Memórias

“Você não acredita que seu pai está morto e acredita que me conhece... mesmo tendo tocado no cadáver de Nicolás, mesmo não conseguindo se lembrar de mim, por mais que tente. Você confia no que sente. Por trás dessa máscara de garota rebelde continua a mesma menininha que me amava tanto.

Está confusa, se lembrou do incêndio, não é? Aquela casa em chamas... não se parecia muito com a casa em que cresceu. Mas você sabe que isso não foi só um sonho, e sim uma memória esquecida. Uma que fizeram você esquecer.

Você perdeu a memória no incêndio.

E seu pai deu à você memórias novas. Mentirosas.

Memórias das quais não participo.

Quer a verdade, Sabrina? A verdade é que seu pai está morto – por anos eu permaneci homizio e só retornei porque acredito que ele está morto e enterrado. Pacientemente eu esperei, todos esses anos, você crescer... e agora você é quase uma mulher. Quase... Ainda bem.

Eu vejo dúvida em seus olhos... compreendo, não deve ser fácil aceitar que tudo o que você recorda é uma farsa. Mas posso provar, se me permitir. Com a imersão dos seus cinco sentidos darei a você mais uma memória perdida”