De volta ao Clã

Cap. 5 - O perigo vem de dentro


Dianna se movimenta com cuidado pela cozinha, os passos eram arrastados e havia um intervalo grande de tempo entre eles. Estava com uma faixa na barriga, o local onde o chifre do minotauro havia atingido. Na mesma noite do ocorrido Fiona soprou em sua boca, um sopro cheio de vitalidade e o que lhe a ajudou a se manter viva.

– Como está a Beatrice ? - Dianna sentou-se a frente de Laurie, que lia um jornal antigo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Já acordou, mas ainda não consegue se levantar, sente as pernas trêmulas - Laurie abaixou o jornal e encarou Dianna.

– Eu realmente espero que ela se recupere logo - Dianna suspirou - Ela me salvou daquele monstro.

– Foi um ato nobre - Laurie concordou com a cabeça - E você ? Como está ? A barriga ainda dói ?

– Um pouco, apenas lateja - Dianna sorriu - Não posso fazer muito movimento.

– Não deveria nem estar em pé! - Laurie falou firme, levantou-se e colocou a caneca de café vazia na pia.

– Só estava cansada de ficar deitada olhando pro teto - Dianna bufou entediada - Eu só queria... - de repente sentiu um cala frio e se tremeu toda.

– O que houve ? Está bem ? - Laurie olhou preocupada.

– Estou, eu só...é que senti um cala frio, seguido de um sentimento ruim - A garota olhou assustada para os lados - Como se a própria morte tivesse entrado pela janela.

– Você só deve estar muito cansada, vá descansar - Laurie sorriu e saiu, indo em direção ao corredor.

Dianna respirou fundo e se levantou, caminhou vagarosamente para o corredor e parou quando um copo de vidro caiu e se partiu no chão.

– Megan ? Fiona ? - Dianna se virou e chamou, deu alguns passos arrastados em direção ao copo no chão, olhou ao redor com expressão assustada, a porta do armário rangia e balançava lentamente. A sombra, mandada por Marie, flutuou atrás da garota derrubando uma frigideira e sumindo pelo corredor, Dianna virou-se rapidamente tensa e ofegante - Essa mansão é maluca - Respirou fundo e caminhou em direção ao corredor.

Quarto da Beatrice...

– Quer que eu lhe traga um suco ? Ou uma água ? - Megan perguntou enquanto segurava na mão de Beatrice.

– Não, só quero que você descanse - Beatrice se ajeitou na cama - Eu estou bem, obrigada - A garota sorriu.

– Eu sei que está, mas eu quero ficar - Megan piscou.

– Quer ficar ? Uau, gostei de ver você toda preocupada comigo - Beatrice riu.

– Preocupada ? Com você ? - Megan gargalhou - Eu só estou aqui porque você me salvou e salvou a Dianna - Megan disse com tom esnobe.

– Aham, eu acredito em você - Beatrice sorriu de canto de boca - Falando na Dianna...como ela está ?

– Bem, Fiona curou ela - Megan balançou a cabeça - Mas ainda anda como se tivesse cagado nas calças - A garota riu alto acompanhada de Beatrice.

A maçaneta girou e a porta se escancarou lentamente.

– Quem é ? - Megan se levantou e caminhou até a porta, colocou a cabeça pra fora e se assustou quando não havia ninguém.

– Megan! Quem é ? - Beatrice olhava atenta.

– Ninguém - Disse Megan ainda assustada - Talvez tenha sido o vento - A garota fechou a porta devagar e passou o trinco.

– Fiona tem alguma ideia do que aconteceu aquele dia ? - Perguntou Beatrice.

– Ela apenas disse que foi um poder oculto e muito poderoso - Megan atravessou o quarto e parou a frente da janela, olhava atenta - Temos vizinhos novos - Comentou a garota.

– Posso adivinhar ?...um casal de velhinhos adoráveis com vários gatos - Beatrice riu.

– Errou, temos um casal quarentão e um garoto muito gato...talvez o filho deles... - Megan mordeu os lábios ao ver o garoto carregando as caixas para dentro - Ele só pensa em se masturbar depois que o quarto estiver pronto, uma forma de estrear - Megan gargalhou.

