Friendship Project

First Contact: 1.2


Ao final da tarde, os jovens reuniram-se de todas as direções, o barulho insuportável das conversas paralelas era alarmante e poderia ser escutado a alguns metros de distância. Todos acompanhados com um acessório ou peças vermelhas em suas roupas. Era uma identificação, um símbolo da sua afiliação.

Estavam armados aos seus modos: Canivetes, bastões, qualquer coisa que pudesse machucar.

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"É... Um baita aviso." – Pensou Ryuunosuke. Um pouco espantado com a gravidade que a situação aparentava ser, esta era a sua primeira vez em uma reunião dessa magnitude.

As pessoas de fora afastaram-se ao notar a atmosfera hostil e, em poucos minutos, todos se silenciaram e esconderam-se esperando que o oponente aparecesse.

Entediado com a demora, o sexto jovem do grupo manifestou-se:

— E então... Eles não vêm? Depois de tanto trabalho pra reunir todo mundo...

— Fica quieto! E se te escutam?

Ele foi fuzilado com o olhar de um grande número de pessoas à sua volta e, reconhecendo sua situação, reformulou:

— E se foram avisados? – Sussurrou.

— Vamos esperar o sinal dos outros pra sair; Até lá, esperamos.

Ele bufou, desembalou um chiclete e o colocou na boca, encostou na parede e tornou a esperar. Naquela noite, mais ninguém apareceu.

Na manhã seguinte, Ryuunosuke tornou a deitar-se sobre a grama da praça. De alguma forma ele esperou ver a menina com sobrenome estranho passar, era inquietante ver o cenário sem um elemento, mas ela não apareceu, nem na manhã seguinte, nem na próxima. As noites permaneciam quietas na área noroeste e logo espalhou-se o boato de que a Zashiki-Warashi estava atuando em outro lugar depois que a Akane-4 descobriu da invasão.

— Ryuunosuke. – O mais alto chamou.

— Que é, Kagami?

— Você anda inquieto. É por causa da Zashiki-Warashi?

— Não estou inquieto, estou normal.

— Você deveria olhar um pouco no espelho então. – Disse a morena com roupas escuras.

— Fuyumi-san... Eu estou bem. De verdade.

Ele parecia ser o único a não notar o próprio tom de voz, a cada frase mais baixo e mais rouco. Seus olhos fixavam o chão frequentemente e qualquer brecha era motivo para um devaneio. Eles seguiram para uma lanchonete próxima; Ao fundo, Fuyumi e Kosuke, o jovem de cabelos tingidos, discutiam aos sussurros a respeito de quem iria chamá-lo.

— Fuyumi, você lida melhor com esse tipo de coisa; Vá você – Falou Kagami em baixo tom.

Sem pestanejar, a morena seguiu sua orientação. Os outros dialogaram entre si por olhares para dar-lhes privacidade e, na primeira chance, se distanciaram. A morena aproveitou a oportunidade e tornou a levantar o assunto:

— Então... Você vai me dizer o que aconteceu ou terei que arrancar isso de você?

— Não aconteceu nada, não tem o que arrancar.

— Zashiki-Warashi armou alguma coisa pra você?

— Que droga, Fuyumi-san. Tudo é Zashiki-Warashi pra vocês? Eu não posso tirar um dia pra organizar minha cabeça?

— Se você tem que organizar, é porque tem algo fora do lugar. Quer falar sobre isso?

Ele, com os cotovelos sobre a mesa, apoiou o rosto sobre as palmas das mãos e, suspirando, respondeu:

— Fuyumi-san... Será que você pode tentar não insistir? Este assunto realmente está me dando nos nervos.

Ela, que já não tinha paciência sobrando, aceitou a derrota e relatou ao resto do grupo:

— Sem chance. Ele não fala.

— De qualquer forma, Shion parece muito cabisbaixo, se não podemos saber o que aconteceu, talvez possamos fazer algo para alegrá-lo. – Disse um jovem com cabelos negros e um longo rabo de cavalo.

— Ele gosta de doces, não gosta? Então compramos algo para ele. – Sugeriu Kosuke.

— Acho difícil conseguirmos fazer algo efetivo sem saber a origem do problema, mas... Por que não? – Falou a morena.

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O mais alto assentiu com a cabeça, e foi com a loira até o balcão fazer o pedido. Poucos minutos depois o grupo se reuniu novamente em torno da mesa da lanchonete. Era estranho vê-lo deprimido daquela forma e qualquer movimento positivo parecia uma atuação feita com sacrifício.

Enquanto dividiam a torta, a loira puxou assunto:

— Shion-chan, por acaso você não está deprimido por causa daquela garota do outro dia, está?

O resto do grupo a fuzilou com olhares por um momento, e logo esses olhares se voltaram para o jovem, aguardando sua resposta:

— Tenho cara de quem se importa com esse tipo de coisa?

— Todo mundo se importa com esse tipo de coisa!

Kagami afagou a cabeça da namorada:

— Nem tudo são garotas ou namoro, Sorin. Existem outras coisas que mexem com as pessoas.

— Mesmo?

— Mesmo.

A refeição tornou-se tão barulhenta quanto um velório. Ao terminarem, Ryuunosuke foi o primeiro a se levantar, deixou uns trocados para pagar a torta, agradeceu, e saiu. Ninguém mais conseguiu entrar em contato com ele depois disso naquele dia.