De volta ao Clã

Cap. 4 - Adeus a trégua


Beatrice estava deitada na cama do quarto branco e sem vida, as janelas cobertas com grandes cortinas impediam qualquer passagem de luz, na poltrona ao lado Megan estava encolhida e tirava um cochilo, não havia saído um só momento do lado da amiga. Fiona adentrou o quarto ao lado de Laurie.

– Quando ela vai acordar ? Está dormindo a três dias - Megan levantou-se quando viu as bruxas.

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– Não sabemos, aquele poder liberado por ela talvez tenha consumido toda a sua energia - Laurie disse enquanto checava seu pulso.

– Aquilo foi realmente magnífico, maravilhoso e estupendo - Fiona cantarolou ao se lembrar.

– Maravilhoso mesmo, agora ela está ai vegetando há dias - Megan suspirou, olhando para a amiga.

– Não está vegetando, está apenas dormindo - Laurie sorriu fraco - Você precisa comer...desça, eu fico aqui.

– NÃO, eu fico - Megan se jogou na poltrona novamente.

– Tudo bem, eu lhe trago um sanduíche - Laurie balançou a cabeça e saiu.

– Idiota, não entendo como deixa elas te tratarem assim - Disse Fiona, enquanto seguia Laurie.

– São jovens, geralmente não sabem o que falam - Laurie desceu as escadas em direção a cozinha.

– Sei muito bem porque as protege tanto e é sempre um doce com elas...ao olhar para seus rostinhos novos e delicados você se lembra de sua filha - Fiona sentou-se a mesa, enquanto Laurie preparava o sanduíche.

– E se for ? O que você tem haver com isso ? - Disse Laurie.

– Nada, só acho que se culpa demais por algo que não tem ligação com você - Fiona cruzou as pernas e balançava o pé.

– Aquilo teve ligação comigo, você sabe muito bem - Laurie terminava os sanduíches com os olhos marejados, por se lembrar de sua filha.

– Só pare de se culpar um pouco, já fazem anos - Fiona bateu na mesa.

– ME DEIXE EM PAZ FIONA - Laurie gritou e foi até a geladeira, pegou uma garrafinha de suco natural e colocou na bandeja - Nunca mais me lembra sobre ela, estamos entendidas ? - Laurie segurou a bandeja e passou por Fiona em direção ao corredor.

– Como se você mandasse em algo aqui dentro - Fiona riu e se levantou, saindo pela porta dos fundos.

Salão de Marie Laveau, 2015...

– Tia ? - Ellie adentrou aos aposentos de Marie - Temos uma encomenda.

– Encomenda ? Não estava esperando nada, traga para mim - Disse Marie.

Ellie pegou a grande caixa no colo e levou para a tia, colocou em cima da cama e abriu revelando a cabeça de Touro que havia sido morto na mansão das bruxas. O cheiro era insuportável e algumas moscas pousavam sob a cabeça.

– Credo - Ellie colocou a mão na frente da boca e se abanava tentando se livrar do cheiro.

– MALDITAS BRUXAS - Marie estava fervendo de raiva, pegou no chifre do touro e lançou contra uma prateleira de perucas, fazendo com que todas viessem a desabar - Quero a morte delas, preciso disso, mas como ?

– Tia, não se precipite - Disse Ellie.

– E ME DIZ COMO ? Pare de ser burra Ellie, as bruxas estão em maior número agora com aquelas duas novas garotas - Marie bufava - Algo tem que ser feito, não existe mais tratado e não existe...O QUE A VADIA QUER NO MEU SALÃO ? - Ellie olhou sem entender enquanto a Tia corria gritando para o salão na parte da frente.

O sino da porta havia sido tocado, avisando que alguém tinha entrado, Fiona usava um vestido preto colado e luvas pretas, caminhou até o sofá do salão e sentou-se bem a vontade.

– Fiona talvez não seja um bom dia para morrer, não acha ? - Marie parou a sua frente com as mãos na cintura.

– Isso são modos de receber uma cliente ? E ainda uma das mais fiéis ? - Fiona riu ironicamente - Não volte a mexer com meu clã - Ela mudou a expressão.

– Acha que me assusta com suas ameaças ? Por favor sua cadela velha - Marie gargalhou.

– Sabe que não sou mulher de ameaças e sabe também que não terá uma segunda chance de meter o nariz enorme onde não é chamada - Fiona levantou e ficou cara a cara com Marie - O meu clã está muito mais forte, não pense que esse seu voduzinho africano pode me tirar do poder agora.

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– Fiona, cadelas velhas não ficam no poder por muito mais tempo, sabe que a morte chega e você se fode - Marie sorriu cínica - Que eu saiba você não é imortal, assim como eu.

– Imortal não é mesmo ? Isso não me impede de cortar sua cabeça e a deixar guardada no porão de minha mansão por toda a eternidade - Fiona piscou - Essas perucas são um lixo - Fiona levantou a mão e se concentrou, colocando fogo na prateleira de perucas - Ops - Fiona sorriu cínica e saiu do salão.

– Apague, apague, apague - Repetia Marie enquanto a sobrinha usava o extintor para apagar o fogo das perucas - Quero matar a vadia, acenda as velas e prepare o círculo.

– As ordens Marie Laveau - Respondeu Ellie sem nenhum protesto, entrou na parte de trás do salão e começou a executar as ordens.

Marie e a sobrinha colocaram as vestimentas tradicionais da cultura africana, pegaram os tambores e os grandes vasos e obtiveram ajuda de dois negros altos e fortes também adoradores da cultura vodu. Marie ajoelhou-se a frente do círculo com velas acesas, três grandes vasos e um pequeno pote com barro vermelho. Os negros começaram a tocar o tambor, enquanto Ellie girava em torno da tia.

– Eu, Marie Laveau, invoco o espírito antigo para uma missão na terra - Marie afundou um grande pincel no barro e depois fez uma listra nas bochechas e na testa - Eu, descendente do povo da antiga África invoco o espírito sombrio do mal - Ellie a entregou uma bandeja com três galinhas pretas e mortas - Lhe ofereço essa oferenda - Marie tirou a tampa e jogou uma galinha em cada vaso, levantou as mãos pro alto e seu corpo começou a se mover para frente e para trás, os olhos se reviraram e a boca sussurrava palavras em africano.

Os negros batiam forte o tambor, Ellie girava rápido em torno do círculo, Marie suava e movimentava o corpo. Pouco tempo depois tudo ficou quieto e frio, as velas se apagaram e uma grande sombra saiu de dentro dos vasos, assumindo um contorno humano e masculino. Todos a olhavam atentamente.

– Bem-vindo de volta a vida, fui eu quem lhe acordou - Marie se levantou e fez reverência a sombra - Está as minhas ordens - A sombra balançou a cabeça, Marie caminhou até a um mural com fotos, apontou para a foto de Fiona - Casse essa velha, faça um verdadeiro inferno na mansão e destrua as bruxas com cautela, coloque-as para sofrer, torture-as - Maria bateu o pé.

A sombra fez reverência e se dissolveu no ar, as luzes das velas reacenderam e o ambiente voltou a sua temperatura normal. Marie chamou os Negros com as mãos.

– Preciso de diversão, arrume tudo - Marie segurou no braço dos negros e os levou para seu quarto, enquanto Ellie continuou na sala para limpar tudo.