Rainhas

As primas Black eram rainhas – os anos trinta eram seu reino.

E como não?

Cassiopeia era a mais velha [por míseros três meses], a primeira da nova geração, a líder, amazona. Nunca levou desaforo para casa. Poderia ser chamada de feminista se não fosse tão hipócrita.

– Olhem para elas, – dizia – tão fracas.

Lucretia, a do meio [por três míseros meses], seu nome repugnante e sua aparência adorável. Controlava todo mundo, seus sorrisos fáceis escondidos por leques de pena(s).

– Manipulação! – sussurrava Callidora.

– Você não faz idéia. – gargalhava, olhando Prewett passar.

Já a querida, a pequena Calli [trêsmesestrêsmesestrêsmesestrêsmeses], lhe aniquilaria com palavras venenosas – dignas de serpentes. Se não fosse tão ambiciosa, teria sido de Gryffindor por astúcia.

É fácil se perder no labirinto de suas frases, bem feitas lorotas.

Aquela mentirosa!

Criadas juntas no Largo Grimmauld, 12, adolescentes numa Hogwarts racista, casadas no mesmo jardim – menos Cassie, aquela piranha, comedora, vagabunda: quase matou Yaxley quando propôs casamento.

Humilhar era sua rotina. A vida donaire perfeita.

[Destino cruel: Calli viu seu ultimo descendente matar uma parte de Voldemort; Luti viu sua nova família morrer pela Ordem; Cassie, depressiva de merda .]

De água – Câncer, Escorpião, Peixes, respectivamente.

Mas sempre rainhas [da cocada preta]!