– Eca! Não precisa me contar os pensamentos dele - Beatrice tampou as orelhas com as mãos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Parece de ser inocente...vamos comigo - Megan foi até a garota e a puxou pelo braço - Temos que dar boas vindas aos vizinhos e avisar ao garotão que ele pode visitar minha vagina quando quiser - a garota piscou.

– Pare com isso Megan - Beatrice jogou o cobertor de lado e se levantou - Estou me sentindo tão bem.

– Vai se sentir ainda melhor quando ver o garoto ao lado - Megan riu e caminhou em direção as escadas, seguida de Beatrice que ainda andava com certa dificuldade - Senhorita estou com as fraldas cheias - Megan chamou por Dianna que estava sentada na sala.

– O que você quer ? - Dianna olhou com desprezo.

– Temos um novo vizinho maravilhoso, quer dar uma conferida junto com a gente ? - Megan sorriu maliciosa.

– Não tenho nada melhor pra fazer mesmo - Dianna deu de ombros e se levantou - É lei levarmos algum prato para dar boas vindas aos novos vizinhos.

– Tem cookies no armário - Megan estalou os dedos e correu até a cozinha, abriu dois pacotes de cookies industrializados com gotas de chocolate e os colocou em um prato - Vamos lá garotas - Megan voltou com o prato em mãos - Digam que são caseiros - A garota comentou e passou pela porta aberta por Dianna.

– Acha que eles são idiotas ? O gosto é muito diferente - Beatrice comentou seguindo Megan.

– Se duvidarem você usa sua persuasão - Megan sorriu para Beatrice.

– E o que falo se perguntarem sobre a faixa em minha barriga ? - Dianna franziu a testa, pensando em algo.

– Já sei, pode falar que estava gravida de seis meses mas descobriu que o bebê estava morto... - Megan abriu o grande portão - então fez uma cesariana para a retirada do feto morto, vai ser incrível ver a cara de dó deles - Megan sorriu animada.

– Você só deve ser louca - Dianna revirou os olhos.

– Diga, será engraçado - Megan abriu o pequeno portão da casa e entrou, passou pelo jardim e parou a frente da porta - Tem como as duas velhas andarem um pouco mais rápido ?

– Calada, minhas pernas estão trêmulas e a Dianna está com um ferimento na barriga - Beatrice bufou e parou ao lado de Megan.

Megan revirou os olhos e tocou a campainha, arrumou a mini saia preta e colocou um sorriso no rosto.

– Boa tarde, como posso ajudá-las ? - A mulher esbelta, branca e com os cabelos longos e encaracolados nas pontas abriu a porta e sorriu, observando atenta as garotas.

– Olá, somos vizinhas... - Megan balançou a cabeça - Trouxemos esse prato de cookies caseiros - A garota deu ênfase no 'caseiros'.

– Não são caseiros e desculpe aqui temos uma política de não comer nada industrializado - A mulher sorriu gentilmente.

– Beatrice! - Megan exclamou já sem paciência.

– Você vai acreditar que são caseiros e vai nos convidar para entrar - Beatrice sussurrou, usando seus poderes de persuasão.

– O que acha dos cookies caseiros ? - Megan voltou a repetir e ofereceu o prato.

– É tão gentil da parte de vocês - A mulher sorriu e pegou o prato - Vocês querem entrar ?

– Agradecemos o convite - Megan piscou e entrou primeiro, sendo seguida pelas garotas - Eu sou Megan, essa é a Dianna e a outra é a Beatrice...

– É um prazer...meu nome é Isabelle, mas me chamem de Belle - a mulher fechou a porta e sorriu.

Belle levou as garotas até a cozinha, onde seu marido Matt estava sentado ao balcão e comia um prato de salada.

– Isso é sério ? Salada ? - Dianna murmurou para Beatrice.

– Quem são as garotas ? - Matt olhou atento para a esposa e para as garotas.

– Ele adoraria ver nos ver nuas em cima da cama dele - Megan sussurrou e mordeu os lábios de leve.

– Não leia a mente dele, você não tem permissão - Beatrice sussurrou de volta.

