Entropia

Prólogo - O Deserto


Prólogo

O Deserto

No início, não havia início. Porque o Deserto era não apenas início, mas também meio e fim.

Poucos eram aqueles que viviam para cruzá-lo por completo, pisar em todos os grãos superficiais de areia que o cobriam. Era tão imenso que sua grandiosidade poderia ser comparada à grandiosidade de uma divindade.

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O Deserto era alfa e ômega, ahrk e theyn, o princípio e o fim, as e und.

Mas não havia água para que ele pudesse dar de beber gratuitamente aos sedentos ou até mesmo os devotos para cultuá-lo. Na verdade, havia apenas sedentos. Eles não eram devotos porque não havia água para o deserto lhes dar. E eram sedentos porque não eram devotos.

E mesmo assim, o Deserto seria. Não importavam os fins, porque ele já era o meio.

Ele era

amor e ódio;

vida e morte;

despertar e adormecer;

início e fim.

Ordem

e caos.

Ele era o tudo e o nada. Mas, acima de tudo, era o que havia entre eles.

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.”

— A Bíblia Sagrada, Apocalipse 21:6.