Sentidos

Vício


Fomos para uma casa no campo, onde Victor cresceu. Permanecemos calados, enquanto absorvia aquela sórdida resposta. Mais dias chuvosos vieram, e com eles, minhas preciosas memórias de infância foram ficando turvas... Nicolás, meu pai carinhoso e atencioso, distanciava-se de mim.

Não havia ninguém por perto, somente Victor e eu.

Lembrei-me da primeira vez que o vi, trabalhando no jardim da casa – a casa onde realmente passei a maior parte da minha vida. Ele era um homem de seus trinta anos, calmo... seus olhos extremamente azuis me atraíram a atenção.

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Eu me aproximei dele primeiro... e não pude mais parar. Como uma mariposa atraída pela chama.

Nicolás revelava-se claramente para mim agora. Um político respeitado, mas um pai ausente. Minha mãe morreu porque eu nasci e por muito tempo, até Victor, meus dias foram solitários. Os criados não gostavam de mim, “menininha mimada”. Sem crianças por perto, os professores que vinham em casa... aquele tédio excruciante!

Victor.

O modo como ele me abraçava. E como sua voz soava quente e sussurrada... como um segredo. “Minha petiz”... Vestia-me de elogios, atenção... amor?

Quando Nicolás percebeu o afastou de mim. Então adoeci, gritei... implorei por Victor! Uma menina agressiva e isolada do mundo.