1860
Capítulo XXVIII [FINAL]
Construí uma sepultura — algo que habituei-me a exercer — para Doralice, ao lado da de Mary.
— O que farás a partir de agora, fedelho?
— Agora... eu estou livre.
— Espanta-me que tenhas conseguido reprimir teus instintos assassinos até agora.
— Algo que espanta-te, Siegfrield?
— Quando transformei-me, exterminei pessoas que estimava quando humano.
Ele proferiu aquilo, autorizando-se justapor indiferença e mordacidade em tua voz.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Tens minha gratidão, Siegfrield. Agora, desejo permanecer só.
— És uma existência interessante, Dimitry.
Sentei-me sob o carvalho propínquo à sepultura de Doralice e de Mary através da noite, até que a alvorada surgiu.
E não saí de lá.
Libertei-me da maldição denominada enternidade, do vampirismo. As brasas devastaram meu corpo, até que reduziram-o ao pó.
Ele retornou ao anoitecer, defrontando-se com minhas cinzas. Como astucioso observador, ele, certamente, conjecturava isto.
Siegfrield enterrou minhas cinzas ao lado de Mary e Doralice.
Eu remetia-lhe ao humano que ele fora no passado. O humano que fora devorado por o que ele tornou-se: um vampiro disposto a exaurir vidas sem demonstrar compadecimento.
Ele, de maneira alguma, arrependia-se ou repudiava tuas ações.
Somente perduraria-se vivo, buscando mais histórias interessantes para testemunhar. Entretendo-se com as almas humanas e alimentando-se de tua vitalidade.
Era um perfeito vampiro.
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