1860

Capítulo XXVII


Terceira regra: Quando a alma atinar tua pendência neste mundo, terá um prazo de três dias para consumá-la. Trata-se de uma alma que já deveria ter partido, portanto, não há feitiço ou mutação que permita-a estender tua existência. Não pode-se fraudar à morte, nesta conjuntura.

— Mary...?

Acaricei tua face e constatei que ela encontrava-se febril, semelhante há 151 anos. Porém, nesta ocasião, havia serenidade estampada em teu rosto angelical.

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Ela sentou-se ao meu lado, erguendo-se com dificuldade, e beijou-me.

— Não era para eu estar aqui, não é? Srta. Elizabeth, antes de minha morte... Por isto retornei. Eu desejaria que fosse possível permanecer para sempre contigo Dimitry, eu te amo. Mas, todos morrem algum dia... não?

— Doralice... Mary... Eu te amo.

Envolvi-a fortemente, sendo correspondido por teus braços que logo caíram lânguidos.

— Obrigada...

Ela cumpriu o que retornara para desempenhar e agora poderia adormecer em paz. Eu estava preparado para isto, no entanto, era inverossímil conter as lágrimas que fluíam por meu rosto.

— Durma bem, meu anjo.

Após horas naquela situação, notei uma figura janota vigiando-me com tuas orbes carmesins.

Siegfrield.

Ele conservou-se em silêncio, talvez, por praxe. A eternidade não é vivenciada, a sensação é de observar, solitariamente, outros viverem.