– Cala a boca - Megan murmurou e deu um passo a frente - Boa tarde senhor, somos suas vizinhas, é um prazer.

– O prazer é todo meu - Matt olhava a garota dos pés a cabeça e pensava em coisas obscenas que deixava Megan muito ouriçada.

– Trouxeram cookies caseiros, não é fofo da parte delas ? - Belle segurou forte no ombro de Matt, tentando quebrar sua hipnose pela garota.

– Muito fofo mesmo - Matt umedeceu lentamente os lábios e voltou a dar atenção a seu prato de salada.

– Vou chamar o Norman, nosso único filho, ele vai adorar ter garotas de sua idade para conversar - Belle sorriu e saiu.

– Você é um completo cafajeste - Megan sussurrou para Matt.

– Megan! Pare com isso - Beatrice bateu o pé.

– Sua boca e suas pernas me deixam louco, eu quero você - Matt olhou com desejo.

– Eu quero seu filho - Megan piscou.

– Essa é a conversar mais nojenta de todas - Dianna sussurrou e bufou logo depois.

– Voltei com o Norman... - Belle apareceu seguida do garoto alto, porte físico e cabelos castanhos claro - Sobre o que conversavam ?

– Carros, elas me diziam que adoram Mercedes - Matt balançou a cabeça e deu um selinho na esposa.

– Hey garotas - Norman sorriu com as mãos no bolso - Me chamo Norman.

– Só estamos aqui para dar as boas vindas, agora precisamos ir - Dianna sorriu e Beatrice balançou a cabeça.

– Esperem! - Belle as encarou - Com quem vocês moram na mansão ?

– Nossas tias, Fiona Goode e LaLaurie - Beatrice sorriu.

– Eu adoraria conhecê-las - Belle balançou a cabeça.

– Vai amá-las, principalmente a Fiona, é tão amorosa - Megan sorriu cinicamente.

– O estilo de vocês é tão descolado, as roupas escuras mas com toque moderno - Belle as olhava dos pés a cabeça - São lindas.

– Invejosa - Megan murmurou, lendo seus pensamentos lotados de inveja - Norman ? Pode me passar seu número ? Eu adoraria manter contato - Megan sorriu.

– Seria legal - Norman concordou, pegou uma caneta e um guardanapo, escreveu seu número e entregou para a garota.

– Obrigada - Megan o abraçou e beijou sua bochecha - Seu pênis é sempre bem vindo em minha vagina - a garota aproveitou a aproximação para sussurrar - Vamos meninas - Megan acenou e caminhou para a porta da casa.

– Foi um prazer conhecê-los - Beatrice fez reverência e seguiu Megan.

– Megan, você é incrivelmente vadia - Dianna comentou enquanto as garotas voltavam a mansão.

– Só estou garantindo uma diversão enquanto fico hospedada no próprio inferno - Megan riu e entrou na mansão Goode.

– Preciso relaxar, vou tomar um banho de espumas - Beatrice comentou subindo as escadas para o segundo andar da mansão.

– Vai se masturbar com o mangueira do chuveiro ? - Megarn gargalhou, enquanto Beatrice apenas lhe mostrou o dedo do meio.

Beatrice trancou o banheiro e abriu as torneiras para encher a banheira, foi até a pia e lavou o rosto, suspirou e olhou sua imagem no espelho.

– As vezes acho que estou tendo um grande pesadelo e que quando acordar minha mãe estará na cozinha preparando ovos mexidos para o café - Beatrice falava sozinha enquanto o banheiro começava a ser preenchido pelo vapor da água quente.

A garota puxou as alças do vestido e o tombou no chão, desamarrou o coturno preto e os jogou ao lado do vestido. Voltou a pia e passou a mão no espelho para que limpasse o vapor do vidro, segurou forte na pia e escancarou a boca quando viu no reflexo um vulto negro atrás de si, se virou de imediato e suspirou aliviada quando não viu nada no local. Abriu o gabinete pequeno e pegou um sabonete líquido, caminhou de volta a banheira e despejou todo o conteúdo na água. Tirou o sutiã e a calcinha, entrou na banheira com cuidado e se sentou, colocou a cabeça para trás e jogou as espumas pelo corpo, os olhos fechados curtiam o momento.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Isso é maravilhoso - Beatrice suspirou.

