Amizade.

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Eu contei, mas não quis saber de quem era, embora soubesse muito bem. Mas não queria responder, não queria ver ninguém. Fazia três dias e na metade do segundo dia ela desistira de me contatar. Só conseguia chorar em meu quarto, sem querer sair.

— Claire, minha filha, temos de conversar.

Era a milésima vez que minha mãe dissera isso. Ela sentou-se em minha cama e passou a mão em meus cabelos, aquilo me deixando completamente calma e irritada ao mesmo tempo.

— O que foi que aconteceu na escola, meu amor?

Sentei-me e olhei para ela, não dava mais para esconder.

— Mãe. Eu estou apaixonada-

— Sério? Então é iss-

— Por uma menina.

Ela olhou-me por um minuto inteiro, sem desviar o olhar. Lágrimas brotaram e eu me odiei internamente por ter feito isso.

— Como aconteceu?

— Simplesmente... aconteceu. Ela não sabia sobre isso, mas agora sabe e... — voltei a chorar compulsivamente — vai me odiar pra sempre. E você também.

Olhei para baixo, mas ela me abraçou. Me abraçou! E disse, em suas lágrimas:

— Sua felicidade antepõe qualquer coisa para mim. Eu te amo, filha. Sempre vou amar.

E na dor, descobri na minha mãe minha melhor amiga.