Sirius' daughter

Eleven years after


Harry e Bianca se preparavam para seus encontros, movendo-se mecanicamente. Harry, porém, estava mais relaxado que Bianca, que mal poderia acontecer em um almoço com Lily?

Fred interrogava Bianca quanto a seu parceiro misterioso, sem sucesso. Que poderei eu dizer a respeito de alguém que nem conheço?, forçava uma risada. Quando voltar, te conto tudo.

—Juntos? - perguntou Harry, segurando a mão de Bianca.

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—Juntos – concordou ela, aparatando com ele.

Bianca seguiu com ele até o Caldeirão Furado, acenou timidamente para a madrinha e se retirou, em direção ao Três Vassouras. Discretamente, Lily lhe dera um cartão de visita, contendo um nome-fantasia, com o qual a mesa no restaurante fora reservada. Informou o nome à recepcionista e seguiu à mesa indicada.

—Como você cresceu, srta. Lupin-Black – constatou um homem encapuzado.

—Senhor Half Sanguinis Domini? - ela perguntou, sentando-se. - Nome peculiar. Mas eu peguei o trocadilho, senhor Snape— sussurrou.

—Pensei que meu disfarce duraria mais – falou, frustrado, tirando o capuz.

—E ainda vem com essa pra cima de mim? Pelo amor de Deus! Você tem muito a me dizer. Ponto um: por que você forjou sua morte E me declarou sua herdeira?

Severo suspirou e revirou os olhos, cruzando os pés por baixo da mesa.

—Na noite em que eu descobri que morreria, fui atrás de Lily, eu tinha de vê-la pela última vez antes de morrer, e ela disse que podia manter-me vivo, porém você tinha de acreditar que eu morrera.

—Por quê?

—Se eu tivesse sobrevivido desde aquele dia, você teria procurado me vingar?

—Não… - ela balançou a cabeça. - Mas por que me dar o dinheiro e todo o resto?
—Era um prêmio. Por ter sido boa e paciente, e a segunda amiga de verdade que tive na vida toda.

Ela sorriu.

—Vou te devolver tudo.

—Não, por favor. Formalmente, Severo Snape já morreu e deixou tudo para você. Agora meu nome é Half Sanguinis Domini.

—Entendi.

Falaram sobre amenidades até que Bianca pediu licença para partir, prometendo não contar nada sobre seu retorno se voltassem a se encontrar.

—Ah, queridinha, eu tenho uma coisa para você – e estendeu-lhe uma caixa.

—Obrigada – e aparatou.

Enquanto isso, Harry comia, encarando a mãe em silêncio.

—Então – disse, limpando a boca com um guardanapo, como vira Bianca e Draco fazerem -, por que me chamou aqui?

A ruiva deu um suspiro pesado. Havia imaginado aquele momento várias vezes em sua cabeça, mas a realidade dos olhos verdes e cabelos pretos de seu filho à sua frente, tornavam demasiado tolos os diálogos que ela pensara.

—Harry, eu sei que nos conhecemos de verdade há pouco tempo, eu você e seu pai, e eu te amo muito, por favor não pense que eu estou te abandonando, mas eu não posso continuar com seu pai. Não quando amo outra pessoa. Sei que vai entender.

—Eu entendo – disse o moreno, os olhos petrificados. - Eu também te amo mamãe.

—Está com raiva de mim. Vou entender se quiser ir embora agora e nunca mais falar comigo, mas eu não podia… ser feliz com ele. James sempre gostou de mim, desde Hogwarts, mas eu não.

—Se não o amava, por que se casou com ele?

—Não sei, talvez porque foi muito difícil resistir a tanta adoração. E também porque eu acreditava que o homem que amava havia se perdido.

—Mas você o reencontrou?

—Sim, reencontrei.

—Bem, lhes desejo sorte.

******

Fred estava no ministério, Draco e Hermione estavam cuidando dos trâmites da U.M e Harry ainda não voltara. Bianca abriu seu presente. Era uma pulseira de esmeraldas, cada uma com um S prateado gravado.

É uma das joias que Voldemort herdou da mãe – o S significa Slytherin. Depois que ele morreu, as joias se perderam, então é de quem pegar.

Ela colocou a joia no pulso esquerdo e observou-a. O verde prateado combinava com sua pele morena. Olhou também para a aliança vermelha e dourada dada por Fred, e sua consciência pesou. Seriam ela e Severo amantes agora? Não, não somos, decretou mentalmente. Ele é praticamente meu pai!

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Lembrou-se que prometera a Fred contar tudo sobre o encontro, mas também prometera sigilo a Severo. O que eu faço?, perguntou-se.

Diga a ele que era um jornalista do que queria escrever sobre você, disse Severo na mente dela. Half é jornalista regular do Profeta, aliás.

