Sentidos

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Victor estacionou em frente a uma casa pequena com uma porta vermelha. Ayala parece preferir lugares assim, diminutos. Mais uma vez o celular dele tocava, era Marta – ele ignorava suas ligações e sorria para mim, tentando passar confiança. Disse-me que Marta já cumpriu o seu propósito – facilitar a nossa reaproximação. Não deu detalhes da relação entre eles, mas nem é necessário... o relógio caro em seu pulso era o suficiente. Que seja.

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Sentia-me ansiosa, insegura – toquei a campainha do esconderijo de Ayala, mas não tive tempo para me preparar. Ele abriu a porta, estava vestido como um janota. Seus olhos arregalados, assim como os meus. Olhei para trás, Victor desaparecera.

Sem dizer nada, permitiu que eu entrasse. Sentamo-nos na ensolarada varanda da casa, Ayala estava visivelmente desconfortável.

“O senhor me conhece, não é? É ou era muito amigo do meu pai, disso me lembro” quebrei o silêncio.

“Como me encontrou?”

“Victor”

Ele bufou.

“Afaste-se dele, Sabrina. Seu pai o odiava, com razão”

“Eu creio que sei por que” corei “A... morte dele. Não aceito, sinto que ele ainda vive. Estive no seu antigo endereço e...”

“Aceite os fatos, Sabrina. Retome o controle da sua vida. Isso é tudo o que te direi”.