Olhos castanhos

Primeira conversa.


Ele me olha confuso: não deve nem ter me notado até eu falar.

– Oi.

Responde, um sorriso preguiçoso em seus lábios.

O que dizer? Por que o cumprimentei? Preciso de calma. Isso: respira, inspira...

– Você é a Laura Letícia, certo?

Franzo o nariz com a menção do nome.

– Sim, mas, por favor, me chame de Lila!

Imploro, o que o faz rir.

Que risada mais fofa!

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– Contanto que me chame de Ed. Por que... Edgar? No que os meus pais estavam pensando?

Solto uma risadinha muito fina para o meu gosto.

– Feito.

Estendo a mão para fechar o acordo e ele a aperta, o que causa faíscas em mim.

Infelizmente, o sinal toca e o garoto retira sua palma da minha de um jeito tranquilo. Edgar é sempre sem pressa, como se a vida dele seguisse um tempo próprio, diferente das demais.

– Até mais, Lila.

– Até, Ed.

E ele se vai. Ainda não acredito que falou comigo: a garota de cabelo azul, amiga improvável da patricinha da escola. Ele não se importa com rótulos e em admoestar quem é diferente só porque algumas pessoas pensam que é errado não seguir um paradigma e isso me faz gostar dele ainda mais.