In Case

Capítulo 12


In Case Capítulo 12

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

— Você me deve explicações, senhorita Castilho — Ludmila disse, de forma autoritária.

— Sei que sim — concordou, tomando logo em seguida mais um fole de seu café. — Mas é uma história longa... E eu tenho certeza que você irá surta — balançou a cabeça, visualizando a cena em sua mente, e novamente levando a xicara até seus lábios.

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— Comece me dizendo o que estava fazendo na Espanha com o Vargas — foi quase impossível não perceber sua curiosidade.

Suspirando entre um fato ou outro, Violetta contou-lhe toda a verdade. Era Ludmila, sua melhor amiga; ficará maluca com tudo isso, mas não irá a julgar. Pelo menos, é o que espera.

Como previsto, sua amiga ficou completamente chocada e perplexa com a situação em que se meteu em poucos dias. E, assim, a encheu de perguntas. Mas, para o conforto de Violetta, disse exatamente o que ela precisava e anseiava por ouvir desde o momento em que soube da confusão que se meteu.

— Eu estou aqui com você para o que precisar — pegou em sua mão e sorriu de forma carinhosa. — Sabe que pode contar comigo sempre... E pra sempre.

X x X x X

Depois do café da manha que teve com Ludmila – onde pode, finalmente, desabafar sobre os acontecimentos – Violetta resolveu por caminhar um pouco pelas ruas movimentadas naquela manha de sábado.

Ligou para seu irmão e se entristeceu ao saber que seu pai estava se atirando ao abismo. Que não tinha esperanças sobre mais nada. Todavia, tranquilizou-o e pediu para avisar a German e Angie que em breve mandaria a eles uma boa quantia em dinheiro. Assim não precisaria se preocupar – pelo menos, é que queria, mas sabia bem que jamais conseguiria deixar de se preocupar com seus pais e seus irmãos.

Com passos tranquilos e despreocupados, mal percebeu que já estava próxima ao seu apartamento. Soltou um sorriso aliviado, pois sentia sua garganta ficar seca por conta da caminhada que dera.

— Até que enfim — ouviu uma voz masculina soar logo atrás de si, assim que pôs os pés para dentro da portaria do prédio. Se virou rapidamente, mesmo sabendo quem era o dono daquela voz. — Já estava pensando que você tinha fugido — brincou um sorriso nos lábios, antes de se aproximar um pouco mais e sussurrar a próxima frase — De novo.

— E eu pensei que León Vargas fosse um cara mais confiante — provocou, antes de se virar e cumprimentar com um aceno rápido o homem de idade atrás de um balcão - mais especificamente, o porteiro do edifício – e ir em direção ao elevador, sendo seguida pelo moreno.

— Isso até eu me tornar noivo da Violetta Castilho — ironizou, assim que adentraram no elevador. — Onde estava?

— Interessa? — devolveu com uma pergunta.

— Claro que sim. Você pode não acreditar, mas eu me preocupo com você — disse, cético.

— Está se preocupando atoa — suspirou, olhando para os números que subiam até chegar em seu andar. — Mas eu estava com a Ludmila e depois fui dar uma volta.

As portas do elevador se abriram e Violetta foi a primeira a sair, mas conseguia sentir – e ouvir – os passos masculinos pouco mais atrás de si. Parou em frente sua porta e a abriu, dando passagem para que ele adentrasse.

— E você? — perguntou, enquanto sentava-se em seu pequeno sofá e o acompanhava com os olhos a fazer o mesmo e se sentar ao seu lado. — O que faz aqui, León?

— Pensei que fosse para a faculdade hoje — desconversou.

— Vou mais tarde — balançou a cabeça, levantando-se e caminhando até a cozinha. — Tenho que apresentar um trabalho, apenas — pensou e continuo. — E entregar alguns exercícios. Acho que amanha pego minhas notas — suspirou, enquanto bebia um copo d'agua.

— Ahh — o ouviu murmurar e logo depois ficar em silencio.

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Mesmo com poucos metros de distancias, Violetta conseguia vê o semblante pensativo e indeciso que León expressa. Uma curiosidade súbita lhe atingiu, e foi, novamente, em sua direção.

