Como Não Esquecer Essa Garota

Quando Nymphadora me desafiou a quase morrer


Eu até queria, mas não pude me livrar de Nymphadora Tonks.

Só começamos a parar de brigar quando eu fiz dez, e ela, consequentemente, fez nove. Convivermos em nosso trabalho diário, que era cuidar do parquinho, tínhamos que nos falar e a vivência com ela era algo extremamente difícil. Ela sempre tinha ideias malucas das quais alguém iria se machucar e na maioria das vezes era Audrey.

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Sempre contando histórias absurdas, havia algo que Nymphadora gostava mais que inventar histórias, e era inventar teorias para a casa dos Nott.

No fim da rua do parquinho, havia uma casa aparentemente abandonada que pertenceu a família Nott na época da guerra. Segundo os boatos, era ali que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava escondido após sua vitória, pois ele não tinha morrido de verdade para Nymphadora Tonks:

— Ele está lá com o bebê Potter e ele suga seu sangue todas as noites para juntar forças. E ele também manda cartas quando não está sugando o xangue...

— Sangue. — eu sempre a corrigia, o que a irritava profundamente.

— Eu ia falar certo, eu só estava... enfim, temos que salvar o bebê Potter.

— Não vou salvar bebê nenhum porque não tem bebê nenhum lá dentro, garota, por que tudo que você fala é tão burro? — questionei, desconcertado. Eu sempre aparentava impaciente quando estava com ela. Mas no fundo eu ficava contando as horas para encontrá-la no parque, sempre suja de alguma coisa e com o cabelo parecendo um ninho de rato.

— Você está com medo, Bilhar Weasley.

— Pare de me chamar assim!

— Seu cabelo tem cor de cenoura e cenouras são horríveis.

— Eu... — minhas orelhas pegavam fogo e ela sabia que havia vencido. — Eu não tenho medo de nada, só pra deixar claro!

— Se não tiver medo, vá até a casa dos Nott e bata na porta!

— Eu não vou me arriscar minha vida só para te provar algo. — eu cruzava meus braços, mas como eu disse, ela sempre me vencia pelo cansaço. Ela perturbou tanto, mas tanto, durante tantos dias que eu acabei cedendo, mesmo tremendo de medo. No fim da tarde, Audrey, Nymphadora, Charles e eu descemos a rua em direção da casa velha e mal-cuidada. Ela tinha a aparência que ia desabar em cima de nós ou abrir uma boca gigante e nos matar. A cor marrom misturada ao cinza não ajudava em nada. Olhei rapidamente para os olhos castanhos de Nymphadora, também tensa, mas teve dignidade em estufar o peito e apertar o passo.

— Está ficando tarde... — gemi, temeroso.

— Ahhh, Bill Weasley, sinto o cheiro do seu medo daqui. — sorriu ela, com um dente debaixo faltando e o do lado em crescimento.

— Eu não estou com medo! Pare de falar isso. — eu estava morto de medo. E a voz da minha mãe alertando-me para não me aproximar da casa ou sair do parquinho não paravam de soar em minha mente, como uma alerta. Mas eu não podia passar vergonha na frente de meu irmão e Audrey, eu precisava dar o exemplo.

— Anda logo, Bill! — pediu Charlie, puxando minha blusa.

— Ah é? E se eu morrer? Quem vai cuidar de você? — indaguei.

— Aposto que Hogwarts vai te rejeitar por ser tão covarde. — zombou Nymphadora. — Vai ser nem bruxo você é! Deve ser um abuto!

— É aborto, sua burra! E eu não sou um aborto!

— Então vá lá e bata na porta! — Respirei fundo, irritado pela existência de Nymphadora, e toquei a porta da cerca, sentindo o musgo sujo em minhas mãos. Fiz uma expressão de nojo quando firmei meu toque e abri a cerca lentamente, que rangeu estrondosamente.

Você-Sabe-Quem vai ouvir! — gemeu Audrey, chorosa.

— Cala a boca! — ordenou Charles para a garota. — Vai logo, Bill!

Respirei fundo e entrei, andando pelo jardim mal cuidado, sensível a qualquer barulho ou movimento. A grama estava tão alta que parecia uma floresta. A porta aproximava-se de jeito aterrorizante e o cenário era terrível: Aquela casa caindo aos pedaços, a maçaneta imunda, o céu alaranjado pelo fim da tarde, era o dia perfeito para a minha morte. Olhei para trás uma última vez, temeroso, percebendo o olhar vidrado e receoso, aguardando.

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Não sei o que estávamos esperando, que Você-Sabe-Quem realmente saísse pela porta e nos engolisse vivos ou arremessasse o bebê Potter pela janela, qualquer coisa era válida.

Quando eu subi na pequena varanda e cada passo era um rangido, eu soube que ele viria a qualquer momento e eu estava tenso o suficiente para ter um infarto e sair rolando escada abaixo. Mas ainda assim eu coloquei minha mão suja na maçaneta e girei rapidamente, soltando um berro em seguida. Eu mal tinha me virado para correr e os três já estavam quase no começo da rua de tanto que corriam.

VOCÊ-SABE-QUEM VAI NOS MATAR, SOCORRO! — urrou Nymphadora, correndo em direção de sua casa. Como todos foram na casa verde, número 39, eu também corri, sentindo minha testa pingar de tanto suor. Eu corri tanto que podia ter facilmente ganhado uma maratona contra Jesse Owens.

— Anda logo! — Nymphadora puxou-me para dentro da casa fechando a porta em seguida. Todos estavam extremamente ofegantes e aterrorizados, fitando uns aos outros. A mãe de Tonks apareceu, nos olhando, curiosa, mas Nymphadora apenas cuspiu em sua própria mão e a deu em minha direção. Olhei a mão indignado, ainda com os pulmões berrando. — Você tem minha lealdade agora.

— O que faço com isso? — olhei sua mão.

— Cuspa na sua mão e aperte, é nosso trato.

— Eu... Eu definitivamente não vou fazer isso.

— Aperte logo a droga da minha mão!

Nymphadora! — chamou a Senhora Tonks.

NÃO, MÃE, VOCÊ ARRUINOU MINHA VIDA!

Arregalei os olhos, chocado. Na época, eu não sabia o nome de Nymphadora, apenas Audrey sabia e ela tinha sido coagida a não cita-lo em voz alta nem em caso de morte e apenas se quisesse ter uma morte lenta e dolorida. Aquela foi a primeira vez que eu ouvi seu nome.

— Então esse é seu nome!

— Se você falar para todo mundo eu vou...

— Você não vai fazer nada, senhorita, além de tomar banho, vamos, anda! — ordenou Andromeda Tonks, aproximando-se. Nós comemos sanduíches e tomamos suco de laranja enquanto eu ria de Nymphadora, extremamente irritada e constrangida por eu ter descoberto seu nome. E ao mesmo tempo, na época eu pensava ser pela iluminação, seu cabelo mudava de contraste de forma quase drástica.

Demorou um pouco para notar que ela era diferente.