1860

Capítulo XXII


Primeira regra: este feitiço almeja a preservação de uma alma. Ele somente funcionará em seres que possuem afazeres inacabados à proceder. Em situações adversas, não facultará resultados significativos.

Aquilo ocasionou-me uma profunda imersão em meus instintos. Meu corpo atiçava-se como um famélico ao presenciar a fragância de um banquete.

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Era o cheiro de um humano.

Alcancei o túmulo de Mary, porém, não havia ninguém. Somente o rastro daquele doce aroma.

Mesmo após 151 anos de espera sem triunfo, não consegui evitar adquirir esperanças naquele momento. Não era usual frequentarem à esta área.

Prossegui em direção à floresta e o cheiro intensificava-se a cada passo. Avistei uma tenda formada por um material exótico ao invés de tecido. Certamente, existia alguém além de mim naquele lugar.

Fora o momento em que eu a vi. Uma silhueta frágil, com teus cabelos dourados e encaracolados, perseverando em abrasar uma fogueira.

Situei-me estático durante alguns instantes. Há algumas décadas, vivenciei alucinações com tua voz, não julgava ser coerente confiar em meus olhos.

— Mary? — indaguei, mais para mim do que para qualquer outro alí.

Ela, visivelmente, amedrontou-se.

— Q-Quem é você?

Pude constatar duas circunstâncias:

A pessoa à minha frente era Mary.

Ela não recordava-se de mim.