centimètres

Inflammable




Por que logo Enjolras?

Era pergunta recorrente para Grantaire.

Desde a tarde na qual, por mera curiosidade, resolveu explorar aquele café de esquina, em busca de novas aventuras. Se soubesse que justamente neste fatídico dia conheceria a fonte de toda a sua admiração e mágoa, talvez tivesse escolhido o café três quadras adiante...

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Talvez.

Apenas talvez.

O boêmio percorreu o cômodo com o olhar. Não havia quase movimentação. Fez menção de se retirar, porém certo burburinho o atraiu para a sala dos fundos.

Era tamanho o tumulto, que não se decidia onde focar. Foi o seu primeiro contato com os Amigos do ABC.

– Camarada, poderia dizer-me o que ocorre aqui?

– Pois não! – um rapaz, calvo porém, respondeu. – Este é um autentico debate entre o filósofo e o revolucionário.

Grantaire assistiu à discussão em silêncio, apenas reparando nos dois indivíduos polarizadores.

O assunto pouco lhe interessava. Ao longo do debate, seus olhos foram focando no dito revolucionário.

Ambos os discursadores eram seu oposto. Contudo, a faísca que primeiro o incendiou partiu de Enjolras.

Justamente do donaire, do rapaz de íris dum azul austero, mas de uma combustão avassaladora.

O rútilo no olhar do boêmio não negava. Seu coração ardia por Apolo.