Dias Chuvosos

Momentâneos


Ao encontrar os ruivos na sala comunal, contam-me que o nosso companheiro, o preferido do diretor, saiu cedo para se encontrar com a sua nova namorada corvinal.

Recuso-me a admoestar o relacionamento de Cho Chang com meu fiel amigo, vítima das horas inconstantes e do destino desolador, pois fico feliz pela sua momentânea alegria; não deixo de demonstrar minha felicidade, naturalmente, no entanto limito-me apenas a isso.

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O dia sucede normalmente, porém, para mim, parece que as horas se arrastam lentamente, quiçá porque eu fico ansiosa com mais uma de minhas constantes visitas à biblioteca depois do jantar. Ou também pode ser por causa do rapaz sentado na minha frente, que lê um grosso volume de um romance policial americano.

Eu quero chutar o seu pé por debaixo da mesa para irritá-lo, consequentemente interrompendo a sua leitura, mas não o alcanço. Ele percebe o meu movimento, e, sem levantar a cabeça, solta uma risada baixa.

– Você tem sérios problemas. – ele diz apenas, virando uma página de seu livro.

Observo-o enquanto lê, a sua expressão serena e o sorriso formando-se nos cantos da boca. Esse prazer momentâneo que vejo refletido em seus gestos comprovam o meu liberalismo romântico para com outrem.