centimètres

Quelqu'un pour vous




A princípio, não planejava em se confessar.

Contentava-se em apenas partilhar do mesmo cômodo que Enjolras.

E como passou a desejar este a quem apenas idolatrava?

Apesar de presente, a chama estava longe de iluminá-lo por completo. Vultos lúgubres ainda permeavam seus devaneios ébrios.

Enjolras mal se dignava a lhe dirigir a palavra, quando muito cruzavam olhares por um milésimo. Afinal, que teria de conversar com um alcoólatra?

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Grantaire, ciente deste fato, via no escárnio (tanto a Enjolras quanto aos seus valores) uma possível ponte de ligação entre os pólos. Ao corresponder aos gracejos, o vanguardista instigava a ambição existente no pândego.

Retornar ao seu comodo nunca lhe fora tão custoso. Acomodara-se ao apartamento do universitário abastado. Não porque aquele era luxuoso, e sim porque lhe transmitia o aconchego próprio de um lar.

Aos poucos, o lado hedonista foi minguando e cedendo lugar à sua nova obsessão: um apenas aquele homem.

Chegou ao ponto de declarar que abandonaria seus maus hábitos, se assim Enjolras desejasse. Este, porém, nada desejava, além dos seus ideais revolucionários, para desespero do alcoólatra.

Apostou as fichas restantes no pedido de namoro. Não tinha muito que arriscar, nem amizade, nem confiança.

Para sua surpresa, Enjolras concordou.