Paranoia

Estão todos puxando os cabelos e enterrando os rostos em livros, porque o final do ano letivo está para chegar, e com ele, os exames finais. Dessa vez, no entanto, será a nota mais importante do nosso futuro.

Os examinadores dos N.O.M.s só chegarão em meados de junho, mas isso não impede que o clima dentro do castelo seja de pura paranoia. Eu continuo diariamente a fazer minhas visitas à biblioteca, porém, agora fico lá por mais tempo. E não são apenas os exames que me trazem até as estantes de livros empoeirados.

– E pensar que aqui eu estaria em paz... – ele diz, perto o suficiente para eu ouvi-lo. O rapaz observa mal-humorado as dezenas de pessoas que só ali estão para perscrutar os testes de níveis ordinários da magia que faremos dali alguns meses. – Eu gostaria de não sentir essa aura perturbadora de gente desesperada para estudar. É inacreditável.

– Você sempre esteve submetido a esse tipo de aura. Ou então por que está aqui quando eu estou? – torna-se impossível parecer séria quando vejo sua expressão indignada.

– Você pode ser paranoica, mas não desse jeito. – ele lança um olhar para as outras mesas e desata a rir.