— Você ainda não me disse o que veio fazer aqui — o despertou de seus pensamentos com as sobrancelhas erguidas.

— Vim te fazer um convite — respondeu de uma forma tão rápida que Violetta chegou a duvidar que era ele mesmo quem estava falando.

Afinal, León é sempre calmo e concentrado.

— Um convite? — quis confirmar e ele assentiu. — Outro? — tentou ao máximo ficar séria, mas sua curiosidade chegava a ser gritante. — Estou começando a ficar com medo dos seus convites.

— E eu estava com medo de você dizer isso — soltou uma risada nervosa, passando as mãos pelos cabelos. — Mas, fique tranquila, dessa vez não é algo tão grandioso.

— Então pare de enrolar e diga logo — ordenou de formar impaciente. — Você costuma ser mais direto, Vargas — resmungou.

— E você é sempre brava — a provocou, fazendo-a o olhar de forma repreensiva. — Desculpe — ergueu as mãos para o alto, prendendo um sorriso. — O que eu quero dizer é que... Bom, quero que você vá para Boston, comigo — disse nervoso e hesitante.

Por alguns segundos, Violetta apenas o olhou, como se o que ele tivesse acabado de dizer não tivesse sentido algum.

— Ãhn? — ronronou, em um pedido para que ele continuasse.

— Meu amigo me convidou para passar o natal com ele e pensei que seria legal se você fosse também — explicou, agora, de maneira calma.

— Por que? — ela ainda não entendia o ponto.

— Não sei... Hum — cruzou os braços, pensando em uma resposta. Violetta apenas o olhava atentamente. — Para nos conhecermos melhor? — soou mais como uma pergunta do que como uma resposta e isso fez com que ela soltasse uma risada.

— E não podemos nos conhecer melhor aqui? Na Argentina? — ergueu as sobrancelhas, curiosa e confusa. — Por que em Boston, León?

— É só para passar o feriado de natal e, talvez, o ano novo — suspirou, olhando-a agora. — Há não ser que você queira passar com a sua família... — ela o interrompeu.

— Não, não. Minha família não gosta muito dessas coisas — deu de ombros. — Eu estava pensando em passar com a família da Ludmila. Eles me convidaram — comentou, casualmente.

— Hum — murmurou.

Violetta pensou que ele fosse dizer mais alguma coisa, porém ele não disse nada. Apenas fitou o nada e novamente pareceu estar perdido em seus pensamentos.

— Você não vai me dizer mesmo o por quê quer que eu te acompanhe nessa viagem? — questionou, inesperadamente.

León virou sua atenção até ela e a fitou por um longo tempo. Não sabia dizer se foi milésimos, segundos ou minutos. Mas foi tempo o suficiente para constrangê-la.

— A verdade é que... — parou, abriu a boca e fechou novamente, suspirando. Mais alguns segundos e voltou a falar. — Violetta, desde ontem, quando nos beijamos eu não consigo tirar você da cabeça — confessou, passando as mãos pela nuca e suspirando ofegantemente.

Assim que escutou as palavras do moreno, Violetta praticamente engasgou-se com sua própria saliva. Sabia que em algum momento teriam que falar sobre o beijo – mesmo esperando que León não quisesse falar a respeito –, mas não esperava que fosse tão logo.

Não esperava que fosse daquele jeito.

E o que isso tem haver com ir pra Boston? — finalmente conseguiu perguntar, depois um tempo irritante em silencio.

— Quero passar mais tempo com você — sussurrou, olhando-a de relance. — Sem ter que dar satisfações a ninguém. E na casa desse amigo não vão nos perguntar nada. Absolutamente nada — garantiu.

— León — o nome saiu como um soluço de seus lábios. — Nós dois não temos nada. Absolutamente nada.

Ele se virou completamente para ela, olhando-a em seus olhos. Um sorriso foi surgindo no canto de seus lábios, aos poucos.

— Será que você ainda não entendeu que somos noivos? — perguntou, sério, mas ainda com o meio sorriso. — Nós vamos nos casar, Violetta, e o mínimo que podemos fazer é tornar essa relação o mais tolerante possível — levou uma das mãos até o rosto dela, acariciando-o. — E eu farei isso — prometeu, em um sussurro rouco, antes de tomar os lábios para si.