Mentalmente, eu estava bem. Mas não era isso o que parecia pensar meu querido irmão, Theo. E afinal, ele convenceu-me de ser tratado e supervisionado pelo insigne Doutor Gachet.

A casa e clínica do médico ficavam em Auvers-Sur-Oise, perto de Paris, lugar ao qual não desejava voltar jamais. Porém, como não gostaria de continuar isolado, cedi à vontade de meu irmão.

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Devido ao diagnóstico feito pelo diretor do antigo asilo que eu morava – que afirmava que eu sofria de perturbações epilépticas, as quais nem eu mesmo tinha conhecimento - fui submetido a um exame detalhado por parte de Gachet, que parecia tentar perscrutar meticulosamente minha mente e alma.

Minha ida àquela cidadezinha deu certo. Sentia-me bem em um lugar tão reconfortante e bonito. Passava meu tempo pintando ao ar livre e passeando pelas ruas em busca de inspirações para meus quadros – a igreja, as casinhas, as fazendas e sítios. Em todo recanto achava algo merecedor de atenção. E assim o tempo foi passando em Auvers, como se tentasse ultrapassar-me na corrida de minha vida.

Porém, a cada dia eu ficava mais preocupado com Theo, em razão de freqüentes problemas financeiros.

E em parte, eu sabia que a culpa era minha.