O beijo durou longos dois minutos, porém, para Acir, não passou de alguns segundos que mal pôde desfrutar. A divindade se afastou, passando a língua pelos lábios como se provasse o sabor que restara no local, mas logo voltou a sentar e passar a saliva com o dedo pelo hematoma quase curado.

“Compreendo, por isso beijou-me.”

O garoto ainda atordoado, com os braços e pernas bambas e o volume na calça de couro, de um animal qualquer, já se fazendo presente, perguntou com a voz baixa, os olhos embargados.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Que?

“Para curar de vez meu ferimento, olhe, curou.” Rudá apontou para a própria perna mostrando o machucado que uma vez existiu ali.

– Não...

“Havia outras formas, poderia ter me advertido que faria isso antes.”

– Como? – Raone não estava mais entendo o monólogo da fera, afinal, não era para curá-lo que tinha lhe beijado, muito menos por alguma trivialidade insensível, o desejo veio de dentro, um profundo e intenso desejo de tê-lo.

“Não estou a te admoestrar, de forma alguma.”

– Não foi por isso que o beijei.– Sussurrou o índio enquanto cobria os olhos com o braço para tapar o fio de água que deslizava por seu rosto.