1860

Capítulo XVII


Uma garota, ainda criança, adentrou o aposento. Tuas vestimentas portavam um donaire dissemelhante das outras donzelas que trajavam vestidos idênticos. Remetia-me aos bailes reais.

— O que fazes aqui, pequena? Tens que fugir desta mansão, este lugar é perigoso...

— Ninguém aprecia crianças que realizam desfeita no lar de outrem, fedelho. — A voz de Siegfrield soou estridente. — Necessitas consumar tua transição.

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— Não posso ferí-la.

Ele estreitou o olhar com ar de desaprovação antes de perfurar o pescoço da criança, permitindo o sangue escorrer por tua pele.

— Estás me saindo um fedelho mal-habituado... Obedeça-me.

O odor do sangue começou a impregnar o cômodo, sentia-o a cada respiração. A sensação era distinta à tudo o que já havia vivenciado: meu corpo negava-me o comando.

No momento em que meus lábios tangeram a pele ensanguentada, senti-me como se parte de mim morresse.

Não era mais eu, nunca mais seria-o.

Minha gengiva rasgou-se devido ao crescimento de pontiagudos caninos, afiados como navalhas. Minhas orbes tornaram-se carmesins, semelhantes às que assombravam-me em pesadelos.

Recordei-me de Mary, o que deu-me forças para impedir-me a tempo de não ferir seriamente um ser inocente.

Siegfrield riu.

Mary...

Eu precisava retornar.

Neste momento, em nosso lar, Mary Magdalaine compunha-me uma carta.