Uma Beleza Invisível

A diretora janota demite a professora de Adivinhação na frente da escola inteira. Eu até teria sentido pena, se não fosse pelo fato de ter sido ela ou o professor meio gigante, que tanto admiro.

Em meio àquele escarcéu – alunos gritando, outros chorando; uns rindo enquanto outros apenas ocupam espaço no enorme pátio do castelo -, os prediletos gêmeos de cabelos acaju transformam o corredor em uma simulação de selva, com cipós e tudo. Chego quase a ouvir a taquicardia do Sapo Rosa quando vê a baderna que causaram.

E como se não fosse suficiente, os Weasley ainda reclamam suas vassouras de volta; inclusive a de Harry, que parece demasiado contente.

Sua felicidade não dura muito, no entanto, porque logo ele se sente zonzo e eu o vejo desmaiar ao meu lado. Quiçá fossem os fogos de artifício e a baderna geral, porém, o Escolhido vira-se para mim e chama por seu padrinho, o foragido e pintado como monstro pelo Ministério da Magia. De início, eu não sei o que fazer.

É a primeira vez que voo em um ser invisível. Harry diz que eles são belos e aparentemente obedientes, mas sinto-me, pela primeira vez, ignorante por não poder vê-los.