1860

Capítulo XXIII


Segunda regra: a alma será direcionada à uma nova vida. Portanto, o retorno ao objetivo inacabado vincula-se ao procedimento de despertar tuas respectivas memórias, que poderá não ocorrer total ou devidamente.

— Eu habito esta área, chamo-me Dimitry. E a senhorita?

Inicialmente, teu semblante transparecia receio, afinal, para ela minha atual conjuntura era a de um completo desconhecido. Mas, algo nela não revelava-se desconfortável perante minha presença.

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— Doralice — respondeu ela cortesmente enquanto levantava-se. Até mesmo tua voz assimilava-se à de Mary. — Você mora neste lugar, Dimitry? Pelo que eu vi, não há ninguém morando aqui há muito tempo.

— Sim, somente eu resido aqui.

— Parece solitário... mas, também tenho vontade de deixar a cidade e fazer do campo o meu homizio. Nascemos na época errada.

Ela sorriu gentilmente e então todas estas décadas de angústia passaram a fruir uma esplendorosa magnitude. Eu situava-me alí para apreciar aquele sorriso.

Autorizei-me retribuir.

— O que encaminhou-te à este lugar, Senhorita?

Ela relatou-me que desde sempre sonhara com a sepultura de Mary e de alguma maneira sabia como encontrá-la.

Prosseguimos conversando a uma distância segura. Sua fragância embriagava meus sentidos, porém, meu estado debilitado auxiliava-me a não morde-la enquanto contia-me interiormente.

O alvorecer estava a caminho.