Braços cumpridos se estenderam atrás da garota, em volta de seu pescoço estavam a caminho de apertar seus seios. Beatrice sentiu a aproximação e levantou a cabeça, abriu os olhos e olhava freneticamente para todos os lados. Foi surpreendida quando os braços se ergueram novamente e a afundavam na água, a garota esperneava e tentava se livrar das mãos pesadas que seguravam sua cabeça dentro da água, já sentia a falta de ar e sua cabeça pensava já sem nenhum oxigênio. A maçaneta da porta girou e a porta foi forçada.

– Beatrice ? Você está ai ? - A voz de Megan foi ouvida.

As mãos soltaram a garota, que voltou a superfície e puxou todo o ar que conseguiu para voltar a consciência.

– MEGAN, MEGAN, ME AJUDA - Beatrice se debruçou na banheira e rolou nua ao chão, chorava e gritava.

– Beatrice! Abra a porta - Megan começava a se desesperar e batia forte na porta.

Beatrice se levantou com esforço e girou o trinco, Megan girou a maçaneta e entrou com expressão apavorada.

– O que aconteceu ? Se acalme e me diga - Megan se ajoelhou ao lado de Beatrice que havia se jogado ao chão novamente, a garota envolveu a amiga nua em seus braços.

– Algo tentou me afogar, eu juro, estava bem aqui - Beatrice chorava e tinha a respiração dificultada.

– Não há nada aqui - Megan olhava para os lados ressabiada - O que era ?

– Uma sombra, um vulto, não sei direito - Beatrice suspirava e limpava as lágrimas com a costas da mão - Pressionou minha cabeça e me afogou, estava querendo me matar - A garota se abraçava mais a amiga.

– Vamos falar com Fiona - Megan se esticou e pegou o roupão lilás ao lado da banheira, cobriu Beatrice e a ajudou a ficar em pé - Está respirando bem ?

– Sinto uma leve dor atrás do nariz e uma forte pontada na cabeça - Beatrice caminhava com cuidado para o andar de baixo.

– O que aconteceu com você ? - Laurie entrou apressada no cômodo, secando as mãos no avental e depois as colocando nos ombros de Beatrice.

– Fiona! Algo tentou matar Beatrice - Megan parou atrás da poltrona onde Fiona estava sentada.

– Do que você está falando ? - Fiona levantou-se e encarou Megan.

– Ela estava tomando banho...disse que algo segurou em sua cabeça e a afogou - Megan estava de braços cruzados.

– Vamos tomar uma caneca de chocolate quente - Laurie conduziu Beatrice até a cozinha.

– Ela se droga ? - Fiona tirou um cigarro e um isqueiro do bolso do vestido, acendeu e o colocou na boca - Talvez sofreu alguma alucinação.

– Fiona, aquilo foi sério... - Megan suspirou - Quando abri a porta ela estava jogada no chão, respirava com dificuldade e repetia que algo estava junto dela...

– Eu vou investigar, fique tranquila e cuide dela - Fiona balançou a cabeça e saiu do cômodo.

Dianna estava no banheiro de seu quarto, ajoelhada a frente do vaso sanitário com a tampa aberta, os dedos estavam na boca provocando vômitos. A garota limpou o suor da testa e deu descarga nos restos do café da manhã misturados com sangue. Dianna fechou a porta do banheiro e deitou-se na cama. Precisava descansar. O quarto ficou frio, a luz do abajur ficou fraca e a cortina se movia lentamente. A garota agarrou no cobertor e se cobriu totalmente. A sombra ergueu-se atrás da garota, passava as mãos superficialmente em seu cabelo e se controlava para não puxa-los. Dianna sentiu a presença estranha e se virou, a sombra sumiu de imediato. A garota respirou e franziu a testa, se acomodou mais ao cobertor e os olhos se fechavam devagar, a sombra se encostou na parede ao lado da janela e a observava atentamente.