Autoextermínio

7 — Fabrício


Fabrício era negro.

Tinha os olhos amendoados e um amontoado de madeixas desleixadas. Provia de uma linhagem não muito pobre; mas tampouco aparatosa.

Estava à beira dos doze quando o viver tornou-se um fardo pesado e angustiante. No breu do quarto, matutava, no mais ingênuo pensar e na mais mortífera quietude.

Pelo moreno da pele, Fabrício era a mais colhida vítima da hostilidade dos colegas contra sua matiz. Oprimia-se e aceitava os discursos de ódio. Os deixava, sem clemência, agravar a tétrica depressão que o sucumbia.

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Mas quando afogou-se em uma banheira?

"Ah, adorávamos ele. Era um bom menino."