1860

Capítulo XXVI


— Não desejo ferí-la, receio não conseguir conter-me.

— Está tudo bem, Dimitry. De algum modo me sinto culpada em vê-lo assim, talvez... porque eu possa te ajudar. Então, por favor?

Posteriormente ela tanto insistir, encostei-a, mais bruscamente do que pretendia, contra um muro vetusto. Isto fez-me temer prosseguir e perder o comando de minhas ações.

Ela apenas pendeu a cabeça para o lado e acariciou cortesmente meus cabelos, conduzindo meus lábios ao teu pescoço. Naquele momento, era inexequível resistir. Sem hesitar, perfurei tua pele, notando-a estremecer devido à dor.

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Aquela fora a melhor sensação que já vivenciei, o sangue possibilitava sentir-me vivo.

Após alguns minutos, empreguei todo o vigor que auferi para conseguir distanciar-me. Avistá-la encoberta por sangue fez-me sentir atroz. No entanto, ela sorriu docemente, tranquilizando-me.

Ao anoitecer seguinte — ela aderiu aos meus hábitos noturnos — permanecemos em companhia, dialogando e colhendo frutos pela floresta. Doralice despertou algumas lembranças como Mary ao perscrutar o trajeto, reconhecendo-o.

Ela já suspeitava de tua identidade.

Sentamos-nos sob um carvalho e Doralice deitou-se, depositando tua cabeça em meu colo enquanto escutava-me expor-lhe sobre Mary.

Certo momento, ela fitou-me com lágrimas em teus olhos.

— Dimitry, obrigada por esperar-me.

Nosso pequeno fragmento do paraíso começara a desmoronar.