Você arquitetou tudo isso, é claro.

Eu conheço você, e conheço o Cabeça de Cenoura. Sei que você não quer que ele pense que o está traindo, e sei que ele teria ciúme. Diga também que a pulseira foi um agrado.

Obrigada por ser tão atencioso.

Bianca ouviu alguém desaparatar. Era Harry, que chorava.

—O que foi?

—Meus pais se separaram. Ela nunca o amou. Está com outro homem agora.

Ela se sentiu triste pelo amigo. Não se lembrava da separação abrupta de Sirius e Elis, mas, ainda assim, os Potter – juntos – eram seus padrinhos, e haviam feito por ela muito mais por ela do que a maioria dos padrinhos faria por seus afilhados.

—Seus pais são adultos. Fazem escolhas. E sabem que terão de viver com as consequências do que decidem. Deixe que vivam as próprias vidas.

—Você deixou? Sua mãe e seu pai?

—Não havia nada para deixar, eu era muito pequena na época, mas acho que eles foram mais felizes assim. Elis sozinha e Sirius com Remus. Talvez seja melhor para seus pais também. Não estarem mais juntos.

O moreno meneou a cabeça.

—Quem te deu isso? - perguntou, olhando a pulseira.

—Um jornalista. Disse que quer escrever sobre mim.

—E te deu uma pulseira de esmeraldas?- arqueou a sobrancelha.

Então Bianca iniciou uma curta narrativa sobre seu almoço com um jornalista excêntrico. Harry fingiu engolir a história, mas, no fundo, se negava a pensar que o jornalista era o amante da mulher. Eles só se viram uma vez, por Merlim!

Bianca parecia saber o que Harry estava pensando, mas não parecia gostar. Harry, por favor, não pense isso de mim. Eu te contaria tudo, se pudesse, disse ela, na mente do garoto.

—Não é comigo que estou preocupado, você sabe.

As lágrimas brotaram no rosto dela.

—Você vai me odiar. Não é nada disso que está pensando mas…

—Me diga Bianca. Nada vai ser pior do que a hipótese da minha melhor amiga trair meu melhor amigo.

—Certo. Eu não sabia quem era antes de chegar lá, mas era Severo. E eu acho que ele pode ser o novo namorado da sua mãe.

—O quê? Como chegou a esta conclusão?

—Quem me pediu para ir ao Três Vassouras? Lily. Vai por mim, ela sabia. Eles estão juntos. Mas… temos que falar de outra coisa agora. Eu quero continuar a ver Severo, mas para isso, ninguém pode saber que ele está vivo.

—Vou guardar segredo – prometeu Harry.

******

CINCO ANOS DEPOIS…

Bianca estava no largo Grimmauld, arrumando-se.

—Não posso fazer isso – disse Bianca desesperada, jogando o sapato no chão e apoiando o rosto nas mãos.

—Consegue sim, querida – garantiu Sirius, entrando no quarto da garota. - Me permite?

Suspirando, ela deixou que o pai calçasse os saltos altos em seus pés.

—Obrigada papai – ela sorriu.

—Disponha – ele piscou, colocando um enfeite nos cabelos dela.

—Você pensou em se casar com a minha mãe? - ela perguntou, encarando os reflexos no espelho.

—No começo não. Ela era só mais uma na longa lista de Sirius Black – sua voz assumiu um tom quase orgulhoso -, mas quando soubemos que você nasceria, as coisas mudaram. Você não tinha culpa se sua mãe dormiu comigo um ou dois dias depois de nos conhecermos. Ela já mencionou alguma vez que tinha um pai?

—Uma vez, sim… eu tinha seis anos. Aprendi a desenhar árvore genealógica, mas a minha era a menor de todas, apenas Elis e eu. Quando cheguei em casa, perguntei a ela o porquê daquilo, mas ela não disse nada. À noite, ela bebeu quando achou que eu já dormia e falou sobre você. Sim, você a ama tanto quanto dizia, e ela se importa com você o bastante para perguntar onde está. Foi a primeira vez que a ouvi falar do meu pai. E a única também.

—Oh filha… eu sempre estarei com você, não importa o que aconteça.

—Sirius? Bianca? - Remus chamou. -Estamos prontos.

Os três se juntaram a Teddy na sala de estar e pela Rede de Flu, partiram.

*****

—Não consigo fazer isso – chorou Fred, deixando a gravata nos ombros.

—Não só consegue, como vai— disse George adentrando o quarto e ajeitando a gravata do irmão. - Em Hogwarts dava nó de gravata todo dia! O que aconteceu? Emburreceu mais?

—Não é da gravata que estou falando. É do casamento.

—Se for começar com Eu amo a Bianca, mas… é melhor não falar nada. Aquela mulher foi paciente demais para você desistir agora. Eu já disse e repetirei: se você não quer, tem quem queira.

