centimètres

Dernière nuit




Foi para Grantaire como num sonho. Uma hora inclinavam-se sobre a pia da cozinha, de repente, tinham a cama de Enjolras como anteparo.

Enquanto o alcoólatra experimentava tudo que os seus sentidos podiam proporcionar, o rapaz loiro manifestava certa letargia.

Custaram muitos toques e paciência ao artista até que enfim sintonizasse Enjolras às circunstâncias.

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Quanto ao vanguardista, ao longo do ato, apesar das várias sensações das quais era vítima, uma predominava: a de estar deslocado. Não tinha ideia do que fazer nem do que estava acontecendo, apenas de que deveria prosseguir, como numa alucinação instintiva.

Ao final, ambos exaustos, adormeceram um no abraço do outro. Os sonhos, contudo, antagonizavam.

Despertou gradativamente, envolvido pelo vazio.

Suas pálpebras apartaram com esforço extra, sendo a primeira imagem a ocupar seu limitado campo de visão a de um janota. Os cachos loiros impecavelmente penteados para trás e uma fragrância moderada lhe conferiam elegância admirável, embora estática.

Grantaire ergueu-se com um sorriso manhoso, abraçando o namorado por trás e afundando o rosto em suas espáduas. Poderia desperdiçar o dia inteiro nesta posição, não fosse a resistência de Enjolras.

– Grantaire... Acho que deveríamos terminar o namoro.

Trágica noite, em que a primeira vez é também última.