Capítulo 40

O Paulo tinha atitudes tão inesperadas, que na minha opinião eram as melhores, agora com ele parando de incomodar o Eduardo iria facilitar muito mais a minha vida, e era meio óbvio que eu não vou contar o porque do meu nariz estar enxado um pouco.

Eu queria sair correndo para contar a noticia para o Dudu, mas também queria ficar ali e conversar com o Paulo sobre tudo, contar tudo do Eduardo e de mim, mas sei que se eu ficasse na minha terceira frase ele iria se irritar e começaria a me chingar, então tentei me controlar ao máximo.

Depois da nossa conversa, eu contei para o Eduardo sobre a atitude do Paulo, e passamos o resto do recreio juntos, todos, conversando, rindo, brincando até que bate o sinal e vem a chata da monitora com o: Segundo grau subindo! Que ela falava aos quatro ventos, anunciando a todos que estava na hora de começar de novo a tortura. Já estávamos bem grandinhos, e não precisamos dela gritando!!

Quando chegamos na porta da sala, a Jéssica e o Paulo se beijaram, e nós entramos, assim que a turma viu o \'novo casal\' juntos voltaram a comentar, acho que teria que me acostumar com isso, pois tenho certeza que todos os alunos possíveis daquela escola continuariam com o: HMMMMMMMMMMM, por um bom tempo.

-Juna, vê se não passa bilhetinho na minha aula entendeu?

Falou a megera da professora de matemática.
Agora sim eu estava feita, os professores também sabiam. No recreio garanto que eles ficaram conversando o tempo inteiro sobre a novidade, tudo graças aquele careca que parecia uma cópia viva do Hommer Simpsom, garanto que quando os criadores do desenho vieram ao Brasil, encontraram ele e resolveram fazer o personagem mais hilário do século.

Mas voltando a professora, me dirigi a ela e dei aquele famoso sorriso amarelo, invés de fazer esse gesto, estava na verdade com vontade de mostrar o meu lindo e belo dedo do meio para ela, e demonstrar todo o meu amor.

Tentei me concentrar naquela aula, mas não dava.. Para todo lado que eu virava tinha alguém me olhando, talvez fosse impressão, talvez não..

-Pss, Juna ?!

Era a Jéssica, do outro lado da sala, e eu com a minha super audição consegui ouvi-la, será que eu estava virando uma vampira e logo eu poderia chupar sangue, e ter super força e super rapidez ?! Aaaah, ta parei.. É que não agüentava mais aquele tédio e precisava pensar em outra coisa.

- Fala Jéssica !

E olhei de canto para a professora, que estava escrevendo em alguma folha sobre a mesa.

-Depois de amanhã é a sua festa..

Ela tinha realmente que me lembrar disso...

-Sim, e daí?!

Ela revirou os olhos e não se agüentou, falou mais alto do que deveria e atraiu toda a atenção pra ela.

- Então vamos as compras hoje a tarde!!!

A turma inteira riu, a professora respirou fundo e nos fitou com um olhar de desaprovação, novamente queria mostrar meu lindo dedo do meio pra ela. Eu estava sei lá, não sei explicar, mas não era o melhor dia da minha vida, claro que o recreio tinha sido ótimo, mas ai vem a aula de matemática, uma coisa que eu não suporto, meu nariz ainda doía um pouco, e toda vez que eu olhava para trás para analisar o Eduardo ele estava calculando, não posso culpá-lo matemática era a matéria preferida dele.

-Mas afinal, não podemos ter paz nessa aula?

Para ajudar a Maria falou discretamente:

-Culpa da Juna!

Queria degolar aquela garota, ela me odiava não sei porque. Sempre foi assim, mas eu achei que teria uma hora que ela iria crescer e amadurecer e notar que eu nunca fiz nada pra ela. Mas eu estava errada..

-Culpa da Juna?

A professora repetia como se estivesse se surpreendido.

-Juna agora desce, quero você lá em baixo para conversar com o diretor!