—Calado – ordenou Fred. - Dizem que a terceira vez dá sorte, não é?

George deu tapas amistosos nas costas do gêmeo e sorriu. Gina surgiu à soleira da porta de mãos dadas com Dudley e disse que estavam prontos para partir. Aparataram para a igreja.

Os convidados esperavam o início da cerimônia, e os músicos estavam a postos, para começar a música de entrada dos padrinhos. Hermione e Jonay foram os primeiros a cruzar a nave central, seguidos por Harry e Draco. Depois vieram George e Angelina, e Ginny e Dudley.

Fred deu o braço para a sra. Weasley e marchou até o altar. Então veio a tensão. E se ela não aparecesse? Eles mal conseguiram se encontrar naquela semana, e não tiveram notícias um do outro. Ela poderia muito bem estar na Alemanha agora, fingindo que ela e Fred não estavam prestes a casar.

Enquanto isso, no fundo da igreja, Bianca respirava irregularmente, Remus acariciava-lhe o braço e Sirius segurava sua outra mão. Só quando estiver pronta diziam, tentando acalmá-la, mas dentro dela só havia medo. Se puser um pé nesse corredor, tudo vai mudar, pensava.

—Não – disse em voz baixa. - Nada vai mudar. Vamos continuar nos amando como sempre.

—Um conselho? - ofereceu Remus. - Aquele homem te ama mais que tudo no mundo e nunca vai te decepcionar. Está fazendo uma boa escolha.

—Obrigada – ela sorriu. - Vamos. Estou pronta.

Com um sorriso, ela deixou-se ser conduzida pelos pais em direção a Fred, que lhe sorria, como se fosse a realização de todos os seus sonhos. Sirius pôs a mão direita de Bianca na de Fred e sussurrou:

—Cuide bem dela…

—… ou acabaremos com você – disse Remus, beijando a testa da filha.

Puseram-se ao lado oposto dos Weasley, enquanto o juiz falava sobre o amor puro, verdadeiro, sincero e duradouro de Bianca e Fred.

É claro que é de verdade e honesto, disse Severo na mente de Bianca. Vocês sobreviveram à guerra juntos!

Sev, seja gentil, ela pediu.

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Eu estou sendo gentil!

Então cale a boca. Obrigada.

Fred só fazia trocar olhares com a futura esposa, e ela devolvia com generosidade. Repetiram seus votos e puseram as alianças, beijando-se, ao som dos aplausos de todos. Na festa, Hermione apresentava Hope a Jonay.

—Por que demorou tanto para me contar sobre ela? - Jonay perguntou, enquanto Hope brincava com Teddy.

—Foi tudo um turbilhão de situações tensas. Você foi embora, eu fiquei grávida, consegui a vaga na faculdade e precisei do possível e impossível para cuidar dela enquanto terminava o curso.

—Por que não me pediu ajuda?

—Porque eu não queria – ela respondeu – que você dissesse: Mande-a para cá, eu posso pagar para alguém tomar conta dela. Eu não queria que você a tirasse de mim.

—Eu não poderia ajudar de outra forma?

—Dinheiro? - ela ergueu a sobrancelha e ele assentiu. - Orgulho e eu não queria que você fosse resumido a um cheque.

—E sobre eu ser o pai dela? Pensou que eu poderia fazer isso?

Hermione se segurou para não dizer: não seria ingênua a esse ponto, quando Jonay a beijou inesperadamente.

—Eu posso ser o pai dela. E posso ser o homem da sua vida, eu garanto.

Hermione sorriu e o beijou de novo.

—Pai em fase de teste.

No fim da festa, Bianca e Fred preparavam-se para aparatar para o Brasil, onde passariam a lua de mel. Se despediam das pessoas, e de mãos dadas, partiram.

ONZE ANOS MAIS TARDE…

—Comporte-se – disse Bianca, beijando a testa do filho – e obedeça seu tio.

—Por que eu tenho de ficar de babá em casa e na escola também? - perguntou Teddy, indignado.

—Porque sim – ela abraçou o irmão.

Ela, Fred e os meninos foram para King's Cross, onde Teddy e Mike pegariam o trem para Hogwarts. Jonay e Hermione acompanhavam Hope, que correu para abraçar os padrinhos. Harry e Draco estavam com Millena, sua filha adotiva.

Depois que o trem partiu, Bianca descansou o rosto no ombro do marido e suspirou.

—Fizemos um bom trabalho – disse Fred, abraçando-a – com Teddy e Mike.

—Queria que meus pais estivesse aqui – disse ela, quase chorando.

—Eles estariam orgulhosos de você – disse Harry, dando tapinhas afáveis em suas costas.

—É… estariam – ela olhou o vazio distante.