Transtorno da Genialidade Compulsiva

Campo de Trigo com Corvos


No recôndito de minha alma escondi minhas idéias mais ludibriantes.

Tais idéias, enterradas sob os despojos de minha tragédia, sustentaram-me a vida toda. Suportei essa passagem efêmera sobre a terra graças a elas.

Nunca passou-me pela cabeça a vontade de pronunciá-las, porém transportei-as aos meus quadros. À minha arte.

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Coloquei no pincel minha esperança e na tinta minha amargura. Então mergulhei minha esperança na amargura e pintei a minha vida. Mas não ganhei nada com isso. Falhei e fracassei em tudo o que fiz.

Busquei a humanidade e encontrei a rejeição, busquei a arte e encontrei a solidão.

Fui um incômodo a todos com quem vivi e convivi por causa de minha inconstância de personalidade, de minha mente insana, de minha fraqueza de espírito.

Mas, se arruinei a vida dos outros com problemas e reviravoltas estressantes, a minha, por outro lado, foi um verdadeiro justapor de enfado, desgosto e suplício.

Muitas vezes, os campos de trigo foram palco para minhas obras de arte. Mas, dessa vez, serão palco para meu perecimento.

A sensação é de que algo inacabado espera pelo seu ponto final.

O extenso horizonte, aberto à minha frente, parece-me muito menor agora que deixarei, enfim, de tentar alcançá-lo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.