que ela o levasse, seus instintos lhe diziam que aquilo, não era boa coisa. E Maria Antonieta não podia estar mais certa, e pelos céus... Como ela queria estar errada. Lá no chão, já semicoberto estava o corpo do seu garotinho Gustavo... Morto.